Capítulo 17

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P.O.V JÚLIA

Faz um tempo que queria contar aos meus pais, ou melhor a minha mãe porque ela sim é meu pai e mãe, sobre a Manu, mas eu não sabia como contar, e nem como seria. Como a Manu me pediu em namoro devo mais do que nunca contar.

Hoje é mais um dia ensolarado aqui no Rio, caminho pelas calçadas até a minha casa, assim que entro encontro meu pai jogado sobre o sofá que se encolia perto dele com a televisão ligada. Minha mãe como sempre na cozinha, tento pensar em uma abordagem agradável.

- Mãe, preciso te contar uma coisa. - falei me aproximando do balcão em que ela se encontrava.

- Oi filha, diga. - disse ela sorridente. - Que aliança é essa no seu dedo? - indagou surpresa.

- Então mãe, estou namorando. - soltei.

- Com quem Júlia? Por que não me contou? - questionou.

- Com a Manuela Cestari e espero que respeite minha decisão sobre estar com ela. - falei.

- Como é que é? - perguntou meu pai entrando de supetão na cozinha. - Quer dizer que você deu pro lado ruim? - perguntou debochado.

- Você não tem nada haver com a minha vida. - soltei.

- Você me respeita que sou seu pai. - debateu.

- Ora, agora você é meu pai? Depois de sumir, fazer a arruaça que fez? - perguntei.

- Você cala essa sua boca. - disse me segurando pelo pescoço e me prensando na parede.

- Solta ela Luiz. - gritou minha mãe.

- Cala a boca, quem manda aqui sou eu e filha minha não vai ficar se esfregando com mulher não, sinto nojo. - falou.

- E você não sente nojo de você não? - perguntei.

- Eu pelo menos sou Homem, seja Mulher de verdade. - falou.

- Sou mulher e sou mais homem que você, pois arco com minhas responsabilidades e meu futuro não te diz respeito algum. - falei e ele apertou ainda mais o meu pescoço.

- Você me obedeça porque que manda aqui sou eu, e e você está toda errada, isso é repugnante, não aceito isso. - falou.

- Repugnante é o que você fez com nós, não estou pedindo sua "aceitação" já sou grandinha o suficiente, é errado porque Manuela faz comigo o que você não teve capacidade pra fazer com a minha mãe? de amar? quero que você se exploda! - exclamei e então senti meu rosto arder com o tapa.

Ele me soltou e eu fiquei estirada sobre o chão, minha mãe não me olhava porque sabia que se ajudasse iria ser pior, ela apenas se calou como sempre e continou lavando a louça. Subo para o meu quarto e ali permaneço, imóvel. Sinto o telefone vibrar, sei que a única pessoa que me ligaria seria a Manu, passeio meus olhos sobre o telefone e então bloqueio a tela deixando-o de lado...

Você só precisa me amarOnde histórias criam vida. Descubra agora