Capítulo 8

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Oii gente, antes de lerem esse novo capítulo, eu gostaria muito que vocês deixassem uma estrela pra mim, para que eu saiba que estão gostando da história 😘

Ariela acordou em um quarto de ladrilhos brancos, sem móveis ou janelas. Percebeu que estava deitada em uma cama cuja parte de baixo se parecia com uma cápsula e que seu pulso estava conectado a um cabo que surgia do teto.

- Ei! - ela gritou. - Tem alguém aqui? Eu estou na base da dimensão Ômega?

Nesse momento, uma mulher alta, de cabelos compridos e extremamente claros, vestida com um traje branco que se parecia com uma espécie de jaleco entrou no quarto. Seus olhos eram extremamente escuros, de uma maneira que ela nunca havia visto em sua dimensão.

A mulher tirou um aparelho redondo de seu bolso e, levando-o para perto da boca, falou:

- Dimensão Sigma. Tragam um agente.

Ariela a encarou por um tempo. Enfim, perguntou:

- Não vai me explicar o que estou fazendo aqui?

- Viagens dimensionais causam um gasto significativo de energia - ela respondeu, com uma voz robótica. - Quando é realizada pela primeira vez, o corpo necessita de um soro energético para que consiga voltar a funcionar normalmente - ela apontou para o cabo conectado ao pulso de Ariela. - Você está na ala de enfermagem da Base da Dimensão Alpha.

"Que voz estranha!", pensou Ariela, "é tão neutra e indiferente!". A mulher desconectou o cabo de Ariela e fez menção para que se levantasse. Um homem de aparência quase idêntica aos agentes que trouxeram-na de Winnipeg apareceu na porta, sinalizando para que a garota o seguisse. Apesar de ter sido treinada para se portar de maneira respeitosa durante a Disputa, ela não conseguiu deixar de fazer uma expressão de desagrado. Odiava estar submetida a outras pessoas e sem domínio de si mesma, e naquele momento era exatamente assim que se sentia: como se fosse um objeto da dimensão Ômega. Ela não sabia exatamente o motivo de se sentir assim, mas não imaginou que seria tão desagradável.

Ariela caminhou silenciosamente ao longo de um corredor também branco e vazio, onde haviam dezenas de portas que levavam a quartos iguais ao que ela estava. Também não viu nenhuma janela. "A Ômega é uma dimensão administrativa, não habitável", ela se lembrou, "não há janelas porque não há nada do lado de fora, só existe essa base. Talvez as pessoas dessa dimensão realmente não sejam humanas, afinal". Enfim, chegou a um portão de pedras que contrastava com as paredes brancas e lisas.

- Ala da Disputa InterDimensional - anunciou o agente, abrindo o portão.

As paredes brancas deram espaço a um corredor de pedras. Seguiram pelo corredor por um bom tempo passando por salas trancadas e finalmente chegaram a uma porta grande. O corredor se alargava e levava a uma escadaria.

- A escadaria leva a sala de provas - explicou o agente. - E essa porta é a entrada para seu dormitório.

Quando ele abriu a porta, Ariela se impressionou. O espaço era grande e em formato de pentágono. Em cada lado do polígono havia uma cama larga, um criado-mudo e um armário. No centro, havia uma espécie de fogueira falsa e sofás bem acolchoados. Em uma mesa viam-se livros de administradores da dimensão Alpha que falavam sobre a magnitude do universo. Nas paredes haviam armas conhecidas e desconhecidas por Ariela e janelas falsas que davam vista a um lago surreal. As paredes ali também eram de pedra.

Ariela observou que quatro das cinco camas já estavam ocupadas. Ela havia sido a última a acordar, e isso não a deixou contente. Decidiu avaliar os seus adversários.

A primeira garota era mais encorpada e com olhos asiáticos. O loiro de seu cabelo era diferenciado, uma cor extremamente clara que Ariela nunca havia visto antes. Ela tinha postura perfeita e parecia estar fazendo anotações em um bloquinho de papel. Olhou para suas roupas e viu um bracelete escrito ALPHA.

A segunda garota tinha pele de cor bronze e seu cabelo era ralo e quebrado. Continha várias marcas e cicatrizes em seu corpo e sua expressão era aterrorizada. Ela meditava em frente a fogueira, respirando fundo e pesadamente. Ariela nem precisava olhar seu bracelete para saber que a menina pertencia a dimensão Phi.

Um dos meninos era negro, de cabelo encaracolado. Ele estava em sua cama, fazendo espécies de cálculos matemáticos em um tablet pequeno. Parecia ser bastante inteligente, talvez seria um grande adversário para Ariela. Em seu bracelete lia-se Gamma. Era o único que parecia ser um pouco mais velho em questão de idade, perceptível por sua altura.

Já o último garoto tinha cabelos ruivos que batiam em seus ombros e olhos avermelhados. Também tinha uma ou outra cicatriz em seu corpo. Seus braços eram levemente musculosos, provavelmente por fazer bastante trabalho braçal. Sua pele era bronzeada por causa do sol forte nos desertos de sua dimensão, Tau. Ele estava de pé ao lado de sua cama, praticando algum tipo de luta sem armas. Bonito, Ariela admitiu para si mesma a contragosto, peculiarmente lindo. Rapidamente afastou tais ideias da cabeça.

Sem cumprimentar ninguém, Ariela se jogou na única cama vazia. Começou a desenhar runas em seu braço para se distrair, mas foi interrompida pela entrada de um grupo de adultos da dimensão Ômega.

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