Juventude Transviada

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Depois de enfrentarem mais trânsito do que o vislumbrado, elas finalmente chegaram à mansão, e antes de descer do carro Tainá ficou uns segundos encarando a fachada da casa.

G: Lembra do que a gente combinou? – Levou a mão ao ombro branco, tentando trazer a atenção da amada com carinho – Sem medo.

T: Não é medo... – Sorriu tranquila e voltou o olhar para o de Giovanna – Só estava tentando reter o momento mesmo, eu esperei tanto por isso.

G: Pois chegou. – Pegou a mão de Tai e levou aos lábios – E a gente merece curtir ele da melhor forma que formos capazes. – Recebeu um sorriso amoroso de volta – Vamos?

Tainá acenou afirmativamente com a cabeça e as duas desceram do carro. A branca suspirou ainda sem tirar os olhos da entrada da casa e aguardou Giovanna estar ao lado dela.

Não conseguiu conter a surpresa pela falta do hábito quando sentiu os dedos da morena entrelaçarem aos seus. Suspendeu as duas mãos unidas e foi sua vez de deixar um beijo carinhoso na mão de Giovanna, que sorriu de volta e puxou o passo para que pudessem, enfim, entrar na residência que tinha sido delas desde o início da vida conjugal.

E como não poderia deixar de ser, a primeira que as recebeu foi Luna, que imediatamente pulou no pescoço de Gio, mas não reparou na "novidade" das mãos dadas.

L: Demorou demais! – Apertou o pescoço da mãe, que deixou um beijo estalado na bochecha dela.

G: Eu sei, meu amor, era pra eu ter voltado mais cedo, mas eu te falei que tava ocupada cuidando de uma pessoa que precisou da mamãe, não disse?

L: Disse, mas mesmo assim! – Não perdeu o tom de cobrança.

G: Pois é, mas olha aí de quem eu tava cuidando. – Acenou com a cabeça na direção de Tainá, e a menina enfim correu para a outra mãe.

T: Ah, bom... Achei que eu não merecia o abraço! – Abaixou para ser agarrada pela filha também.

L: O que você tem? – Interrogou assim que soltou o pescoço de Tainá, ainda sem raciocinar mais adiante na presença da mãe ali.

T: Tive um pouco de febre, meu bebê! – Franziu o nariz divertida.

G: Teve MUITA febre, Pacotinho! – Fez questão de desdizer Tainá, que revirou os olhos – Tem que ficar de olho nela.

L: Eu posso fazer isso. Sempre fico de olho na mamãe Gio quando ela tá ruim das costas.

T: E tá certíssima! – Levantou e esmagou a filha uma última vez nos braços – Sua mãe é cabeça-dura e dá essa mão-de-obra toda, mas eu prometo que sou comportada e não vou dar trabalho, não.

G: Aham. – Gargalhou debochada – Tão comportada que vai subir é agora pra descansar, porque já foram emoções suficientes desde que saiu da cama.

L: Vem, mãe! Você fica no meu quarto. – Saiu puxando Tainá, que olhou aflita para Giovanna.

Não tinham combinado absolutamente nada sobre como fariam aquela transição, e a branca pareceu finalmente cair na real quanto a isso.

Entretanto, felizmente Gio já tinha pensado no mínimo indispensável.

G: Não, meu amor! – Barrou o movimento da filha e ajoelhou para ficar da estatura dela – A mamãe vai descansar no quarto dela. – Os olhinhos de dúvida da menina exigiram o complemento – Meu e dela.

Luna permanecia confusa e olhou de Giovanna para Tainá, que apenas sorriu de volta, sem facilitar o processo de entendimento da menina e arrancando um sorriso mais largo ainda de Gio, que se divertiu com a expressão desconfiada da filha, tão parecida com a da mulher que ela amava.

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