[batoteiro ; duvidas? ; conheço esta fotografia]
Sexta-feira, 12 Julho de 2013.
Aprecio a aragem quente proveniente das tardes de verão, das poucas coisas que sentia de momento a embater contra o meu rosto. Sentada confortavelmente num dos bancos destinados para os que esperavam ansiosamente pelo autocarro, ignorava por completo todos os outros presentes no parque de estacionamento do supermercado, esperando pela típica sexta-feira acompanhada pelo típico atraso do baterista. Ponderei ir ao seu encontro durante a semana porém, não conseguia encara-lo sem expor o meu instinto intrometido de lado. Queria resolver os seus mistérios, queria conhecer o Ashton por detrás de todas as facetas.
Avisto o loiro a caminhar sossegadamente com os auscultadores nos seus ouvidos, e neste preciso momento em que fugir não parecia de todo, uma má ideia. Os meus pensamentos não aguentavam com tantos enigmas e incógnitas. Após a descoberta, realizei pesquisas sobre o nome que estava escrito a letras legíveis contudo, não encontrei absolutamente nada. O único vestígio daquele nome era unicamente no jornal, e o mais intrigante é que o mesmo não tinha sido pulicado. Porquê? Era a questão mais frequente e complicada por que tenho presenciado.
– Como estás, bochechas? – o loiro cumprimenta, depositando um leve beijo sobre a minha testa.
Entreabri os lábios para pronunciar as palavras, todavia as mesmas não saíram relembrando-me de que não poderia abordar este assunto por mais que o desejasse. Um breve suspiro escapa entre os meus lábios carnudos esquecendo por momentos a descoberta, não queria sujeitar-me a sofrer as consequências de falar sobre os seus mistérios, quando ele foi bem explícito de que tudo o que é ou foi, está somente presente na sua mente.
– Bela barda. – passo a minha mão pela sua barba, que crescera significamente desde a última vez que o vira.
– Confesso estar desiludido por não receber a minha alcunha. – ele aponta, esboçando um breve sorriso.
– Vieste fazer as compras do mês? – interrogo, apontado para a entrada do supermercado. – Estás uma autêntica dona de casa.
– Antes de revelar os meus dotes como fada do lar, sugiro uma corrida entre carrinhos. – o loiro propõem, encaminhando-se para onde os carrinhos avermelhados estavam expostos. – Alinhas?
– Já pensaste em ser um homem de negócios? Estás constantemente a propor coisas. – comento, revelando uma das desvantagens do pouco sentido de humor que possuo.
Ashton limita-se a retribuir com um curto sorriso, enquanto retirava um dos carrinhos para a futura corrida. Analisei o alcatrão sujo e pedi para que a minha morte não estivesse marcada para hoje, caso caísse sobre este chão o cenário não iria ser se todo, agradável.
– Vamos até a placa onde diz o nome do supermercado. – ele avisa, apontando para a placa iluminada com luzes coloridas, apesar de estarmos durante a presença natural de luz.
– Vais perder, Ashton. – desafio, retirando um dos carrinhos num ápice disposta a dar o necessário para não oferecer uma razão ao baterista para se exibir, caso conseguisse sair vitorioso.
– Riley?
– Sim? – franzo as sobrancelhas após sentir um inesperado arrepio ao ouvir o meu nome, com a sua voz irreconhecível.
– Vais perder! – o baterista exclama, iniciando a corrida sem fazer a contagem decrescente.
Acabo por ficar a conhecer mais uma das inúmeras facetas do loiro, que era fazer batota nos desafios. Resmungo uns quantos palavrões antes de me apoiar no carrinho e descer a pequena rampa até à placa, originado uma fé de que karma deveria estar presente, pois Ashton teve que parar uns curtos minutos para evitar um embate contra um dos pinos do estacionamento deixando-me assim ficar em primeiro lugar.
– Cuidado! – ele eleva o tom de voz alarmado, fazendo com que parasse repentinamente.
– Cuidado com o quê? – encaro o rapaz com uma expressão caótica.
Solto um comentário revoltado para mim mesma ao ver o baterista passar à minha frente em alta velocidade, acabando assim por vencer a corrida. Sem evitar um sorriso provocador, Ashton eleva os braços festejando sozinho a sua vitória injusta.
– Batoteiro! – resmungo, cruzando os braços ao assistir ao seu festejo exagerado.
Ainda com o sorriso no seu rosto, o loiro baterista aproxima-se do meu corpo estático, agarrando carinhosamente na minha face zangada com uma das suas mãos gélidas. Evito cruzar o olhar com o batoteiro, que forçava um olhar sério e tentador.
– Bochechas, não te quero ver com essa cara. – ele profere, humedecendo os lábios.
– Só aceito desculpas se ofereces uma lasanha no supermercado. – ajo de maneira interesseira, piscando-lhe o olho sorrateiramente.
– Até faria mais, caso fosse necessário. – Ashton desabafa, colocando os braços no ar em sinal de própria defesa.
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Depois de uma meia hora a reclamar sobre os preços exagerados dos produtos expostos sobre as prateleiras devidamente alinhadas pelo estabelecimento, estávamos finalmente na fila de espera para pagar as mercadorias. Quando usufrui da situação para exaltar o Ashton com o comentário sobre ele se candidatar a uma dona de casa poderia ser concretizado, pois ele verificava a sua folha com a lista dos artigos repetidamente verificando se não faltava uma única coisa.
– Duvidas mesmo que não era capaz de andar no carrinho ao mesmo tempo que fazias as compras? – questiono, em relação à recente dúvida que o loiro tinha em que não acreditava que tinha a coragem de andar no carro como as crianças normalmente frequentam.
– De ti já não duvido de nada.
– Saber isso vindo de ti, é uma vitória.
– O total fica por vinte dólares, por favor. – a senhora da caixa com aspeto jovem pede educadamente, enquanto arrumava os artigos no saco.
Observo Ashton a retirar a sua carteira de cabedal do bolso do casaco preto, abrindo-a de seguida para entregar o dinheiro necessário para pagar a conta das suas compras. Arregalo os olhos ao captar uma fotografia saída do lugar das notas, causando uma ligação à minha recente descoberta.
Era exatamente a mesma foto da página inicial do jornal.
[...] Há segredos que são criados para se manterem segredos.
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Friday · afi
FanficAshton Irwin, conhecido por não revelar os seus mistérios encobridos pela sua faceta irrelevante. Ele mais do que ninguém sabia que nada é certo, e que o jogo muda por completo quando pensamos que temos tudo à nossa frente. Para Riley, as sextas-fei...