Capítulo 5

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Os primeiros raios de sol invadiam meu quarto quando eu abri meus olhos. Olhei para o lado e vi que Mari já havia levantado, eu me mexo um pouco na cama e não sinto dor, bom, isso deve ser um sinal positivo.

Pego meu celular e vejo a hora, ainda é sete da manhã nas vejo as notificações e me deparo com varias mensagens e ligações perdidas dele, jogo o aparelho na cama e respiro fundo.

O que ele quer?

Quer saber, espero que me esqueça, hoje mesmo eu vou trocar esse número de celular não tem porque ele manter contato comigo, ele já tem a namorada, e não quero confusão com ninguém.

Retiro o lençol de cima de mim e respiro fundo antes de por minhas pernas para fora da cama e me levantar lentamente.

Ok, tudo bem, não senti nada, acho que foi so a decepção mesmo. Penso novamente nas fotos e sinto gosto amargo na boca, preciso esquecer ele, preciso retirar ele da minha vida, e esse filho, é so meu, somente meu.

— Vamos ficar bem meu amor, a mamãe promete, te amo muito — falo acariciando minha barriga.

Pego a minha toalha e vou caminhando para o banheiro, como a porta do meu quarto esta trancada, provavelmente Mari tenha trancado para que não me acordasse com barulhos, eu deixo a porta do banheiro aberta, ligo a água quente, tiro minha roupa e me olho no espelho, estou com olheiras terríveis, e o meu rosto ainda está bem marcado devido ao acidente.

É difícil usar só uma mão para fazer as coisas, depois de ter brigado com o fecho do meu sutiã eu consigo ficar completamente nua, preciso lembrar a Mari de comprar sutiãs com fecho na frente enquanto eu estiver usando isso na mão.

Entro debaixo do chuveiro e deixo a água limpar meu corpo, esperando que ela leve embora a dor do meu coração, mas é bem inútil pensar assim.

Com cuidado pra não molhar os machucados e nem a atadura do meu pulso, pego sabonete e começo a me ensaboar, lavo meu corpo inteiro e assim que termino eu saio e me enrolo na toalha, vou ate a pia pra escovar meus dentes e quando levanto meu braço sinto aquela dor de novo.

— Não, de novo não, ai! — meus joelhos cedem, está mais forte que ontem, já sinto o suor se formando em minha testa, se misturando as gotículas de água que ainda restam.

Tento me sentar e quando me ajeito vejo sangue no chão, olho para meus joelhos e não vejo nada, mas quando eu levanto minha toalha, meu mundo para nesse instante.

Estou sangrando, meu Deus!

Entro em desespero, tento me levantar, mas a dor está aumentando a cada movimento que eu faço, começo a chorar temendo o pior.

— Mari! Mari socorro! — grito já chorando, tento me levantar, mas não consigo. Rogo em silencio a Deus, que proteja meu pequeno, por favor, por favor.

— Camila! — ela chega no banheiro — Meu Deus! — ela entra e logo se agacha ao meu lado, preocupada. — Cami o que você fez, o que aconteceu? Meu Deus precisamos te levar ao hospital, vem — ela tenta me levantar, mas é inútil, não adianta, porque eu não consigo me mexer.

— Não consigo, não dá, ta doendo demais — eu choro — Mari, meu filho, faz alguma coisa, não deixa acontecer nada com ele por favor — eu choro, já nem sei mais se é pela dor ou pelo medo.

— Calma! Calma! — ela me cobre o máximo que consegue e coloca uma toalha no meio das minhas pernas — Carlos! — ela grita — Seu Carlos socorro! Por favor venha aqui! — ela me olha com lágrimas nos olhos e preocupada — vai ficar tudo bem, vai ficar tudo bem, calma — ela beija minha testa e logo em seguida seu Carlos aparece.

O Lado Escuro Dos Sonhos - Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora