Capítulo 8

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P.O.V MANU.

Hoje é sábado. Ouço o barulho familiar do meu pai, saio correndo do quarto indo de encontro a ele abraçá-lo, o mesmo sorri ao me ver.

Passamos o dia assim, em família, minha madrasta teve que subir para dar banho em Vitor.

Meu pai é o engenheiro da cidade, mais conhecido como Sr. Cestari, mas apesar da posição isso nunca o interferiu em sua humildade com tudo, sempre ensinando que dinheiro não é tudo, não temos empregados porque ele gosta de sujar as mãos.

- Filha, você sabe o quanto papai te ama e te quer bem. - disse ele.

- Lá vem. - falei rindo.

- Sua mãe me procurou. - disse sem rodeios. - E ela quer te ver. - acrescentou.

- Não, não, não pai! - exclamei. - Você sabe o que ela fez, como pode esquecer, ela me deixou, ela me trancou no quarto e se foi. - falei aos prantos.

- Manuela calma, filha. - disse o meu pai. - Ninguém vai te machucar. - acrescentou.

Mas já era tarde demais, perdi o controle de mim mesma, comecei a surtar como sempre surto, bater na minha própria cabeça, chorar, gritar e gritar.

- Não grite Manu, papai está aqui, está sobre controle. - disse meu pai tentando me acalmar.

- Não encosta em mim, por favor. - gritei. - Não me deixe aqui sozinha no quarto. - gritei novamente e sai correndo.

- MANUELA. - gritou meu pai.

Entrei no carro dando partida tão depressa. Meu pai se apoia sobre o carro. 

- Manu sai desse carro por favor. - disse ele.

Encaro o rosto de meu pai com o peito sob o volante, fixando meus olhos cheio de lágrimas nele e então engato a ré e saio.

Dirijo sem rumo, minhas têmporas latejam e com a mão direita eu começo a socar mais ainda a minha cabeça. Paro em frente a casa de Júlia, fico olhando sua casa, até que a mesma sai para jogar o lixo fora e vê o meu carro, se aproxima, e me vê, eu choro, eu revelo meus olhos castanhos escuros enxarcados, a mesma se espanta ao fitar meus olhos, e eu começo a bater minha testa no volante.

Júlia bate no vidro pedindo para que eu abra o carro, eu aceno que não, ela bate novamente e eu começo a bater mais forte minha cabeça.

- Manu, para com isso. - suplicou.

Arranquei com o carro.

- MANUELA! - gritou Júlia.

Acelero ainda mais o carro, por mais que eu deva, eu não consigo parar de acelerar, apenas continuo, atravesso o sinal, um, dois, três.

De repente sinto uma força brusca na lateral do meu carro, fazendo ele capotar, uma, duas, três, vejo tudo em câmera lenta, então, apago...

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Você só precisa me amarOnde histórias criam vida. Descubra agora