30- Presente

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Depois de umas horas, quando julguei ser por volta de umas nove da manhã, JJ acordou.

Olhei para trás, sem me mover muito quando vi ele sair de dentro da casa. Ele apertou os olhos por conta da claridade repentina, olhando para mim.

Ele se aproximou com um sorrisinho no rosto e cruzou os braços.

    — Já posso te chamar de cunhado? — Ele brincou, me fazendo rir e balançar a cabeça negativamente.

Ele se sentou ao meu lado. Olhou para os pulsos de Betty enrolados com gazes e os pegou levemente, levantando o curativo para ver os cortes.

Ele engoliu seco, enrolando as gazes novamente. Esfregou as mãos nos olhos e respirou fundo.

    — Me sinto tão culpado por não poder protegê-la disso. — Ele indicou os cortes. — Não é a primeira vez que as coisas saem do controle assim.

    — Você não consegue protegê-la de tudo, cara. Infelizmente. — Falei.

    — Mas eu preciso. — Ele disse acompanhando meus dedos deslizarem pelas bochechas de Betty. — Sempre a protegi, não vai ser agora que vou parar.

Ficamos um tempo em silêncio. O barulho das calmas ondas indo de um lado para o outro com a ajuda dos ventos tomou nossos ouvidos.

    — Ela é a pessoa mais forte que já conheci. — Falei aconchegando Betty em meu colo, para deixá-la mais confortável, a envolvi com os braços.

JJ assentiu com a cabeça.

    — Ela é. — Falou e deu uma pausa. — Você parece gostar mesmo dela. — Ele sorriu para mim sem mostrar os dentes.

    — É... — Soltei uma risada fraca.

Passei a acariciar os fios dourados de Betty, admirando seu rosto.

    — É bom ver que ela encontrou alguém que a ama. — Ele disse, seus olhos encheram de lágrimas.

    — Você tá chorando? — Falei dando uma risadinha.

    — Eu espero que cuide muito bem dela, cabeça de jarro. — Ele disse enxugando algumas lágrimas que ameaçavam cair.

Dei um soquinho em seu braço, o fazendo rir.

    — Fica tranquilo. — Dei um sorrisinho fraco.

Betty se remexeu em meu colo, murmurando algo que nem eu nem JJ conseguimos identificar.

    — Tem como pararem de falar? — Ela reclamou ainda dormindo. — Que encheção de saco!

JJ e eu não aguentamos e caímos na gargalhada.

    — As vezes ela me xinga dormindo. — Ele falou baixo, ainda rindo.

Respirei fundo para cessar meu riso.

    — Até dormindo é estressada. — Falei começando a rir de novo.

Betty abriu os olhos lentamente.

    — O que é tão engraçado? — Ela disse bocejando. — Suas risadas me acordaram.

    — Nada... — Falei baixinho, acariciando seu rosto.

Sua mão de encontrou com a minha, ela pareceu pensar por uns minutos antes de dar um pulo junto a um grito, assustando tanto eu quanto JJ.

Por deus, garota! Você acabou de acordar, que disposição é essa? Quer me matar? — JJ ralhou verificando sua pulsação no pescoço.

Tá tudo bem? — Perguntei me recuperando do susto e rindo.

Amanhã é seu aniversário! — Ela disse segurando meu rosto e me dando um rápido selinho.

Logo em seguida, me puxou e me levantou, se pendurando em meu pescoço. JJ ria da minha situação.

Agora a responsabilidade de aturar é toda sua, parceiro. — Ele riu.

Betty revirou os olhos e olhos para mim.

Posso dar seu presente agora? — Ela perguntou dando pulinhos, animada.

Presente? — Perguntei confuso e ela assentiu com a cabeça. — Ah, Betty... eu te disse que não precisava. Odeio aniversários.

Ela franziu o cenho e fez bico.

Ah, qual é... eu já comprei!

Devolva e compre algo para você. — Falei.

Credo, que insensível! — Ela falou com uma expressão emburrada.

Você já é meu maior presente. — Fiz uma voz dramática para brincar com o clichê, mas Betty não pareceu se alegrar. — Tá, eu aceito o tal presente. — Cedi.

Ela de um gritinho de alegria e correu para dentro de casa. JJ olhava para mim de braços cruzados e um sorrisinho convencido.

    — E é a partir daí, que você se torna incapaz de dizer "não". — Ele riu. — Bem vindo ao time.

Betty voltou correndo, com uma caixa média na mão. O embrulho era um papel azul cintilante, com um laço dourado.

    — Sente-se. — Ela disse.

Me sentei ao lado de JJ e ela se sentou em nossa frente. Ela me entregou a caixa, que rapidamente eu desembrulhei.

Quando abri, e vi o que havia dentro, fiquei simplesmente paralisado e sem saber o que fazer.

    — Isso é...

    — Uma Nikon D750? Claro que é! — Ela sorriu. — Conta com LCD articulável, sensor de imagem CMOS em formato FX de 24.3MP tem ainda a ajuda do processador de imagens EXPEED 4, conclusão: baixo ruído e altas taxas de velocidade de quadro. E como várias câmeras DSLR, essa é mais uma a contar com Wi-Fi integrado. — Ela disse dando uma batidinha na caixa.

    — Betty! Ficou maluca? — Falei pegando cuidadosamente a câmera e a admirando. — Essa câmera custa mais que o meu rim!

    — Você gostou? — Ela perguntou e sorriu mordendo os lábios.

    — O que? É claro que eu gostei. — Falei abrindo um sorriso que logo se desfez. — Só não queria que não tivesse gastado tanto...

    — Ah, me poupe. — Ela revirou os olhos. — Sabemos que o dinheiro não é o problema aqui. — Ela fez uma pausa e aproximou seu rosto do meu. — Você vai ter que fazer uma sessão de fotos minhas. — Ela sorriu e me deu um selinho.

    — Dependendo do tipo de foto eu topo. — Sorri maliciosamente.

    — Ei! — JJ estalou os dedos em frente à meus olhos. — To aqui, rapaz! — Falou me fazendo rir.

    — Obrigado, Betty. — Falei.

    — Não há de quê. — Ela respondeu, me dando um selinho demorado.

Ela separou nossos lábios e se virou para JJ.

    — Você achou as pranchas que procurou no porão ontem? — Ela perguntou.

    — Sim, por quê?

    — Quantas?

    — Especificamente? Não contei. Acho que umas sete. — Ele respondeu.

    — Ótimo. — Ela falou, se virando para mim. — Jughead Jones... é hoje que você aprende a surfar!

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Lembrei daquela música do filme de sereia da Barbie... esqueci o nome dele... só sei que a música era assim: É A RAINHA DAS ONDAS -A - A -AAAAAA sla... KKKKKKKKKK

Não se esqueça de clicar na estrelinha se gostou❣️✨

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