Capítulo VIII

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Entoaria uma canção se ao menos tivesse esse santo poder e apreciaria se a morte pudesse invocar nesse exato momento

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Entoaria uma canção se ao menos tivesse esse santo poder e apreciaria se a morte pudesse invocar nesse exato momento. Entretanto, posso jurar que as trevas que assombram meu inquieto coração fora tocado pelo perdido e súbito olhar de menina em perigo, embora sua alma seja de fera do apocalipse, enfim, Sra. Domitila de Castro, a Marquesa de Santos.

— No momento vossa compaixão me basta. — Sussurrou a serpente de Santos.

O beijo quente tinha sabor de imperfeição e tudo aparentava ao insipido, sem sabor, sem amor, sem frescor, paixão, tudo era real e tão irreal.

Me afastei, abdiquei de tão singelo e verdadeiro afeto.

— Com vossa licença, meu caro embaixador, James Ward. — Ela sorriu e antes que roubasse sua presença de minha porta quitou de minhas mãos a fortuna a qual reclamou.

— Faça uma boa viagem, Sra. Marquesa.

Ela adentrou na carruagem, e sobre uma vestimenta escura com detalhes floridos em vermelho, tendo um véu negro sobre o rosto contemplei sua mirada repleta de deboche, sim, Domitila não iria desistir da vigorosa e apaixonante vida na corte.

— Escreva e consequentemente escreverei, adorarei ouvir suas aventuras. — Foram suas últimas palavras até o momento.

O sol brilhou e a tarde irradiou sendo que a noite abastada de toda a sua glória silenciou meus pecados que em coro suplicavam por um suplício de liberdade e, em meio a essa mudança de sentimentos, olvidei que a rosa desse louco jardim gradualmente perde seu brilho e aos desejos da morte tem nesse infantil apego seu doente e insano refúgio. Charlotte ocupou nesses últimos dois meses de afastar-se da vida social, os bailes reais tornaram se obsoletos e as fofocas com Germana, frias e sem o prazer de outrora, infeliz revelo que sou, pois, a única boa alma que amei estou perdendo e nem se quer o posso salvar.

Minha vingança tinha um proposito, mas com o passar do tempo perdi a graça por seus tolos objetivos, no fim, tudo havia mudado e a doce vingança tinha com ânsia sabor de fel.

— A carruagem, Senhor? — Indagou o cocheiro em frente à embaixada da Inglaterra. — Senhor! Senhor! — Ele correu atrás de minha atenção, pois naquele dia havia ignorado sua chamada. — Senhor? — Ele gritou tendo logo desistido, mas seguia meus passos com certa cautela.

O destino sempre pregando seus loucos planos e exatamente naquele dia coube saber através de terceiros que Chalaça incentivado pela agradável companhia do amigo Dom Pedro, com um pouco da influência do Sr. Marques de Barbacena e de seu cunhado o duque de Leuchtemberg enviou uma carta a Inglaterra, pois a atitude do embaixador causava certo desagrado, ou seja, meus dias de paz estavam com prazo e em poucos dias seria impossível deter a santa verdade sobre o embaixador James Ward ou George Ward, eu, um farsante. 

Fora único e infelizmente não havia palavras para descrever a agonia que inundava meu peito, no momento uma tristeza varria-me e tirava o mínimo de esperança que pairava em meu atormentado espirito, em segundos, quando a porta da casa abrira terei que chorar igualmente como uma criança longe da mãe.

Açúcar: A vingança do barão/ Livro 2 da série Açúcar.Onde histórias criam vida. Descubra agora