Second Chance

Family trip

Lauren's point of view

Eu não sei se você é mãe ou pretende ser, mas caso você tenha contato direto com alguma criança no seu dia a dia, provavelmente você vai entender o caos que eu me encontro neste momento. Quer dizer, meus filhos já não são mais tão crianças assim, afinal os gêmeos tem 17 anos e o mais novo 11, então tecnicamente as coisas deveriam ser "amenizadas" ao longo do tempo, mas acontece que quando se tem uma família muito grande ou mais filhos do que braços – que é o meu caso – cada saída em família se torna um evento. E esse evento é ainda maior quando se trata de uma viagem.

Eu estava no saguão do aeroporto tentando fazer check-in com meus filhos, mas ao que me parece, tudo estava contra mim. A começar pelo Lorenzo que de uma hora para outra resolver ficar doente. Não sei se era ansiedade por não ver Camila há alguns meses, mas o garoto de minuto em minuto precisava ir ao banheiro e se acabar em pura dor de barriga.

Eu já estava pensando em colocar uma fralda nele de tanto que tive que pedir para Benjamin acompanha-lo até um dos banheiros do aeroporto internacional de Boston.

Outro problema que me surgiu é que eu não sei por qual motivo Camila me enviou por correio uma autorização de saída do país das crianças em HOLANDÊS. Claro que eu vi esse problema a tempo de pedir que ela enviasse outra e se possível no idioma do Estados Unidos, mas acontece que quando cheguei no saguão do aeroporto, me dei conta de que eu havia pego o envelope errado. Adivinhem qual autorização estava comigo?

A minha sorte é que minha sogra e cunhada, quer dizer, ex sogra e cunhada iriam viajar conosco, então eu pedi para que elas passassem lá em casa e pegassem o envelope correto em cima da mesa do meu escritório.

- Mama, preciso ir ao banheiro – Lorenzo pediu mais uma vez e eu olhei para o teto do aeroporto como se isso me possibilitasse olhar para o céu e pedir e ajuda. Haviam mais ou menos umas 7 pessoas na minha frente, então eu não poderia sair da fila do check-in em hipótese alguma. Olhei para o Ben que estava logo ao meu lado e este bufou.

- Ai tá! – segurou na mão do mais novo – Quando o remédio começa a fazer efeito?

- Daqui a pouco – respondi me referindo ao remédio que eu fui obrigada a ir na farmácia do aeroporto comprar para que meu filho parasse de colocar tudo para fora por meio do intestino. Observei Benjamin leva-lo ao banheiro e quando a voz de Sinuhe surgiu atrás de mim eu suspirei em alívio – Pensei que não ia dar tempo de vocês chegarem antes da minha vez.

- Como se você não soubesse que essas filas são intermináveis – a mais velha respondeu de maneira risonha e me entregou o envelope certo. Ok, agora eu tinha os meus documentos e das crianças, as passagens e a autorização para que eles pudessem ir comigo.

Não tem como nada dar errado a partir de agora.

- Lo, acho que você se lembra, esse é o Robbie – a cópia mais nova de Camila falou, me apresentando o seu namorado que eu me lembro vagamente de ter conhecido no natal, mas ao me dar conta do grande anel de diamante que ela tinha em seu anelar, deduzi que ele não era mais apenas seu namorado.

- Robbie Amell – ele esticou a mão me cumprimentando e eu o fiz de novo.

- Estou por fora das novidades mesmo, não é? – disse rindo, direcionando meu olhar para o anel na mão da mais nova e ela sorriu com o rosto ruborizado – Lauren Jauregui e essa é aqui é minha filha mais velha, Emma e os outros dois estão... por ai – sorri disfarçadamente, não queria deixar meu caçula envergonhado por estar com dor de barriga.

A fila andou mais algumas vezes enquanto nós colocávamos toda a conversa em dia e quando eu finalmente consegui fazer o check-in de todo mundo e despachar as bagagens, nós fomos para o saguão de embarque internacional esperar para que chamassem os passageiros do nosso voo.