Onde está mulher que se escondeu durante todos esses anos, embaixo da terra não consigo crer, todavia uma toupeira de sua índole não me surpreenderia. Dona Alberta é a grande toupeira da família. Me ausentando dessa velha a qual odeio profundamente a música contribuía na mesma sintonia de uma fina garoa que molhava à terra e alegrava o espírito. Doce Srta. Charlotte e a poucos passos o calor de sua presença revivia o fantasma, essa mulher não me ama, fingiu que me amou e sobretudo acreditei, enfim, Charlotte me traiu, mas sua traição está perdoada, afinal, mesmo tendo partindo meu coração em dois, eu ainda lhe perdoo.
É com profundas mágoas que revelo que acreditei em suas quentes e doces palavras, acreditei quando fitei em seus azulados olhos e de amores, perdido vaguei, tornei-me um vassalo de vossa boca e carrego para todo o sempre o martírio de ser um perdedor. Melhor e verdade seja dita, pois, acreditei nesse conto e donde vivo ao mundo dos vivos não retornarei nem nessa e nem outra vida e sei que meu castigo é perambular sem descanso por essa infinita e humilde terra.
O relincho dos cavalos não pode ser ignorado e em meio ao furor daquela festa corri para a varanda deste palacete de origens portuguesas apenas para contemplar a chegada de uma mulher que ousou enfrentar e teve a audácia de vencer este barão que vaga como uma sombra pelo acaso. Eles se amavam e me basta ver esta cena, pois, não há castigo maior que observar seu amor nos braços de outro, e amargamente não seja tu o merecedor de seu carinho.
— Srta. Ward! — Sorriu o velho embaixador beijando a mão de minha garota. — Sr. Barbosa! — Saudou com muita alegria. — Sejam bem-vindos.
A festa estava predestinada a terminar antes do início e recordo quando um bando de maltrapilhos adentrou provido de intensa fúria sobre as paredes do casarão levando a todos a um mortal silêncio.
— Senhores? — Indagou o homem mascarado. — Peguem aquela mulher! — Ordenou.
Como? Isso é um afronte? Eles não podem fazer isso eles não podem sequestrar a minha garota.— Solte-a! — Ordenou o verme vestido de cavalheiro denominado Fernando Barbosa.
— Cale-se, homem. Ou...Como imaginei, Fernando era um fracote e se rendeu às ordens desse bastardo. Eles levaram Charlotte à força e sobre os cavalos fugiram, Charlotte, minha garota estava sendo sequestrada. O Inferno burla de meus mais sinceros sentimentos, sim, estou morto e nada posso fazer, entretanto, o meu assassino livre anda e Charlotte, o que será dessa linda mulher? O que será?
— Eu preciso sair! Me soltem! Me soltem!
— Calma, princesa e talvez possa lhe ajudar? — Sugeriu o bastardo que a trancou em uma casa ainda desconhecida.
— Seu lixo. — Ela cuspiu e mesmo eu sendo um vago espírito que observa à distância sinto me alegre por tamanha coragem.
— Nunca mais irá debochar de minha cara sua rameira... Acredite vou...
— Nem ouse, homem! — Interrompeu a coragem deste delinquente igual a este que vos narra. — Atreva-se a beijá-la à força e juro que minha pistola irá explodir sua horripilante cabeça.
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Açúcar: A vingança do barão/ Livro 2 da série Açúcar.
Historical FictionO temido barão George Ward Alarcon está de volta para varrer a terra com o sangue dos inocentes. Culpados ou não para ele pouco importa basta cruzar o caminho desse ser provido de ódio, trevas e amargura. E prepare-se para conhecer o ceifador honro...