Primeira Excursão

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Dois dias haviam se passado após a cerimônia da grande decisão, centenas de cadetes montados sobre cavalos, aguardavam a abertura do grande portão que separava humanos e titãs.

—Que tipos de coisas verei lá fora?

Os olhos de Malu brilhavam, enfim conheceria o mundo além dos muros.

Finalmente sentiria o sabor da liberdade.

(...)

—Uma centena de cadetes pulando para à morte.– Comentou levi analisando alguns dos rostos alegres, pousando seu olhar em uma jovem de cabelos castanhos claro cujo os olhos brilhavam enquanto ansiosa admirava a grande muralha.

—Lucas...o mundo lá fora deve ser tão bonito.

—Não vejo beleza alguma na morte. –
Retrucou lucas, enervado, definitivamente não estava preparado para aquilo, nunca teve a pretensão de viver tão intensamente, mas ali estava, tremendo enquanto firmemente agarrava-se à seu senso de responsabilidade. Não poderia deixar-se morrer muito menos virar às costas para Malu, deveria protegê-la, sentia isso, era seu dever, talvez seu destino.

Levi que atento, apenas observava os jovens rostos franziu a testa, no fundo sentiu o peso do que estaria prestes a fazer com tantas jovens vidas. Erwin, Petra e tantos outros doaram-se por essa razão, viu tantos chegarem e tantos irem, tinha ciência de que o mundo não era tão mágico quanto a ilusão fantasiosa da liberdade, mas seria a morte o verdadeiro redentor que os libertaria daquele inferno? Não saberia até que fosse livre também.

(...)

Os pesados portões abriram-se, a brisa fresca fustigou os cabelos da jovem, que delicadamente fechou os olhos respirando fundo.

—É tão bom...

Um grito fora ouvido, e rapidamente os trotes dos cavalos foram soaram, centenas de soldados cavalgavam em direção ao horizonte. Em direção ao desconhecido.

A sensação de correr em campo aberto refrescava a alma de Malu, que soltou às rédeas de seu cavalo e ergueu os braços, o calor do confortável momento a abraçou de tal modo que sentiu-se totalmente capaz de fazer o que quisesse. —UHULLLLL!!!

—PRESTA ATENÇÃO NO CAMINHO MULHER! –Bradou Lucas que estava logo atrás da jovem, a fazendo recobrar o senso.

—CORRIDA DE QUEM FICA MAIS TEMPO SEM PEGAR NAS RÉDEAS! QUEM AGARRAR PRIMEIRO PERDE! E QUEM CHEGAR POR ÚLTIMO PERDE TAMBÉM! –Gritou o Jan o garoto de baixa estatura dotado de hiperatividade, ultrapassando velozmente Malu, que empolgada tornou a corrida.

—Eu tô cercado de bestas...–Murmurou Lucas, seguindo à jovem.

—SE ESTÃO FAZENDO DESAFIOS ME CHAMEM INFERNO! –Bradou Nana, logo atrás também soltando às rédeas do próprio cavalo.

—Parece que estão se divertindo enquanto não morrem. –Debochou André que os observava, ao longe, posicionado ao flanco esquerdo junto à Luiza que preferia abster-se preocupações deste tipo, afinal já estava ciente das ambições infantis do amigo.

(...)

Não precisaram ir muito longe para avistarem de cara o primeiro titã.

—Só preciso sinalizar e meu trabalho estará feito.– Disse Álvaro preguiçosamente, erguendo a mão esquerda e em seguida disparando o sinalizador metálico que trazia consigo, liberando o rastro de fumaça vermelha que pintou os céus.

Tendo feito isso, um segundo sinal fora visto e assim a rota fora mudada para a direção contrária do titã.

Ou ao menos era o que deveria ter sido feito.

Asas da Liberdade (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora