Capítulo VII

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As velhas portas de madeira cruzei tendo meu coração um vazio nunca sentindo, pela primeira vez em muitos anos; dor, lástima, culpa e sentimentos nunca experimentados desfrutei nesse pequenino tempo

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As velhas portas de madeira cruzei tendo meu coração um vazio nunca sentindo, pela primeira vez em muitos anos; dor, lástima, culpa e sentimentos nunca experimentados desfrutei nesse pequenino tempo. O tempo, o famoso tempo jamais esteve ao meu lado e quando acreditei estar, ele, o tempo, me traiu.

— A loucura lhe tortura, senhor? — Segundos atrás diria que era um fantasma, mas no momento esse fantasma chama-se Charlotte.

— Resolveu perambular pela casa como uma alma atormentada, Srta. Charlotte?

— Suas piadas me enojam.

— Se tanto causo lhe asco porque ainda vive sobre meu teto?

— Acaso esqueceste que sou sua refém?

— A mais bela e perfeita de todas as reféns. — Ousei tocar nas lindas maçãs de seu rosto, mas ódio senti dessa delicada mulher. — Poderia... — Fora interrompido pela graça de suas afiadas palavras.

— Pode dizer onde está meu filho, Sr. Embaixador? — Indignada interrogou a mulher que fazia meu coração explodir como um vulcão. — Seja rápido, pois estou cansado de suas mentiras.

— Eu decido, eu faço as regras. — Enfatizei. 

Ela enlouqueceu, Charlotte estava possuída, pois essa mulher que se revelava era desconhecida, eram iguais e, ao mesmo tempo, diferente. Seu semblante refletia a imagem do terror e o pulsar de seu coração repelia através dos pulmões o ar da morte que me rodeava e causava os medos mais tenebrosos que um ser humano pode em vida comprovar.

— As regras estão mudando seu demônio, eu faço as regras. — Gritou a mulher que na parede selou com um tiro da velha pistola. — Estou sendo clara, ou preciso acertar seu coração de pedra? — Perguntou.

— Por favor, tenha clemencia, meu amor.

— Não me chame de amor, pois não sou seu amor. Eu lhe odeio e se pudesse, mataria agora sem piedade.

Não lhe tiro a razão e como não surtaria, afinal, estou lhe quitando cada dia um pedaço de esperança e, o amor, esse matei com todo meu sufocante amor. Nostálgico, irônico porem a triste e real verdade.

— Eu não sou como você. — Ela riu, ela chorou, tudo estava misturado em um só sentimento. — Jamais tirarei a vida seja esta pessoa inocente ou culpada. — Instantaneamente ela arremessou a pistola para longe, distante do alcance de ambos.

— Assim desejo. — Declarei. — Germana lhe fara companhia.

— Não desejo a companhia de Germana, anseio o calor de meu filho e este terei nem que seja a última coisa que terei nessa maldita vida. — Disse entre lágrimas e soluços.

É um grande martírio viver ao lado desse homem onde nada cresce, nada floresce, onde os invernos são eternos e a primavera parece ser apenas um sonho de criança que nunca se realizara. É um pecado amar e não ser amado, desejar ser lembrado, todavia, ser esquecido, porém, quem trevas semeia tempestade com bonança colhe. Não vejo futuro e nem um presente se quer o tenho, sou uma sombra, trapos, restos de um antigo amor. 

Minha ascensão fora repentina, concluindo, minha queda está mais visível que no início dessa jornada suicida em busca de vingança e poder, melhor, o fim já começou antes mesmo do que imaginei.

— É para o Sr. Embaixador. — Charlotte jogou sobre a mesa uma carta com o selo de sua majestade Dom Pedro. — Com sua licença, lamento informar, porém, o ar está irrespirável. — Acrescentou cheia de fúria.

Mentira, ela mente e seus reluzentes olhos dizem o contrário de sua boca.

Açúcar: A vingança do barão/ Livro 2 da série Açúcar.Onde histórias criam vida. Descubra agora