39- Te beijar foi um erro

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No dia seguinte, no Domingo, todos fizemos nossas malas para irmos embora, de volta para Riverdale.

O clima no barco foi tenso, no primeiro voo, nem se fala. Kiara trocou de lugar comigo e foi ao lado de Betty, enquanto eu fui com JJ. No jantar de ontem, Betty saiu do quarto para comer, não parecia triste, nem abalada. Já eu, estava totalmente acabado, e não tive o porquê não demonstrar isso. Ela sabia. Não trocamos um olhar sequer desde a briga. Pelo menos ela não olhou para mim, porque eu mal conseguia tirar os olhos dela.

E aqui estou eu, a observando ler um livro na cadeira do aeroporto em que fazíamos conexão. Já estávamos umas duas horas sentados esperando o próximo voo aqui no aeroporto de Miami, e Betty nem sequer deu uma espiada por cima do livro para me olhar.

Tentei espiar qual livro ela lia. Chemical Hearts, já ouvi falar. Ela sorriu tristemente para o livro, parecendo ler uma cena triste ou fofa, eu sei lá. Só sei que tentei focar e memorizar o máximo possível de sua expressão naquele momento.

JJ chegou xingando e reclamando junto com Kiara.

    — O que aconteceu? — Perguntei.

    — A agência de voos disse que ficaremos aqui por mais umas duas ou quatro horas. — Ele falou, se jogando no assento ao meu lado, enquanto Kiara se sentava calmamente ao lado de Betty.

Quatro horas? — Perguntei sem acreditar. — Mas por quê?

Por causa de um fugitivo filho da puta que entrou no aeroporto com alguma coisa lá que não prestei atenção. O aeroporto todo foi fechado. Ninguém entra, ninguém sai, até acharem o desgraçado. — Ele bufou.

Você é muito estressado! — Kiara falou. — São só umas horinhas.

JJ revirou os olhos.

Umas horinhas em que eu podia estar surfando, comendo e afins. — Ele reclamou.

Vem. — Kiara levantou puxando a mão dele. — Vamos comer alguma coisa então.

Quer vir, Jughead? — Ele me perguntou.

Não, valeu. Vou no banheiro. — Falei me levantando e andando para a direção oposta à deles.

Era impresionante como Betty parecia nao demonstrar nenhum sentimento naquele momento. Sua expressão era indiferente.

Quando estava cruzando o aeroporto para ir ao banheiro, escutei uma voz feminina me chamar:

    — Juggie! — A garota de mechas roxas me chamou.

    — Toni? — Falei confuso quando a observei vindo em minha direção.

    — Aí meu deus, é você mesmo! — Ela disse correndo até mim e me dando um abraço apertado.

Dei uma risada.

    — O que faz aqui? — Ela perguntou.

    — Estava voltando da ilha com uns amigos. — Falei.

    — Ah! Ontem foi seu aniversário! Eu estava com o dia tão corrido que me esqueci de te mandar parabéns. — Ela falou levando a mão até a testa.

    — Sem problemas, você sabe que eu odeio comemorações. — Dei risada.

    — Verdade. — Ela riu de volta.

    — Mas e você, o que faz aqui? — Perguntei.

    — Estou voltando de um trabalho, me contrataram para fotografar um concurso de moda. — Ela disse radiante.

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