Cap 2: A marca

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Não é só os humanos que sofrem com seus tormentos, anjos e demônios criaturas místicas também contém seus medos, decepções e até mesmo desejos próprios, todo podem ser diferentes mas possuem o mesmo inimigo e a mesma razão de se sentirem tão ameaçados.

Anjos são criaturas puramente confiantes, belas e a acima de tudo confiantes ao seu pai.

Isso não era nem de grande importância, não estava nem aí para o que afirmavam sobre o que sua pessoa de fato era, esses comentários não lhe afetavam mais, podia ouvir, mas não daria atenção alguma.

Esses julgamentos passaram a lhe atordoar no início, entretanto, mesmo com afirmações concretas nunca mais daria tal palavra em relação ao que era verdadeiro e falso, se mantinha calado e nada mais.

- Mestre?

- Sim?

- Aquele homem o qual deixou viver, ele..- foi brutalmente interrompido.

- Desgraçado nojento! - exprimiu irritado, o que fez causar arrepios no homem a sua frente.

- É isso o que acontece quando se dá outras oportunidades a esses pobres mortais. - Revirou os bolsos da calça, pegando um isqueiro e um charuto.

- Quer que eu o mate mestre? - sugeriu o garoto de cabelos platinados com um sorriso mostrando seus olhos vermelhos.

Olhos vermelhos que eram um Martírio absurdamente volumoso e cheio de malícia como quando o Diabo olha uma cruz e automáticamente a coloca de cabeça para baixo representando a si mesmo.

Devidamente odiava pensar em tais seres místicos incluindo Deus e o Diabo, não tinha paciência alguma em iniciar uma conversa sobre ambos.

- Não, ele é problema meu, não seu. - fumava o charuto com um olhar de pura devassidão. - irei atrás dele e sei exatamente onde encontrá-lo.

Fumar seu charuto era a melhor coisa que fazia para quando mais um dos desastres e problemas dirigidos a sua pessoa fossem mal solucionados.
Parecia que o mundo era contra si, o que de nenhuma dúvida fosse possível pois realmente parecia aparentar tal pensamento.

Dirigiu-se até a porta de seu escritório, mas antes de proceder, seu servo com movimentos ágeis, surgiu em sua frente o impedindo de prosseguir colocando as mãos sobre o seu peito e o fitando com um olhar de repreensão e preocupação. Seu mestre mantinha a face confusa.

- Tem certeza de que não quer que eu o acompanhe? - verificou. - da última vez o senhor quas- foi interrompido novamente.

- Eu sei. - seu timbre era sério, pois não queria se lembrar da quase tragédia. - não há razões para que se preocupe, eu sei me cuidar perfeitamente, nunca duvide disso, entendeu? - após falar a última palavra, inclinou-se para frente mantendo os rostos de ambos próximos, o olhar do seu superior era penetrante e sedutor. Logo expulsou a fumaça da sua boca no rosto de seu criado.

Mesmo não concordando, não podia desrespeitar suas ordens, afastou as mãos o permitindo que ele prosseguisse com seu caminho. Enquanto o observava se retirar, pensava na possibilidade de segui-lo para garantir que nada de mal lhe acontecesse, mas caso percebesse sua presença, estaria encrencado e a última coisa que queria era vê-lo mais irritado, e ainda mais por sua causa.

- Min Yoongi - a voz grave atrapalhou os pensamentos do outro, fazendo o acordar como se estivesse dormindo. - Não ouse-me seguir.

19:45 p.m.

O espionava do outro lado da rua pelas sombras entrando numa farmácia.

"É uma pena, está gastando dinheiro com remédios que nem poderá usar... que desperdício."

Warm ShadowsOnde histórias criam vida. Descubra agora