Um impostor está entre nós

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Sede da Polícia militar.
(Interior de Sina.)

Dois meses após a menção do plano de fuga.

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...—Não se preocupe poucos são os que têm ciência desta informação.– Complementou André tranquilizando o chefe da polícia militar.

—Então alguns da tropa estão realmente obstinados à isso?– Indagou o calvo e imponente oficial.

—De certo que sim, e talvez até mesmo o próprio comandante Levi.

—Não deveríamos ter deixado o comando para alguém difícil de domar como ele.– Rebateu outro homem batendo grosseiramente à não contra o tampo amadeirado da mesa.

—É por isso que estou aqui senhores, para prestar minha lealdade para com o povo das muralhas. Não deixem que este ato de rebeldia pertube à ordem que fora construída com tanto esforço.– André bebericou mais um tanto do chá, logo pousando à xícara sobre a respectiva superfície de descanso; seu trabalho estava quase concluído e logo em breve seria digno de sua compensação.

—Obrigado por reportar isto à gente jovem André.– 
Agradeceu Edmund, atual capitão da polícia militar.

—Como esperado do melhor de sua classe, você será muito bem recompensado rapaz.–  Completou o segundo sujeito. —Quanto á seus companheiros creio que devemos apresentar um corretivo à altura para esta situação.

—Sim talvez seja o momento de lembrar ao povo a verdadeira razão da existência destas muralhas.– Prosseguiu Edmund, com os dedos entrelaçados uma feição pensativa tomou seu semblante. —Você foi de grande ajuda André, por ora está dispensando.

André assentiu com a cabeça retirando-se dali rindo-se por dentro. Algo grande estaria prestes à acontecer, sentia que finalmente destituiria Levi de seu posto, talvez tomando para si às honrarias de  comandar a da tropa de exploração, na verdade queria mais que isso, também almejava o titulo de soldado mais forte e sabia deus o que mais alcançaria dali pra frente. Tomado pelo sentimento de satisfação André pôs às mãos nos bolsos e desatou seu caminho sumindo pelos amplos corredores da sede da polícia.

—Este é só o começo...

(...)

—Não seria mais fácil apenas eliminar os rebeldes? – Indagou um dos militares que apoiando às mãos no queixo recostava-se à mesa redonda que  disposta ao centro da sala dotada de amplas janelas de vidro, comportava outras tantas autoridades das muralhas.

—Esses rebeldes não são do tipo que simplesmente conseguiríamos lidar com facilidade. Além disso você o ouviu; a próxima missão exploratória está prevista para hoje, ou seja será nesse momento em que irão pôr o plano em ação. Não há hora mais perfeita do que esta para aplicarmos este corretivo. Além do que...isto também servirá de lição para os próximos que ousarem se opor às leis das muralhas.

—Mas você não acha que estará também pondo em risco à vida de civis com este plano? Não acha um equívoco de nossa parte? Sacrificar tanto apenas para solucionar um problema que poderia ser resolvido apenas com os métodos seguros e convencionais.   – O segundo homem parecia tremer-se de medo perante às possibilidades que construía em sua mente.

Edmund pôs-se de pé caminhando de um lado para o outro da sala.

—Chamem à Reinhard e o avisem que o dou permissão para dar início ao plano de contenção.

Os olhares dos outros ali presentes voltaram-se espantados contra o homem que tranquilamente parou defronte à janela da sala cruzando os braços.

—Se temos uma carta na manga e a permissão para usá-la quando bem entendermos, porque não o fazer? Aliás digam que também estou dando permissão para a liberação do outro titã.

Uma tensão quase palpável tomou conta do ambiente, Edmund só poderia estar louco, variante ou caduco, até então em todos os anos de existência humana sequer precisaram requisitar o monstruoso poder dos titãs primordiais, até mesmo a existência de tais criaturas não passava-se de um mito. Mas como homem mais próximo ao rei ele não poderia ser contrariado, se ordenara não restava alternativa se não obedecer.

—Chegará o dia em que a ira de Deus cairá sobre seu povo, sobre aqueles que blasfemam contra seu nome. É chegado o momento de mostrar o verdadeiro poder dos titãs.

(Continua...)


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