Capítulo XIII

43 5 38
                                    

Onde está mulher que se escondeu durante todos esses anos, embaixo da terra não consigo crer, todavia uma toupeira de sua índole não me surpreenderia

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Onde está mulher que se escondeu durante todos esses anos, embaixo da terra não consigo crer, todavia uma toupeira de sua índole não me surpreenderia. Dona Alberta é a grande toupeira da família. Me ausentando dessa velha a qual odeio profundamente a música contribuía na mesma sintonia de uma fina garoa que molhava à terra e alegrava o espírito. Doce Srta. Charlotte e a poucos passos o calor de sua presença revivia o fantasma, essa mulher não me ama, fingiu que me amou e sobretudo acreditei, enfim, Charlotte me traiu, mas sua traição está perdoada, afinal, mesmo tendo partindo meu coração em dois, eu ainda lhe perdoo.

É com profundas mágoas que revelo que acreditei em suas quentes e doces palavras, acreditei quando fitei em seus azulados olhos e de amores, perdido vaguei, tornei-me um vassalo de vossa boca e carrego para todo o sempre o martírio de ser um perdedor. Melhor e verdade seja dita, pois, acreditei nesse conto e donde vivo ao mundo dos vivos não retornarei nem nessa e nem outra vida e sei que meu castigo é perambular sem descanso por essa infinita e humilde terra.

O relincho dos cavalos não pode ser ignorado e em meio ao furor daquela festa corri para a varanda deste palacete de origens portuguesas apenas para contemplar a chegada de uma mulher que ousou enfrentar e teve a audácia de vencer este barão que vaga como uma sombra pelo acaso. Eles se amavam e me basta ver esta cena, pois, não há castigo maior que observar seu amor nos braços de outro, e amargamente não seja tu o merecedor de seu carinho.

— Srta. Ward! — Sorriu o velho embaixador beijando a mão de minha garota. — Sr. Barbosa! — Saudou com muita alegria. — Sejam bem-vindos.

A festa estava predestinada a terminar antes do início e recordo quando um bando de maltrapilhos adentrou provido de intensa fúria sobre as paredes do casarão levando a todos a um mortal silêncio.

— Senhores? — Indagou o homem mascarado. — Peguem aquela mulher! — Ordenou.

Como? Isso é um afronte? Eles não podem fazer isso eles não podem sequestrar a minha garota.

— Solte-a! — Ordenou o verme vestido de cavalheiro denominado Fernando Barbosa.

— Cale-se, homem. Ou...

Como imaginei, Fernando era um fracote e se rendeu às ordens desse bastardo. Eles levaram Charlotte à força e sobre os cavalos fugiram, Charlotte, minha garota estava sendo sequestrada. O Inferno burla de meus mais sinceros sentimentos, sim, estou morto e nada posso fazer, entretanto, o meu assassino livre anda e Charlotte, o que será dessa linda mulher? O que será?

— Eu preciso sair! Me soltem! Me soltem!

— Calma, princesa e talvez possa lhe ajudar? — Sugeriu o bastardo que a trancou em uma casa ainda desconhecida.

— Seu lixo. — Ela cuspiu e mesmo eu sendo um vago espírito que observa à distância sinto me alegre por tamanha coragem.

— Nunca mais irá debochar de minha cara sua rameira... Acredite vou...

— Nem ouse, homem! — Interrompeu a coragem deste delinquente igual a este que vos narra. — Atreva-se a beijá-la à força e juro que minha pistola irá explodir sua horripilante cabeça.

Açúcar: A vingança do barão/ Livro 2 da série Açúcar.Onde histórias criam vida. Descubra agora