Você só precisa me amar

Capítulo 9

P.O.V JÚLIA

Manuela sofre um terrível acidente, eu pude ver seu carro inteiramente acabado e capotado onde entrei em desespero. Sr. Cestari acompanhou ela na ambulância e eu fui em seguida até o hospital. Depois de uma hora e meia dentro da emergência o Sr. Cestari entra na sala de visitas.

- Sr. Cestari? - perguntei ainda com os olhos marejados. - Sou a Júlia amiga de Manuela, como ela está? - acrescentei.

- Prazer, pode me chamar de Marcos. - disse capisbaixo. - Manuela teve fraturas na costela e graves lesões em sua cabeça, tiveram que remover o excesso de sangue que havia em seu cérebro. - acrescentou.

- Mas o que aconteceu com ela? Por que ela estava daquele jeito? - perguntei.

- Manuela foi abandonada pela mãe aos seus 7 anos, ela trancou Manuela no quarto deixando-a horas e horas com fome, aos berros, ela não olhou para trás, eu trabalhava fora e só voltava no dia seguinte. Quando voltei encontrei Manuela desmaiada, pálida no chão, desde então Manuela tem surtos assim achando que vão abandona-la. - disse ele.

- E Ela está bem? - perguntei. - Quer que eu fique com ela pra você? - acrescentei.

- Adoraria, assim posso ir em casa trocar essa roupa. - disse ele revelando gratidão.

Então sigo até o quarto de Manuela a mesma se encontra cheia de aparelhos, machucados, com uma faixa em volta da sua cabeça, vários soros, máscara de oxigênio. Sua mão está esticada ao lado do seu corpo e pela primeira vez eu sinto sua mão, encosto em seu corpo, seguro sua mão e apoio minha cabeça sobre ela e depois de minutos eu apago.

Sinto sua mão mexer e desperto mas Manu ainda está desacordada. Me recomponho e fico observando Manu, os aparelhos ajudando Manu respirar, observo ainda mais a sua pele, vejo o quanto a mesma se machucou, os arranhões em seu rosto, a marca dos socos e tapas, a marca que ficou enquanto batia no volante e então choro.

- Ah Manu, por que tudo isso? Eu preciso tanto que você acorde. - falei sozinha.

2 semanas depois..

Manuela ainda não acordou, mas continuo indo a escola e sempre que consigo eu vou ao hospital para ficar com ela. Os médicos não sabem quando e nem como Manuela vai acordar, e isso é o mais preocupante porque suas fraturas ainda são graves e conforme ela vai ficando parada seus ossos podem ir atrofiando e isso me deixa maluca. Porque não sei o que fazer além de estar ao lado dela. Porque sinto falta até da raiva que sentia dela e ao mesmo tempo excitação.

Porque eu só queria sentir seu beijo novamente, porque eu queria saber o porque ela foi até a minha casa aquele dia.

- Oi, licença, como ela está? - perguntou Matheus vindo me abraçar.

- Ela ainda não acordou. - respondi triste.

- Mas ela vai acordar, Manu é durona eu sei disso. - disse ele beijando a testa dela.

- Ah, é tanta coisa que eu queria saber e não tenho resposta. - desabafei.

- Como o que? - perguntou.

- Como naquele dia que ela foi até a minha casa de carro mas me viu beijando o Ian e saiu disparada e nem o porque sumiu aquele tempo todo. - falei.

- Ela me ligou naquele dia antes de ir pra sua casa, a Manu sempre foi assim, some quando ela perde o controle de si mesma, as vezes se machuca, isso não é de hoje, mas nesse dia ela ia dizer pra você que estava gostando de você. - disse ele e eu fiquei inerce.

Ela está gostando de mim, ela ia me dizer e viu aquela cena, agora tudo se encaixa, mas como diria dizer a ela o que tô sentindo agora.