Treze

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James

    Esperei até ouvir o som da porta fechar-se e no momento em que aconteceu, tratei imediatamente, de perguntar:

   — Qual é a droga do seu problema, pai?

O homem em questão, enxugou a lágrima que escorria por seu olho esquerdo, ainda recuperando-se de sua repentina - e esquisita - crise de riso.

   — Não fale assim comigo, James! Sou seu pai e exijo respeito!

   — Ah, claro! O mesmo tipo de respeito que dispôs à Victoria?! Qual é o seu problema?!

Outro sorriso transcorreu pelos lábios de meu pai.

   — Assim você me ofende, James. Não é do meu feitio agredir uma mulher. Realmente acreditou que eu fosse bater na sua noiva?

Pisquei incrédulo.

  —  Espere um segundo... Você estava me testando?!

  — Sim e parabéns, aliás. Foi aprovado.

Cerrei as mãos.

  — Você é doente, pai! O que diabos pensou que eu faria ao vê-lo prestes à agredir uma mulher?

  — Foi exatamente a mesma pergunta que me fiz, ao vê-lo no batente da porta, ouvindo uma conversa particular. E foi por isso, que fiz o que fiz.

  — Eu não estava ouvindo a conversa de vocês! Simplesmente passei pelo corredor e acidentalmente acabei...

  — Escutando...?

Fechei a cara e papai tornou à gargalhar.

Bufei e no momento em que o fiz, algo me veio em mente:

  — Pai, por quê você não me disse o motivo de Victoria ter aceitado a proposta?

  — Porque você não perguntou. Estava tão decidido à odiá-la que nem atentou-se à conhecê-la.

Suspirei, sentindo-me um completo idiota; este tempo todo, havia comportado-me feito um imbecil com Victoria e ela, – diferente de mim – havia agido como uma adulta, suportando tudo.

   — Ela é uma boa moça, James. O pai dela gastou todo o dinheiro da família no tratamento de sua esposa. —suspirou —, infelizmente em vão.

Victoria havia perdido a mãe?!

   — Ela abriu mão da sua liberdade, para salvar sua família da ruína... — murmurei para mim mesmo.

Papai assentiu, com uma expressão piedosa no rosto;

   — Pai— continuei —, quero que envie imediatamente a quantia ofertada para os Jones.

   — Claro, filho. Como quiser. — ergueu o indicador —, mas antes, quero que saibas que o casamento deverá ser antecipado.

Bufei.

   — Como assim?! Havíamos decidido que o casamento ocorreria daqui à um mês! Qual a necessidade de antecipá-lo?!

Papai suspirou e deu-me as costas, contornando a mesa e sentando-se na poltrona.

   — Preciso da sucessão o quanto antes.

   — E por quê? Victoria já está aqui conosco! Não há necessidade de ficarmos adiantando tudo!

   — Sua mãe está piorando, James. Recebi uma carta hoje, do doutor Berry onde ele orientou-me à interná-la num hospital psiquiátrico o quanto antes.

Aceite meu coraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora