Capítulo 1

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P.O.V MANU

6 anos atrás..

Caminho até a casa de uma amiga minha chamada Ingrid em prantos após minha mãe ter fugido de casa e me deixado pra trás com meu irmão, minha família a conhece, ao chegar perto da casa de Ingrid, vejo pela vidraça da janela, ela consolando uma menina de cabelos ruivos, essa menina olhou para fora e vi seus olhos castanhos enxarcados, fiquei parada olhando e me encantei por aqueles olhos tão castanhos e vívidos. Ela me encarou de volta. E eu decidi não incomodar e voltar pra casa, voltei a andar.

Atualmente..

Acordo e é uma segunda-feira muito fria aqui no Rio de Janeiro, acordo as 06:00 horas da manhã, me levanto para fazer meu café e tomar um banho quente antes de ir ao inferno chamado escola, encontro Vitor, meu irmão ainda dormindo, beijo sua testa e logo saio pegando a chave e caminhando até o meu carro, um ônix preto e dando partida, coloco The Neighbourhood para tocar e dirijo até a escola. 

Em um quarteirão perto da escola uma moça de cabelos vermelhos me chama a atenção, me fazendo a observar de longe, logo volto a minha visão ao trânsito, estaciono o carro, pego a mochila e caminho até a sala. Mary e Matheus já estão a minha espera. 

- Eai Manu. - disse Matheus com aquela empolgação dele de sempre. - Você ficou sabendo que uma menina da 302 foi transferida para nossa turma? - perguntou ele. 

- Não e não me importo com quem quer que seja. - respondi. 

- Ih mal-humorada, vai que você se apaixona. - riu ele.

- eu ri. - Nem morta quero me apaixonar novamente. - respondi rindo. 

- Vamos entrar logo seus malucos. - disse Mary. 

Entramos na sala, e depois de uns cinco minutos eu vejo aquele mesmo cabelo ruivo passar pela porta da minha sala junto com alguns amigos e naquele momento fiquei preso aquela imagem. 

- Alô?! Terra chamando Manu. - disse Matheus. 

- O que foi? - perguntei meio perdida. 

- Estava falando que a gente podia sair hoje a noite, o que acha? - perguntou. 

- Vamos, com certeza, estou precisando beber um pouco. - falei. 

Prosseguimos a aula até o intervalo em silêncio. 

No intervalo fomos até o refeitório almoçar quando a ruiva passou e Mary não conteve o olhar também. 

- Eu sempre achei ela muito bonita. - disse Mary. 

- Hm. - resmunguei. 

- Tá com ciúme de mim é? - perguntou a Mary. 

- Não, pelo amor. Qual o nome dela? - perguntei. 

- Júlia. - disse Mary. 

- Vamos comer ou vamos ficar parados olhando essa Júlia? - perguntou Matheus impaciente e logo fomos comer. 

Após almoçarmos voltamos à sala de aula e prosseguimos até o sinal anunciando a liberdade daquela escravidão. Fui até o meu carro dei partida e segui até em casa. Não havia ninguém como sempre. Tomei um banho, vesti um moletom e fui dormir até a noite. 

Mais tarde..

Acordo e são 19h com a ligação do Matheus confirmando a saída de hoje, corro pro banho e me visto com um casaco de moletom e uma calça jeans bem anos 90 acompanhado de um all-star preto. Entro no meu carro e vou até o bar do Fred, onde muitas pessoas vão a noite, chegando lá encontro com Matheus, Mary, Lucas e Eloá na porta. Lucas e Eloá são nossos amigos de infância mas já estão na faculdade. 

Entramos no bar e ai começou a loucura, comecei a beber com meus amigos enquanto contávamos tudo o que estava acontecendo, uma das conversas foi sobre a ruiva que desde então Mary não tira da boca.

- Eu acho que você está apaixonada por ela. - provoquei dando um gole na garrafa de Heineken. 

- Eu não sou sapatão como você, gosto de homem, só acho ela uma garota exuberante. - respondeu. 

- Tá bom. - eu ri saindo da mesa  e indo até a pista. 

Comecei a andar pela pista até que uma garota me chama pra dançar e me beija, ali, no meio da pista. 

- Me liga depois. - disse piscando e colocando um cartãozinho no bolso da minha calça. 

Voltei até a mesa e comecei a beber ainda mais, já estava ultrapassando o limite. 

- Me dá a chave do carro. - disse Matheus. 

- O que? Mas por que? - perguntei. 

- Você não está nem raciocinando mais, pega um táxi e depois levo o seu carro pra sua casa. - disse ele e eu franzi a testa entregando a chave e indo pegar um táxi. 

Desci do táxi e parei em pé olhando a rua pela calçada da minha casa, o táxi se vai, e quando menos espero eu me viro vomitando. 

- Tudo bem? - pergunta uma voz doce e calma atrás de mim e eu me viro. 

- Tudo, só bebi demais. - respondi ainda assustada com a ruiva parada na minha frente. 

- Por que bebe demais? - perguntou. 

- O que está fazendo aqui? - perguntei. 

- Moro há dois quarteirões daqui e estou dando uma corridinha. - respondeu. - Acho melhor você entrar e beber bastante água e torcer pra estar bem pra aula amanhã. - disse ela. 

- É, eu sei, não precisa se preocupar. - respondi. 

- Bom, eu já vou indo, espero que fique bem. - disse ela. 

- Pode deixar, tchau e até a próxima. - falei. 

Ela continuou correndo e eu fiquei olhando até que sumisse da minha vista e então entrei em casa e fui tomar um banho gelado pra amenizar a ressaca. 

Eu não sei responder mas a ruiva tem algo que me deixa paralisada, nervosa, eu só ainda não sei o que é, mas talvez um dia eu descubra.

Você só precisa me amarOnde histórias criam vida. Descubra agora