Sentada no chão em meio às cacos de vidro e objetos espalhados, Sakura havia desistido de bater na porta ou de tentar quebrar tudo para que ele a abrisse. Foi estúpido, foi um grosso depois de tudo o que fizeram ele agiu como o Itachi que havia conhecido. Se entregou de corpo e alma, deixou que descarregasse suas frustrações em si para retornar ao início e ele nem ao menos tinha dito que a amava. Se sentia confusa, frustrada.
Dentro do quarto Sakura sentada encostada na porta,do lado de fora o Uchiha se encontrava na mesma posição. Havia errado, a tratou de forma brusca e depois regrediu ao estágio zero, a prendendo, não tinha o que fazer naquele momento.
Se a soltasse, iria embora e nunca mais voltaria. Se a deixasse naquela situação nunca mais o perdoaria.
Sakura foi até o espelho, via as marcas vermelhas espalhadas pelo corpo, as marcas dos dedos fortes. O que fizeram não foi amor, não teve carinho ou afeto. Ele não confiava nela, não ainda. Entrou de baixo do chuveiro deixando a água recair sobre os fios rosas, queria ir embora a qualquer custo.
- Senhorita Haruno, o senhor Uchiha te espera no carro! - Chiyo adentrou o quarto mencionando a ordem de Itachi, a três dias ele ficou sem falar com ela, a três dias ela estava trancada naquele quarto.
Desceu as escadas a contragosto, não queria encontrá-lo estava com ódio de Itachi.
Foi arrastada até o aeroporto, do avião até a Suíça. Não trocaram uma única palavra sequer, sabia que não adiantaria espernear ele a levaria de qualquer forma. Ficou no mesmo quarto que Itachi mas ele não estava ali, apenas os três seguranças na porta. Ele já não estava ali a muito tempo...- Você pode ficar aqui ou pode sair comigo! - Itachi apareceu quase que do nada - Temos uma festa hoje, daqui a pouco!
- Não quero ir!
- Infelizmente, insistiram que vá!
- Então porque me deu duas opções? - Itachi não a respondeu, ele havia se tornado quase mudo durante aqueles dias e era melhor assim.
Desceram até o meio da multidão juntos depois de um tempo, como se fossem um casal feliz mas a expressão de Sakura não podia ser mudada muito menos a face aristocrática de Itachi.
- Seu pai está aqui.. - Itachi sussurrou baixo enquanto segurava o braço de Sakura se dirigindo até as mesas - Não faça nenhuma gracinha!
Sakura se manteu calada podia ver seu pai sentado em uma mesa distante junto aos homens que antes conhecia como advogados ou "amigos". Passaram-se longos minutos em que Sakura fazia o papel de boa moça, cumprimentando as pessoas que nem conhecia mas que já sabiam muito sobre ela, Itachi não a olhava e era melhor assim. Estavam de pé ouvindo a conversa de alguns homens, a seu lado Itachi continuava irredutível até Sakura sentir a ponta de seus dedos tocarem em sua mão. Ele queria tocá-la, queria senti-la a seu lado. Mas Sakura recuou.
Depois de comerem alguns movimentos estranhos começou a chamar atenção das pessoas que estavam sentadas com Sakura e Itachi, estavam eufóricos e confusos até ouvirem uma voz ao microfone.
- Boa noite a todos vocês, eu queria apenas dizer algo breve! - o homem de cabelo levemente rosado e velho subiu ao palanque segurando um microfone, Kizashi Haruno.
- Vamos embora, Sakura! - Itachi falou para a garota que rapidamente se levantou sendo segurada pelo Uchiha.
- Há alguns meses atrás minha filha foi sequestrada e todos vocês sabem a importância da família no meio em que vivemos. Concordam que a família é o único bem mais precioso do que os negócios, não é mesmo?
As pessoas começavam a cochichar baixo e alguns olhares foram direcionados a Sakura e Itachi que agora se aproximavam das escadas, a Haruno pediu para que ele parasse, queria ouvir o que ele tinha a dizer mesmo Itachi insistindo para que subissem.
- O homem que sequestrou a minha filha, é o filho desse homem! - Kizashi deu alguns passos para trás permitindo que as pessoas tivessem a imagem do telão por completo. Os murmúrios horrorizados vieram em grande escala, a foto que era revelada na tela era de Fugaku em volta a uma poça de sangue com o rosto desfigurado. Sakura tomou uma expressão horrorizada e naquela momento Itachi soube o que estava por vir - Todos aqui lembram o quanto lamentamos a morte de Fugaku Uchiha, uma morte sem explicação, sem lógica alguma. Mas hoje lhes mostrarei a verdade! - Kizashi acenou para alguém no fundo do salão e revelou a imagem, a imagem de Itachi saindo da casa onde Fugaku foi morto, as mãos e roupas sujas de sangue e o rosto sem nenhuma expressão de choro ou tristeza - Esse foi o homem que desfigurou Fugaku Uchiha e que também sequestrou a minha filha, seu próprio filho Itachi Uchiha!
Os murmúrios se tornaram mais altos, olhares repreensivos se direcionaram a Itachi, as palavras que Kizashi falou depois nem ao menos foram escutadas aquela notícia era o suficiente. Madara apareceu retirando Kizashi a força de cima do palanque, estava furioso e ao mesmo tempo preocupado.
- V-você.. - Sakura tremeu ao olhar lata Itachi que estava inexpressivo, com os olhos verdes marejados - V-você matou o seu pai?
Sakura perguntou mesmo já sabendo e temendo a resposta, Itachi não a respondeu apenas se virou subindo as escadas e deixando todas aquelas pessoas com as mentes repletas de perguntas, não devia satisfação a nenhuma. Sakura demorou mas o seguiu, se manteve inerte durante vários minutos. Itachi se trancou no banheiro, nenhum ruído podia ser ouvido.
Sakura não tinha reação, não sabia o que poderia dizer estava abismada e assustada. De tudo o que imaginou que Itachi pudesse fazer aquilo não passou por sua cabeça. Quando ouviu o barulho da porta se abrir, Itachi estava com os dois botões da camisa abertos, a gravata frouxa e o olhar num misto de tristeza e desistência.
- Vá.. - ele falou sem a olhar, seus olhos estavam direcionados a janela.
- O que?
- Seu pai está te esperando lá fora, pode partir... Não te manterei mais aqui comigo!
- I-Itachi você.. - Sakura tentou dialogar, não é porque não queria ir embora, mas naquele momento sua preocupação era outra.
- Vai embora, Sakura!
Sakura se retirou do quarto sem pegar qualquer objeto ou roupa, desceu as escadas chorando e rápido. Não tinha opção, voltaria para Sicília com seu pai e se tivesse um pingo de sorte o apartamento e emprego que havia ganhado ainda estariam de pé. Quando chegou em frente ao carro de seu pai ele abriu os braços para lhe dar um abraço de saudades, mas Sakura o recusou.
- Vamos para casa, minha filha...
Sakura olhava pela janela do carro se despedindo de tudo aquilo, se despedindo de Itachi. Não voltaria a vê-lo tão cedo...

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Meu gangster
Teen FictionEle me fez sentir coisas, emoções. Ele me fez sentir todas as emoções universais e a que eu escolhi se entregar foi a mais errada. Emoções fortes ou não, era apenas com ele que eu me via viva. Uma história de amor que tinha tudo para dar errado...