Àquela que fora predestinada

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1820 anos atrás, nossa ancestral, Ymir Fritz, fez um pacto com o Demônio da Terra, para obter poder. O poder dos Titãs .

Há muito tempo deus revelou o segredo da vida para nossa guardiã Ymir, tendo feito isto foi-lhe concedida à bênção do poder dos titãs tornando-a mãe progenitora dos outros que à sucederam após sua morte, o poder de Ymir era tamanho que podia unificar os caminhos das mentes de seus súditos, abençoando seu povo e trazendo fertilidade; Ymir ergueu às muralhas que protegiam à humanidade dos demônios que habitavam do lado de fora dos muros.

Enviada por Deus como guardiã do povo desta terra...

...

O mesmo discurso que ouvira tantas outras vezes...

Uma deusa que abençoara a terra...

Malu agora sabia.

Sabia mais que todos, que tudo não passava de uma grande farsa.

Apenas um jogo.

O pesado fardo de serem mantidos naquele cárcere maldito, como uma condenação por pecados que não cometeram, o veredicto para inocentes; Gastar dias à fio em uma gaiola, não ver nada além das imensas paredes de concreto que os circundavam desde o dia em que nasceram, uma mentira fundamentada na ingenuidade de seu povo.

...

As portas da sede da tropa exploratória abriram-se no meio da noite.

O destino do povo de Paradis só cumpriria-se após à quebra do ciclo escravocrata da tal família real.

Malu equipou-se de seu dmt e por fim carregou uma das armas especiais da tropa exploratória.

Levi montava seu cavalo, e assim ambos partiram no meio da noite.

...

(Secreto Subterrâneo da Igreja das muralhas)
Interior de Sina.

Yervant tambolirava os dedos sobre a mesa de pernas bambas disposta ao centro de uma pequena sala mal iluminada, fétida e úmida, à sua frente estava Lügner o padre local, um dos poucos que detinham o conhecimento sobre os poderes do rei.

--Àquela maldita profecia, não há como reverter afinal?

O padre meneeou a cabeça em discordância.

Yervant irritado avançou contra o homem o agarrando pela camisa.

-- NÃO HÁ OUTRO JEITO?

...

--não se pode alterar o destino meu caro rei...

Yervant soltou Lügner lentamente enquanto o mesmo ajustava suas roupas recuperando o ar.

-- Não se pode mudar o destino...

No fundo à certeza dos fatos era absoluta para Yervant, mas não se deixaria levar, seu orgulho e ganância falavam mais alto.

Determinado, abriu à porta do porão que dava para o térreo da Igreja, tentaria mudar o destino mas esse talvez não se deixasse ser mudado.

--Parece que te encontramos Yervant. -- Malu pousou um olhar odioso sobre o homem, quem a visse julgaria pelo olhar de que a mesma seria capaz de matar um exército de homens, o sentimento indescritível que transmitia era assustador, como se estivesse sobre as costas a vingança de centenas de almas, e de fato a detinha.

Pousou sua lâmina sobre o pescoço do homem. --Vamos fazer isso direito.

É com um ímpeto à forçou contra o homem que desviando recuou adentrando o porão novamente.

--RESPEITEM A CASA DE DEUS! --Lügner berrava.

--Cale à porra da sua boca seu pedaço de merda.  -- Os olhos soturnos de Levi espreitavam o homem que riu-se. --Há apenas dois de vocês aqui, seus anões.


Levi deu uma rasteira no homem e em seguida chutou o rosto do mesmo que urrava de dor--Anões ou não, vamos picotar vocês até ficarem com meio metro. --Rebateu Levi.- agora cale a porcaria da boca ou eu mesmo te faço calar de vez.

Malu deu mais alguns passos firmes mirando Yervant novamente, e com toda à fúria que tinha brandiu sua lâmina que ficava seu encontro no pescoço do destronado rei que habilidosamente desviava.

--Você não vai ajudar ela não? --Perguntou Lügner à Levi. --Levi que observava tudo apenas riu-se levemente.--Ela nos guiou até aqui, ela sabe o que está fazendo.

...

--Pirralha de merda! Não se oponha à vontade de Deus, saia do meu caminho!!! --Bradou Yervant que apressando-se correu para a porta pateticamente, quando ao pé das escadas.

--Deus uma ova, dê mais um passo e eu estouro teus miolos.

Yervant parou abruptamente prendendo à respiração, olhando dê relance vira a mulher determinada segurar a arma especial em sua direção, sentia que o que o aguardava não era o melhor não se deixaria morrer ali, tentaria mesmo que morresse lutando nisto fez menção de erguer à mão à altura da boca, este era seu último recurso.

O estampido ensurdecedor ecoou pelos quatro cantos da sala...

A massa cefálica sujou o carpete, o rosto de Malu ensopou-se do sangue que espirrara de seu alvo, Yervant extinguiu-se à apenas meio corpo destroçado pela força das armas especiais .

Um fim patético para um homem de ideais patéticos.

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Yervant também fora vítima da prisão em que nascera, criado como credor de uma grande farsa não enxergou outro caminho se não de tomar todo o poder e "onipotência" para si. Defendendo o que cria até o fim também fora um guerreiro.

No fundo desejava proteger-se do mundo exterior, era como um camundongo que se recusa à sair de sua toca, apesar de seu medo tal homem também trazia um amargo coração, cheio de egoísmo e luxúria, aquele que desejou ter o mundo em mãos, o homem que desejou ser Deus.

Desde o início seu destino cruel o espreitava, carregando também o peso da tradição que transcendera os séculos pesando sobre a família real; manter o povo em cárcere enganando ao povo e à si mesmos com uma fantasiosa mentira que os roubava à liberdade.

Enfim a profecia cumpria-se.

Viria o dia que o guerreiro guiaria seu povo para além daqueles muros.

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--Poxa...Levi isso tudo tá uma nojeira...vamos embora. -- Malu limpou o rosto com o dorso da mão ligeiramente enjoada.

Levi assentiu com a cabeça, chutou o padre uma última vez e deixaram à grande igreja retornando de volta à base com as boas novas.

(...continua...)

Asas da Liberdade (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora