capitulo 2

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Chegada|part.2

Sentindo uma aura intimidante perigosamente próxima a ele, o canino -agora tenso-, procura se afastar sem que atraía atenção indesejada.
Entretanto, uma figura envolta a sombras olhava atentamente seus movimentos sutis. Novamente se deparando com a luta por território, o demonio suspira vendo a cobra perder pateticamente balançando a cabeça colocando a pata na testa.
- Até agora só estou cercado de idiotas, francamente, que grande merda!

- Oi docinho~ gostou do nosso show? Eu lhe garanto que por uns bons trocados tem bem mais de onde veio~

O demônio cachorro se virou, dando de cara com uma espécie de aranha pomposa com aparência afeminada. Fazendo uma careta de desgosto e cobrindo o nariz, ele fala com um rosnando profundo.
- Que nojo, você fede a sexo e perfume barato.

A aranha solta um suspiro exasperado e grita irritado.

- Hey! Eu posso até ser uma puta! Mas recebo muito bem para comprar perfumes de alta qualidade seu cachorrinho de merda!

Soltando uma risada que fez a aranha estremecer e recuar instintivamente um pouco, o "cachorrinho" lança um olhar intimidador e familiar para a pequena aranha.

- eu tenho mais o que fazer do que gastar meu tempo com... você.

Dando as costas, o cachorro não esperou que seu estômago gritasse por comida tão alto, fazendo-o encolher os ombros sabendo que esse cara afeminado tinha escutado. Seu pensamento foi confirmado quando escutou uma risada.
- Aí vira lata, é melhor ir procurar o que comer nas latas de lixo, ou vai morrer de novo!

A aranha foi até ele enterrando um cartão de visitas em sua mão escrito luxuosamente " Angel Dust".
Raivoso, o cão grunhe alto para angel com uma veia prestes a saltar da sua testa.
- Me deixe em paz antes que eu coma você! Bastardo.

- Wah~ Eu adoraria Cachorrinho ~

Sentindo que estava bem perto de socar o rosto branquinho da aranha, ele fecha o punho e antes de xingar, viu Angel sendo pego e puxado para dentro de uma limosine que foi embora rapidamente.

Faminto, buscou seguir o conselho da aranha - parte dele pelo menos -, andando pelas ruas movimentadas com alguns cadáveres aqui e ali tentou achar algum boteco, lanchonete ou qualquer restaurante meia boca até se dá conta de que não tinha ideia de como iria pagar.

- É mesmo, eu morri sem dinheiro... roubar pra comer não é pecado.- O demônios fala de forma sarcástica para si mesmo.

Com mais alguns minutos de caminhada cansativa, ele avistou uma fachada -chamativa como todas as outras- de um restaurante. Com sua barriga já tão impaciente quanto ele, tratou de ir logo para o estabelecimento e comer para sair sem pagar, mas foi parado na entrada por um demônio mais baixo que o próprio, junto a um grupo de mais três.
O infeliz demônio que o parou parecia um gato humanizado e aparentava ser o líder da "guangue" de idiotas.

- Pra onde pensa que vai saco de pulgas !?- O felino fala com desdém ganhando risadas da sua trupe e um rosnado do canino.

- Porque está tão calado? O gato comeu sua língua idiota?
O demônios gato riu do próprio trocadilho.

- Saia logo da frente, eu quero comer e você tá atrapalhando.- A irritação já estava presente em seu tom, e seu corpo exalava uma aura ameaçadora. Olhando entre si, o grupo se reuniu cercando o canino maior. Ao que parecia já estavam prontos para lutar, coisa que o deixou mais irritado ainda.

Tomando uma postura mais relaxada o cão se preparou, o demonio a sua esquerda deu o primeiro passo avançando com um grito agudo.

-> POV MURIEL(on)

Preparei meu ponho para soca- lo, mas ainda estava acostumando aos meus reflexos. O soco saiu para o lado errado, porém por incrível que pareça,  consegui acertar por que o idiota tropeçou quando correu, indo direto para meu punho, sendo nocauteado. Um breve momento de silêncio se instalou enquanto os amigos dele o olhavam no chão.

- Você te que arrumar capangas melhores bichano. - Falei rindo irônico para o gato que baixou as orelhas.
Logo sua expressão ficou irritada mandando mais um de seus capangas vir para cima de mim.

-> POV MURIEL (off)

Antes mesmo do pobre e pequenino demônio agir, seu rosto foi esmagado contra a parede do estabelecimento.

- Tsk... como esperado, vocês não são nada.-

Os outros demônios que andavam pelas ruas vira a luta por falta do que fazer. Era comico ver o quão ridículo a trupe era tentando derrubar um cachorro bem maior que eles.
No fim da luta, apenas quem sobrou - muito ferido- foi o líder e um dos seus 3 capangas.

- Eu vou me vingar seu vira-lata bastardo! Você vai ver !
Gritava o lider sendo levado embora.

O pelo acinzentado do canino estava sujo com sangue, e seu olhar ainda estava irritado. Virando, ele vê o gerente no restaurante trêmulo juntamente com alguns garçons atrás do mesmo.

- me de comida ou você vai ser meu jantar. Diz com uma aura brilhando em cor de chamas ardentes em volta de todo seu corpo volumoso.

Assentindo nervosamente, eles dão espaço para que o demônio cachorro passasse, o levando até uma mesa separada dos outros clientes. Durante a curta caminhada por entre as mesas ocupadas, recebeu olhares curiosos, amedrontados e alguns de desconfiança mas, havia um diferente.
Pela primeira vez ele sentiu a sensação de estar sendo caçado.
A adrenalina corria por suas veias, sua orelha contraindo-se tentando capitar qualquer sinal de ameaça e de onde poderia vir, porém,  tão rapido quanto a sensação veio, ela também se foi.

- A-aqui sua mesa senhor..?

- Muriel.-  O Demônio fala seu nome quando nota que o menor queria saber seu nome.

- O que o senhor  vai querer? O gerente forçava um sorriso de cortesía enquanto suava tentando não demonstrar o quão tenso ele estava.
Com um sorriso sinistro de orelha à orelha vendo tamanho nervismo de um demonio que estava a mais tempo que ele no inferno, o cão falou em alto e bom som.

-  Vou querer tudo que está no cardápio.

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