Meus Pecados

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Oito anos atrás

Não havia estrelas aquela noite, a janela fechada fazia ruídos e o vento lá fora soprava forte.

Quando parou para arquitetar tudo aquilo?

Anos... Nove anos... Hoje fazeria nove anos desde o dia em que sua vida havia mudado completamente, nove anos desde a morte de sua mãe.

Estava sentado numa cadeira velha posta no canto da casa de madeira, na mesa do lado esquerdo um bolo de aniversários com uma vela de dez anos e  uma arma. Ouviu o barulho o barulho da porta ranger e os passos trôpegos do homem ecoarem no cômodo escuro, ele estava bêbado como sempre estiverá em sua infância.
Quando a luz se acendeu o homem demorou alguns segundos até o ver e se assustar, o garoto de dezenove anos sentado naquela cadeira era seu filho.

- O que está fazendo aqui? Pensei que nunca mais fosse te ver! - a voz embriagada estava assustada.

O garoto de longos cabelos negros se levantou pegando a arma lentamente caminhando em direção ao homem.

- Vim comemorar o meu aniversário.. - estava frente ao bêbado que o olhava assustado - Assopre as velas, pai!

A arma pesada em sua mão, não tremia, não soava, estava calmo, calmo demais. Era como se estivesse prestes a matar uma pequena mosca insignificante, passou nove anos fazendo aquilo. Treinando, se tornando frio e cruel com o passar dos anos. Era uma criança impiedosa, sem coração ou alma e a sua frente o homem que havia causado tudo aquilo.

- O que está fazendo, Itachi?

- Lembra do meu nome? - ele sorriu e pegou a mão do homem que tentou recuar imediatamente, era rápido e estava mais forte - Segure-a como segurou aquele dia...

- N-não - gaguejou, já sentia a arma em sua mão - N-não quero!

- Sim, você quer. Mire ela para mim! - ordenou vendo o homem tremer e dar dois passos para trás - Eu mandei mirar! - a homem assentiu a ordem, tremendo - Puxe o gatilho!

- N-não meu filho, não o faça..

- Teve coragem uma vez, puxe o gatilho. Faça de novo!

- Eu.. eu não quero! Me perdoe!

Não parecia estar frente ao homem daquela vez, era diferente agora. Aquelas foram as últimas palavras de Fugaku Uchiha, morto pelas mãos daquele garota de dezenove anos. A faca que entrou em sua jugular subiu cortante até seus lábios , podia ver a ponta da faca dentro da boca ensanguentada.

- Você merecia mais! - Olhava friamente em seus olhos. - Merecia que eu lhe cortasse por completo.. - O homem iria cair mas a mão que segurava a faca não deixava que isso acontecesse.

Estava se engasgando no próprio sangue quando outra faca acertou seu olho esquerdo, naquele momento lhe restaram apenas meros segundos antes de seu corpo ir ao chão e o garoto se afastar soltando as duas facas. Limpou o sangue que estava em sua mão com um lenço branco que estava em sua calça,arrumou a gravata, olhava o corpo envolto em uma poça de sangue com indiferença. Foi até o bolo assoprando a vela, apagando a pequena faísca de fogo.

- Se juntarei com você no inferno, papai!




Olhava para a chuva que caia lá fora sentado no sofá de seu escritório, era madrugada Sakura estava na cama. Remoia lembranças passadas que o aflingiam todas as noites, bebeu o whisky sentindo o queimar em sua garganta. Aos dezenove anos havia perdido sua alma. Ouviu o barulho da porta e reconheceu a silhueta pequena vestida com apenas sua camisa.

- O que faz acordado? - perguntou, a voz doce e sonolenta. Não respondeu e deixou que ela vinhesse até ele se sentando em seu colo, passando os dedos sobre o cabelo negro liso - Também não consigo dormir, não estou cansada... - os olhos verdes piscava pesadamente, o encantando - Pode me ajudar com isso?

Antes que pudesse pedir de novo, um punhado de fios róseos foram para a mão do Uchiha, o puxando. Fazia com que ela o olhasse diretamente no fundo dos olhos negros, ela poderia ver sua alma se tivesse. Se levantou caminhando ainda com os olhos grudados nos dela, a mão repuxava o cabelo, o andar predador a levava até ser sentada na mesa com poucos objetos organizados.

Passou os dedos entre seu pescoço, erguendo seu queixo, um movimento dominador deixando-se sobrepor todo seu poder. A deitou na mesa, abriu sua camisa e subiu até ela, rastejando sobre o corpo da pequena o beijando sem que seus olhos saíssem dos olhos verdes.

- Por que me beija com os olhos abertos? - Sakura perguntou gemendo, sentindo a língua dele passar por seus seios.

- Porque gosto de ver, ver seu rosto, ver sua expressão - Subiu até o rosto dela, capturando os lábios de maneira possessiva.

Se levantou ficando em pé entre as pernas dobradas, olhava a marca de ossos no tórax se movimentando freneticamente. Tudo aquilo era um deslumbre que Itachi não poderia ter, se ajoelhou agarrando as unhas na pele branca, se sorveu de Sakura como se fosse um animal, a devorou de forma impura, as unhas se cravando quase arrancando sangue as mãos pequenas segurando em seu cabelo tentando mover-se.

- Ah.. Itachi.. - a fez corroer-se em cima da mesa, arqueando-se convulcivamente.

Se levantou agarrando uma mão ao pescoço, quase a sufocando os olhos verdes agora o olhavam assustados pelos atos bruscos. Uma das pequenas mãos se agarraram ao antebraço forte tentando buscar algum amparo quando ele se impulsionou para dentro dela. Forte demais, quente demais. Gemeu, arfou, quase gritou. Itachi se chocava contra o de Sakura, segurava uma perna com uma mão e a outra o pescoço. Quando tirasse seus dedos do pescoço dele provavelmente iria ver suas marcas.

Os incontáveis "vai e vem" foram parando, tornando-se lentos até se tornarem poucas e fortes estocadas compulsivas. Soltou o pescoço passando as duas mãos da clavícula até acima de sua região íntima, arrepios constantes, ondas fortes de calor e eletricidade.

Ele a argueu e segurou voltando até a poltrona deixando Sakura em seu colo com a cabeça em seu peito, dedilhando o cabelo rosa deixando-a confortável, cuidando dela como a dias fazia.

- Itachi.. - o chamou passando a unha pelo peito nu - Eu... Arrumei um apartamento!

O silêncio se instaurou mas podia sentir o olhar de Itachi a queimando.

- Como?

- Eu falei com Ino, minha amiga.. Ela me ajudou a arrumar um emprego e um apartamento! - Itachi a empurrou fazendo-a se levantar assustada.

- Não! - ele gritou - Não irá embora!

- Itachi.. Eu não vou embora, mas eu quero ter uma vida em que eu..

Terminaria sua frase com "não estou presa a alguém" mas viu Itachi se virar apoiando-se na mesa e jogando no chão o abajur caro.

- Não quero que vá!

- Eu preciso.. Por favor, não quero que se chateie comigo..

- Você não irá! Nem que eu tenha que te prender de novo!

Sakura se assustou com as palavras duras e secas vindo do Uchiha que estava quase surtando.

- Não pode fazer isso! - o viu se virar lentamente, a expressão árdua e rude era notável.

- Você sabe que eu posso!

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