Capítulo 11

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O ambiente também era escuro. Porém, havia uma poltrona de ouro iluminada por uma luz fraca no teto. Um tablet estava em cima da cadeira, e em sua tela estava escrito: COMEÇAR TESTE. Ariela sentou-se e clicou na tela do tablet.

Questão 1: Como se chamam os membros do Conselho de Controle de Invasões Dimensionais da base Alpha?
A) Robutt Goundell, Detroidd Guzman e Jessie Ramoz.
B) Derek Goundell, Detroidd Roberx e Madlyan Yeural.
C) Edward Guzman, Jessie Ramoz e Robutt Hair.
D) Diessen Guzman, Godofred Robrx e Madlyan Esteryl.

Sem pensar muito, Ariela clicou na alternativa C. "Poxa, não é difícil! Pensei que seria bem pior!", pensou ela.

A próxima questão havia acabado de aparecer na tela quando Ariela ouviu uma voz de criança. "Eu conheço essa voz... tenho certeza!" Foi então que apareceu a figura de uma garotinha, de uns 7 anos, fazendo uma flor de tecido com ajuda de uma mulher mais velha. Ariela logo reconheceu: era Maria Luiza, uma colega que estudava com ela no ensino fundamental 1, e a mulher era sua antiga professora. Logo viu que ela mesma havia aparecido também, fazendo uma flor com um tecido azul vibrante. Ariela se levantou para tentar tocar a imagem, que parecia tão real a sua frente. Porém, logo lembrou-se de que estava fazendo uma prova. "Concentre-se, Ariela!".

- Sua mãe chegou, Malu - avisou uma moça, que Ariela logo reconheceu como a secretária. - Oh, que linda flor! Tenho certeza que ela irá amar! Será o melhor presente de dia das mães de todos, querida.

A Ariela de 7 anos puxou a saia da secretária e perguntou:

- E a minha mãe? Já chegou também?

- Não, querida - respondeu a secretária, sem graça. - Ela... não poderá vir comemorar esse dia das mães contigo. Seus pais ligaram na secretaria avisando que teriam que fazer uma viagem de urgência por um mês.

A pequena Ariela entristeceu-se. "Ah, meu Deus, eu lembro desse dia...", a Ariela real pensou. A garotinha pegou sua flor azul e desmanchou-a, rasgando-a em vários pedaços. Depois, sentou-se no canto da sala, começando a chorar.

Ariela se lembrava bem desse dia. Se lembrava da sensação de ver as mães de seus colegas lá com eles, felizes, quando ela estava totalmente só. "Caramba, Ariela, concentre-se! Você tem que responder!", ela pensou, mas quando olhou para o tablet percebeu que havia perdido o tempo de responder a questão 3. "Droga!" Concentrou-se e focou seu olhar somente na tela, ignorando todas as cenas que apareciam seguidamente na sala, relembrando-a de lembranças ruins. Conseguiu ignorar tudo a sua volta, respondendo a todas as questões seguintes. Sentia que havia errado algumas, mas pelo menos havia terminado. Tirou seus olhos da tela e viu a cena de si mesma escondida em moitas atrás de sua casa, observando sua família pela janela. Havia passado o dia inteiro ali escondida, esperando ver a reação de seus pais. Porém, quando já eram 21h, ela percebeu que não iria ver reação nenhuma, pois seus não haviam nem mesmo percebido que a garotinha não estava em casa.

- Chega! - Ariela gritou. - Eu já terminei a prova, podem parar de me torturar!

Ela começou a dar socos no portão, tentando abri-lo. Por sorte, ele se abriu e Ariela conseguiu sair, correndo. Sua pressa era tanta que nem viu que Kilyan estava em frente ao portão, caindo em cima dele e derrubando-o no chão.

- Ariela, está tudo bem? - o garoto perguntou, preocupado, ajudando-a a sair de cima dele.

- Está! - ela respondeu, se levantando. - Só quero ficar sozinha, me deixem.

E saiu correndo escada acima. "Preciso de um chocolate ou algo doce. Espero que tenha algo do tipo no refeitório."

Cinco DimensõesOnde histórias criam vida. Descubra agora