— Betty me explica o que aconteceu. — Falei tentando manter a calma, mas quanto mais ela chorava mais minhas mãos tremiam.
— Por favor... só fique comigo agora. Eu preciso de você. — Ela falava entre soluços. — Por favor Jughead. — Ela disse chorando ainda mais contra meu peito.
— Tá bem, tá bem... — Falei baixinho tentando acalma-la. — Eu estou aqui... estou bem aqui. — Acariciava os cabelos dela, sem sabe o que fazer para melhorar aquela situação.
Me sentia incapaz de confortá-la, mas sabia que tudo o que ela precisava agora, era alguém que pudesse fazê-la se sentir segura.
Sentia suas lágrimas desesperadas descendo pelo meu peito nu. Nunca tinha visto Betty chorar daquele jeito.
Olhei para o relógio pendurado na parede, iluminado apenas pela luz da lua que passava por minha janela aberta. Eram duas da manhã.
Betty chorava sem parar, e eu não sabia como ajudá-la. Não sabia o que estava acontecendo.
Percebi algo vermelho escorrendo pelo meu peito. Era... sangue?
Que porra é essa?
— Betty! — Falei desesperadamente, me pondo sentado.
Puxei seus braços para a minha visão, e foi aí que eu vi, seus pulsos estavam sangrando. Uma tonelada de culpa veio em minha consciência. Minha respiração ficou trêmula.
— Merda, merda, merda. — Falei me levantando e correndo até a cozinha, onde eu sabia que ficava um maleta de primeiros socorros no armário.
Voltei para o quarto o mais rápido que eu pude.
Tentei pegar seu braço, mas ela resistiu. Uma expressão de pavor surgiu em seu rosto enquanto ela chorava desesperadamente.
— Betty, eu não vou te machucar! — Falei percebendo seu medo. — Eu prometo!
Ela deixou que eu pegasse sua mão. Olhei seus pulsos, não eram cortes tão profundos, mas o suficiente para estarem sangrando daquele jeito.
Fui ao banheiro e lavei bem minhas mãos com água e sabão. Voltei e peguei um antisséptico e algumas gazes na maleta.
— Isso vai arder. — Falei. — Aperta minha perna se sentir muita dor.
Ela assentiu com a cabeça. Passei um pouco de antisséptico na gaze e limpei os cortes com cuidado. Betty cravou as unhas em minha perna, prendendo um grito de dor.
Meu coração se apertou, odiava tanto a ideia de que ela estava sofrendo, que nem reparei em quão forte ela apertava minha perna.
Peguei seu outro pulso e limpei os cortes também. Enrolei gazes com cuidado em seus cortes.
Suas mãos relaxaram em minhas pernas e ela limpou as lágrimas que escorriam em seu rosto sem parar.
Me levantei da cama enquanto guardava as coisas que havia usado na maleta novamente.
— A dor passou um pouco? — Perguntei colocando uma mecha de cabelo atrás de sua orelha. Ela apenas assentiu com a cabeça.
Me sentei em uma cadeira em frente à cama e fiquei observando Betty, preocupado.
— Por que está fazendo isso? — Ela me perguntou.
— Isso o que?
— Está olhando como se estivesse me julgando.
Respirei fundo.
— Por que se corta? Em que isso ajuda? Você podia ter morrido! — Falei.
— Você não entende Jughead... não é você que sente. E isso não importa. — Ela disse, se recompondo.
— Isso importa sim, Betty! Você acha que eu ficaria bem sabendo que fez isso por minha causa? Por minha culpa? — Percebi que levantei um pouco a voz e respirei fundo. — Desculpe. Não queria ser grosso. — Falei. — Eu acabei de perceber que eu realmente te amo, Betty. Não sei o que faria sem você aqui comigo.
Ela abaixou os olhos.
— Isso não é culpa sua, Juggie. Nunca foi. — Ela se explicou. — Minha própria mente me sabota diariamente.
Fiquei em silêncio.
— Será que podemos conversar... sobre hoje? — Ela perguntou baixinho.
— Não acho que seja uma boa hora. — Respondi.
— E quando vai ser? — Ela falou. — Você nem me olha nos olhos!
— Não aja como se isso fosse minha culpa. — Rebati.
— Porra, eu sei que toda essa merda é culpa minha! Não estou agindo como se não soubesse disso. Por isso que quero conversar com você. Preciso esclarecer o que estou sentindo!
Respirei fundo e fiquem em silêncio por um tempo.
— Quero saber o que há com você. — Falei. Betty pareceu se espantar com isso. — Eu quero saber a verdade, sobre o que você sente por mim. Só assim eu poderia te dizer o que está na minha mente.
Fiz uma pausa.
— Eu estive te desejando tanto, mas parece que eu não posso chegar até você. — Continuei. — Pensei que eu era bom, mas ainda me sinto triste... me diga o que você quer fazer? — Soltei um suspiro. — Me deixe saber... eu me sinto confuso sobre você.
— Eu sei... eu entendo como se sente.
— Então me diga como você está se sentindo.
Ela respirou fundo e deu tapinhas na cama para que eu me sentasse ao lado dela. Soltei um suspiro me sentei na cama.
— Eu... — Ela tentou falar mais não conseguiu.
— Você o que? — Perguntei.
— Eu te amo, Juggie.
— Espera... o que? — Perguntei confuso.
Ela se sentou em meu colo, pondo uma perna em cada lado do meu corpo e segurou minha nuca.
— JJ me disse se eu te visse com qualquer outra garota, ficaria destruída. E é verdade. — Ela falou se ajeitando mais em meu colo. — Eu ficaria destruída porque eu te amo. Eu te amo e não quero te perder. Não quero ter que vê-lo com outra para perceber isso.
Apertei os lábios para conter a vontade de beija-la. Pude ver a decepção em seu rosto.
— Não vai dizer nada? — Ela acariciou meu rosto.
— Eu não consigo te entender. — Falei.
— Como assim?
— Você percebeu de uma hora para a outra que me amava? — Perguntei confuso.
Ela balançou a cabeça negativamente.
— JJ tem razão. — Ela admitiu. — Quando senti medo, coloquei outro sentimento para cobrir o que eu realmente sentia.
Olhei bem no fundo de seu olhos. A coloquei deitada na cama e deitei ao lado dela enquanto ela se ajeitava em meu peito.
— Melhor você refletir um pouco. — Falei.
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About The Stars
Fanfiction[+18] • "Isso é apenas uma transa, ok? Não se apegue." Jughead Jones se muda para Riverdale junto com a mãe e a irmã mais nova quando seus pais se separam. Achando que nunca se apaixonaria novamente, provou a si mesmo que estava errado quando uma g...