Além dos campos verdes

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Não há gaiola que possa conter um pássaro que anseia por ser livre. Os grandes muros não seriam capazes de segurar a obstinação da protagonista desta história.

A alvorada irradiava as paredes densas da grandiosa e imponente muralha.

A fresca e confortável brisa fustigava o rosto da moça de longos cabelos castanhos que emaranhavam-se junto ao vento junto a capa verde que oscilante à anunciavam sentada rente as margens do muro.

Os olhos fixos em algo além dos extensos campos verdes, um olhar além de qualquer obstáculo.

Tranquilamente levantou-se sem desviar o olhar do horizonte, suspirou sentindo uma paz intensa tomar seu corpo.

E então saltou.

Uma magnífica onda de adrenalina a consumiu, fechando os olhos lentamente deixava a gravidade levá-la para onde quisesse após o ousado salto à centenas de metros de altura.
Sentia-se mais próxima ao solo conforme os segundos transcorriam, o sabor doce da aventura à encantavam assustadoramente.

Porém de modo abrupto sua aventura fora interrompida à apenas alguns metros do solo. É parecia que aqueles cabos do DMT lhe eram realmente úteis.

Abrindo os olhos desatou à rir aos quatro cantos.

Os riscos;

A sensação de que nada poderia impedi-la.

Finalmente o veria;

Finalmente descobriria o que havia além dos limites que já conhecia.

Um mundo muito além das muralhas.

Muito além dos vales;

Ou de quaisquer outra coisa que já tivesse visto.

Recordara-se vagamente da conversa que tivera no dormitório na noite anterior.

Estava tão perto, faltava pouco para alcançar o que tanto almejava.

(...)

[Noite anterior...]

À conversa entre duas garotas no dormitório transcorria normalmente até que...

—Nossa às outras meninas fazem uma tremenda falta por aqui...– Comentou Nay tristemente enquanto encarava o teto entediada.

—E se fossemos além do campo restrito às proximidades da muralha?– Comentou Nana em atirando-se na cama do dormitório.

—O quê?! Você deve estar completamente louca!

—Ué e qual seria o problema nisso? Somos da tropa exploratória não? Devemos explorar ue! Não vejo mal nisso.– Nana deu de ombros indiferente.

—A questão é que; o mais correto é fazermos o que somos ordenados à fazer, nada além disso.

—Ah não me diga que quer passar o resto da sua vida rondando essa porcaria?

Ao ouvir isso Nay pareceu ligeiramente irritada.
—Essa "porcaria" de que você falou que mantém nossas famílias seguras e longe do perigo! Deveria ser grata pela bênção que é a existência destas muralhas!

Nana revirou os olhos estupefata com aquilo tudo. —Mas e se um dia essas tais muralhas simplesmente deixassem de existir ein?

—Não fale besteiras!

—Não posso ser uma capitã se não me propor à me arriscar.

—Sua missão é manter o povo vivo, não é sobre você e nem por você mas pelo povo.

Asas da Liberdade (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora