Capítulo Um

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— Bom dia, Maya.

Salto assim que encontro Isaac parado na frente da minha porta em um dia de quinta-feira. O sol que nasce acima de seu cabelo deixa que os fios adquiram um tom amarelado.

— Bom dia, Isaac. — fecho a porta e andamos até o carro de Thomas. — Onde está o seu bom humor esta manhã?

— Tirou férias. — pisca.

Adentramos o carro. Thomas tenta disfarçar um sorriso assim que desliga o celular. Isaac e eu notamos.

— Quem é a gata da vez?

— Se eu falar — começa Thomas enquanto põe o carro em movimento. —, vocês me matariam?

— Depende. — respondo. — Não pode ser Jéssica, porque é nossa amiga e um relacionamento em um grupo nem sempre dá certo.

— E não pode ser Hanna Morris, porque, você sabe, Maya ainda sonha em sair com ela. — diz Isaac antes de levar um tapa na nuca.

— Eu ainda vou sair com ela!

— Maya, Maya, Maya... — Thomas nega com a cabeça. — se fosse para acontecer, já teria acontecido.

— Vai acontecer. — afirmo, mas nem eu acredito mais nisso.

— Escutamos essa mesma história faz cinco anos, e você ainda nem teve coragem de falar com ela. — Isaac relata a mais pura e dura verdade.

Me jogo contra o banco, frustrada.

— E o que você quer que eu diga? "Oi, Hanna, adivinha quem quer ficar com você? Isso, eu. Portanto, termine com seu namorado".

— Eu não aconselho a fazer isso — Thomas começa. —, mas se for fazer tente completar com um "e diga a Ethan que Jéssica quer, digamos, ter noites com ele".

— Ei, não esquecemos de que você está passando noites com alguém. Agora nos diga. — Isaac me salva.

Por cima do banco, aperto seu ombro em agradecimento. Ele acaricia meu pulso enquanto Thomas fala:

— Foi uma coisa meio doida e aleatória. Prometem guardar total segredo, né?

— Sim. — digo.

— Não. — Isaac responde no mesmo instante, fazendo Thomas revirar os olhos.

— Foi na festa a fantasia de um amigo de infância, vocês devem ter ouvido falar. — ele nos olha para confirmar. — E tinha uma garota lá que foi fantasiada da Viúva Negra. Eu surtei. E eu nem tinha visto o rosto dela porque sempre estava de costas, então, quando as luzes se apagaram eu a beijei.

— E quem era? A gente conhece? — questiono, saindo do carro assim que ele termina de estacionar na frente do colégio.

— Era a Giulia.

Escuto quando Isaac bate a porta com força. Ah, não.

— Giulia Gray? A irmã do Jackson? — Thomas confirma. — Você só pode estar tomando veneno, não é possível.

Fico entre eles, o que só faz destacar o quão alto eles são.

— Na defesa do Thom, eu digo que a Giulia nem deveria estar lá. Era para maiores de dezoito e ela tem o quê? 16? — busco o olhar de Thomas para confirmar.

Isaac suspira antes que Jéssica nos alcance no portão. O clima muda no mesmo instante, e não parece que o penúltimo dia de aula já que estão todos tão animados.

— Por que tá todo mundo feliz? — Indago para minha melhor amiga assim que ela entrelaça seu braço no meu.

— Penúltimo dia de aula, meu amor.

Te Esperar Valeu A Pena [Clichê sáfico✓]Onde histórias criam vida. Descubra agora