PLÁGIO É CRIME
O livro é da Sarah J. Maas, mas a história é minha. Se eu vir pessoas utilizando os meus textos, ou parte deles denunciarei. Não só no site, mas criminalmente. O Texto é minha propriedade intelectual e isso se configura plágio. Cuidado!
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Já haviam se passado semanas desde que ele sobrevoara nosso acampamento pela última vez. Aquele era um lugar importante para ele. Eu já tinha ouvido diversas versões daquela história. Sua mãe havia dado à luz aqui em alguma tenda sórdida fora da aldeia. Anos mais tarde ela tivera seu filho arrancado de seus braços aqui. Morrera e fora violentada diversas vezes aqui. Sua história é como a da maioria das fêmeas desse povo. Não sei se ele já era general das forças Illyrianas naquela época, mas seus sete sifões lhe deram poder suficiente para transformar esse lugar desprezível em escombros e poeira.
Sua ira afastou o clã que vivia aqui. Todos eles partiram e nunca mais tiveram coragem de voltar. Nenhum macho teve coragem suficiente de reconstruir esse lugar. General Cassian fez desses escombros um memorial para sua mãe, para que eles soubessem que ele não esquecera. Que ele ainda se lembrava. Para que eles se lembrassem o que tinham feito a ela. Para que se lembrassem quem aquele órfão se tornara.
Quem sabe um dia eu o agradeça por isso. O medo que as pessoas têm desse lugar fez com que ele se tornasse um refúgio perfeito para mim e para os que vieram a seguir. E aqui, depois do grande resgate nos autodenominamos: Os Sobreviventes.
Eu não dava a mínima para nomes ou hierarquias. Reergui a aldeia e a transformei em um refúgio para que nós pudéssemos ter a chance de viver uma vida digna. Mas de alguma forma aquilo era algo de que as fêmeas precisavam, um nome, rotina e afazeres. Então dei isso a elas. Aquelas que antes eram tratadas como meras reprodutoras, que temiam a mutilação de suas asas e que eram violadas das piores maneiras possíveis, encontraram refúgio nas sombras daquele acampamento destruído.
Ninguém ousaria pôr os pés aqui, mas mesmo que pusessem não poderiam enxergar nada além de escombros e poeira. Enxergariam as marcas da vingança do general, mas não o acampamento lindo e cheio de vida escondido sob meu feitiço de proteção. Não enxergariam o que tínhamos aqui, o que esse lugar representava para todos nós.
Fechei bem as asas e inspirei fundo o vento suave que ondulava por aquelas montanhas, o vento que beijava levemente meus cabelos negros. O sol já estava se pondo e ela ainda não havia retornado. Mais duas horas e eu mesma iria até lá atrás dela. Algo como preocupação pareceu preencher meu coração, mas logo a afastei. Eu tinha prometido a ela que confiaria, que deixaria que ela cuidasse daquilo sozinha.
Como que se em resposta a apreensão que crescia dentro de mim, Kaila aterrissou de forma magistral atrás de mim. Percebi pelo som de seus pés tocando o chão da montanha.
Não me dei ao trabalho de me virar quando disse:
- Está atrasada - Não escondi o tom de irritação em minha voz.
Kaila não respondeu, permaneceu em silêncio. Então me virei para ela e disse:
- Você acha... - Interrompi o que estava prestes a dizer diante da visão tive. A preocupação que antes só ameaçava envolver o meu coração, agora irradiava por todo o meu corpo. O espanto que vi no olhar de Kaila, a falta de cor em seu rosto, os cabelos longos sempre bem arrumados, agora desgrenhados...
Aquilo despertava as piores lembranças em mim. Comecei verificar cada centímetro de seu corpo em busca de algum ferimento, descobrir o porquê de minha amiga estar petrificada. Mas não encontrei nenhum.
Kaila segurou meus braços e lágrimas começaram a escorrer por seu rosto. Me segurando com força ela disse:
- Est... Estou bem. Eles... eles - Sua voz ficou embargada e mais lágrimas rolaram, então ela continuou - Eles colocaram as meninas nos ringues. Eles estão as ensinando como se proteger. Estão dando aquelas meninas o que nós não tivemos, dando a elas a chance que Kora não teve.
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CORTE DE SOMBRAS DA LUA
Fiksi PenggemarA história de Maleah não é diferente das histórias de outras fêmeas nos acampamentos Illyrianos. Orfã ainda muito menina, a jovem illyriana serviu de casa em casa como criada, até que seu corpo passar pelas mutações da maturidade e passar a atrair...