10- Estrelas

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    — Ponto de paz? — Perguntei.

    — Exatamente. — Ela disse fechando os olhos.

    — Achei que o ponto de paz da mulher era o clitóris.

Ela se apoiou nos cotovelos, olhando para mim.

    — Não. Esse é o ponto de prazer. — Ela falou.

    — O que é a mesma coisa.

    — Não são não. Ponto de prazer, te proporciona prazer. Ponto de paz, de proporciona paz. E outra, ponto de paz é um lugar, e não uma parte do corpo.

    — Mas de certa forma, a paz te proporciona prazer.

    — Mas são dois prazeres totalmente diferentes. — Ela rebateu.

    — Na verdade... — Antes que eu pudesse terminar de falar, ela me interrompeu.

    — Ah foda-se, Jughead. Quem sente o prazer sou eu, então não discute.

Ela me puxou para a cama, fazendo com que eu me deitasse ao seu lado. Ela chegou mais para perto, apoiando a cabeça em meu ombro.

    — Por que exatamente você me trouxe aqui? — Perguntei depois de um tempo.

Para me matar?

Ela simplesmente se sentou no meu colo, pondo um perna de cada lado do meu corpo.

Ô caralho... não provoca, loira.

    — Sabe, Jones... Esse é um ótimo momento para calar a boca. — Ela disse desabotoando um botão da minha camisa, deixando alguns beijos no meu pescoço. — Idiota. — Ela se deitou novamente ao meu lado.

Porra, qual é a dela?

    — É aqui que costumo falar com ela. — A loira disse observando atentamente as estrelas.

    — O que? — Perguntei sem entender.

O que você acredita que acontece quando as pessoas morrem. — Ela se pôs sentada, ainda olhando para o céu estrelado através do teto de vidro.

Bom... — Falei me pondo sentado também. — Nada. Elas simplesmente deixam de existir.

Eu não acho isso. — Ela falou com firmeza. — Acho que elas de alguma forma, se tornam parte da galáxia. Simplesmente. Suas almas são guardadas em um ponto luminoso.

Então, você acredita que elas se tornam estrelas?

Ela assentiu com a cabeça.

    — Por que você é tão apegada a elas? — Perguntei.

    — Meu avô costumava me trazer aqui desde pequena, me fazendo muito próxima delas. Eu sofria muito bullying, então as estrelas me faziam sentir menos sozinha. Ninguém nem sabe que esse lugar existe. Nem o JJ. — Ela deu uma pausa. — Bom, agora você sabe.

Ok... então eu fui a única pessoa que ela trouxe aqui? Legal...

    — Meu avô também acreditava que as pessoas viram estrelas. Quando ele morreu, uma nova estrela surgiu no céu. — Ela disse se levantando e indo até a escrivaninha. Ela pegou um papel azul e me entregou. — Isso é um mapa de todas as estrelas visíveis a olho nu deste exato local. Sei ele de cabeça. Esse pontinho amarelo, é a estrela dele. — Ela disse apontando no mapa. Logo depois olhou para o céu e apontou. — Ali.

Isso é loucura.

    — Addy... — Falei. — O que houve com ela?

É... eu fui insensível. De novo.

    — Bem... eu sei que o JJ te falou um pouco sobre ela. — Ela soltou um suspiro, tirando a blusa e os shorts, ficando de calcinha e sutiã, como se eu não estivesse ali. — Minha familia e eu nos mudamos para Riverdale quando minha mãe engravidou da Addy. Eu e jj tínhamos onze anos. — Ela veio até mim e começou s desabotoar minha camisa, a tirando em seguida. — Meu pai sempre foi muito... abusivo. Tanto comigo tanto com a minha mãe.

Betty, não precisa me contar. — Falei.

Tá tudo bem, Jones... — Ela se deitou ao meu lado, fazendo eu me deitar também. — Isso é passado.

Ela deitou a cabeça sobre meu ombro, fazendo com que meu braço abraçasse seu pescoço. Entrelaçou suas pernas nas minhas, deixando nossos corpos... muito próximos. Seus dedos faziam carinho descendo levemente do meu peito para meu abdômen.

Quando ele chegava em casa bêbado, ele batia na minha mãe, e em mim também. Mas o JJ sempre apanhou bem mais que eu, tentando me proteger.

Um nó se formou na minha garganta. Eu nunca iria imaginar tudo isso.

Quando a Addy nasceu, eu e JJ protegíamos ela como se fosse nossa vida. Minha mãe trabalhava muito para sustentar a casa, e meu pai saia para beber bem cedo, JJ e eu estudávamos de manhã, saíamos da escola e a buscávamos na creche. — Ela deu uma pausa e respirou fundo. — Há dois anos, nós fomos buscá-la, mais ela não estava lá. Meu pai tinha a buscado. JJ e eu corremos para casa o mais rápido que conseguimos, mas era tarde demais. — Ela afundou o rosto em meu ombro. — Ele matou ela, Jughead.

Puxei ela mais para perto, a abraçando.

Ele foi condenado a cadeira elétrica. — Ela falou. — Eu queria ter visto ele sofrer. Ele merecia.

Você é a pessoa mais forte que eu já conheci. — Falei.

Você não precisa dizer isso. — Ela deu uma risada sem graça.

Não... eu estou falando sério. Você é... — Hesitei. — incrível.

Ela olhou nos meus olhos por um tempo e me deu um beijo. Eu apenas retribui, no ritmo dela.

Obrigada. — Ela sussurrou.

Ficamos um tempo conversando, sobre as estrelas e coisas como o universo. Isso realmente significa muito para ela.

Então, ela te responde? — Perguntei. Estamos falando sobre Addy.

Betty disse que no dia que Addy morreu, surgiu uma nova estrela, assim como aconteceu com seu avô.

Não literalmente. Mas sinto que ela está comigo. — Ela falou. — Eu to com fome. — Ela disse se levantando.

Desviei meus olhos do corpo dela, me sentindo um babaca. Eu sei que é desrespeitoso, mas as vezes é automático.

Você não vem? — Ela perguntou.

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Vcs são videntes👁👄👁

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