Capítulo X

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Já não suporto e me torturo em rever sua imagem cravada em minha perturbada memória e clamo piedade e misericórdia, afinal esses pecados estão levando-me ao inferno

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Já não suporto e me torturo em rever sua imagem cravada em minha perturbada memória e clamo piedade e misericórdia, afinal esses pecados estão levando-me ao inferno.

— O que desejam as três mulheres, assentada em minha mesa?

— Está sóbrio senhor, meu marido? — Indagou Victoria o fantasma de pele macia, olhos brilhantes e dona de um veneno que corrói minhas insanidades.

— Estou farto de sua incômoda presença, Sra. Duquesa de Madrid!

— Querido... sou fruto de sua imaginação.

 Gritei e perdi o controle, e sim, um fantasma, uma mulher a qual apenas eu tenho o poder de vê-la.

— Perdeu a razão, querido? — Ela saboreava esse momento com prazer. — Belo presente que a vida lhe entrega. — Entoou com raiva a Srta. Jade Radamés Alarcon.

Três mulheres me assombram, mas apenas duas são reais. As duas senhoritas continuaram a falar e palavras das quais não repetirei ouvi aos fundos, sendo que a sombra de Victoria fora o meu maior pesadelo.

— Estou sentindo e vejo o exato momento de minha morte... — Victoria assoprou em minha face. — Sinta o que senti, covarde!

Carregado pelas sombras negras, sendo está, escoltado pelos terríveis cavalheiros do apocalipse, rogo piedade e misericórdia, mas essa terrível mulher a quem a uma vida de inferno condenei hoje tem o prazer de lembrar que minha existência é um mero e insignificante detalhe, visto que, amaldiçoado há um longo tempo estou.

— Eles estão chegando. — Suas palavras foram faladas e, ao mesmo tempo, esquecidas. — Acorde! — Gritou Victoria. — Acorde! Acorde! Acorde, meu querido.

Queria e desejava reviver, mas estava cego e paralisado em meio ao olhar calmo e apaixonante de minha falecida esposa, embora tão real digo que não passa de uma sã tormenta, frutos de meus insanos pecados.

Ela fazia se presente e cercava a minha cadeira e suas ordens sussurravam-me a todo momento, mas estava cego, envenenado por sua constante e inóspita presença. Cabelos castanhos claros e um penteado que me fascinou no princípio, ela vestia um vestido claro com bordados em laranja e tudo ao seu redor era tentador como no início.

— Acorde! — Victoria ordenou, mas aos poucos ela se desfez e em seu lugar a imagem de Charlotte resplandeceu.

— Estou falando com o senhor e ordeno que fuja...

— Fugir? — Perguntei sem entender o real motivo dessa ordem.

— Queria entregá-lo e adoraria não sentir o que sinto. — Revelou Charlotte em meio a uma mare de lágrimas. — Saia logo, senhor!

— Vou ficar e assim será. — Disse convicto e tendo em um futuro a esperança como redenção.

— Não posso permitir.

— Explique-se, Srta. Charlotte?

— Não há tempo, por favor, faça o que lhe peço e seja um bom cavalheiro ao menos uma vez na vida.

Açúcar: A vingança do barão/ Livro 2 da série Açúcar.Onde histórias criam vida. Descubra agora