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Oi bolinhos, tudo bem?

Só para não dizer que eu não avisei, pega um copo com água, senta e respira fundo.

Boa leitura!

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Ponto de vista do narrador

Dois meses depois.

Se pararmos para analisar a nossa vida, sempre vamos achar que ficou faltando alguma coisa.

Sempre vamos achar que falamos algo menos do que deveríamos ter falado. Que deixamos de fazer algo que nos dá prazer, mas que por alguma razão fizemos menos do que realmente gostaríamos que tivesse sido feito. Podemos dizer até mesmo que, com o passar do tempo, deixamos de sonhar e de almejar as coisas com a mesma intensidade que era feito há algum tempo atrás. Sempre vamos pensar que deveríamos ter tentado mais quando algo deu errado, que deveríamos ter insistido mais em aprender com os nossos erros e até mesmo que deveríamos ter nos apaixonado por nossos erros, pois são eles que fazem com que a gente cresça e acerte com mais frequência em nossas escolhas, em nossa vida.

Sempre vai existir aquele fator que faz a gente pensar: "poderia ter sido diferente", ou "deveria ter feito mais", ou até mesmo "queria poder voltar no tempo e consertar tudo".

Quando aquele carro atravessou o sinal vermelho em alta velocidade e colidiu na lateral de quem conduzia um outro veículo, o motorista pensava que poderia conseguir atravessar a tempo. Em contrapartida, a pessoa que conduzia o outro veículo e viu aquele farol alto vindo em sua direção pensava que poderia frear a tempo e evitar o choque de um metal contra o outro.

Todos dois pensaram errado.

Um mês antes.

A estrada estava tranquila e isso favorecia para que o trajeto fosse percorrido de uma maneira mais rápida do que a prevista, mas apesar de toda a tranquilidade, as 13 semanas de gravidez da Camila fazia com que aquela viagem não fosse tão prazerosa para ela quanto estava sendo para os outros passageiros daquele confortável carro da sua esposa Lauren.

- Pode parar o carro? – disse colocando a mão sobre a barriga e sua esposa de pronto assentiu, dando seta e parando o carro alguns metros a frente, no acostamento da estrada. Camila abriu a porta e desceu do veículo, se afastando um pouco para que pudesse passar mal sem que ninguém visse. Não que fosse adiantar alguma coisa, já que Lauren nunca a deixaria sozinha nessa situação.

- Minha mãe realmente está passando mal, é a quarta vez – a voz da filha foi escutada e Lauren saiu do veículo com uma garrafa de água, caminhando até Camila.

- Amor, você precisa tomar o remédio para enjoo, senão nós não vamos conseguir chegar em New Heaven – falou se referindo a cidade que a família tinha como destino, pois elas iriam conhecer o campus e as instalações dos dormitórios para onde Benjamin se mudaria daqui um mês.

- Ele me dá sono e eu não quero chegar na universidade e não conseguir prestar atenção em nada do que Benjamin está super empolgado para nos mostrar – a mais nova se pronunciou assim que terminou de colocar para fora o restante do seu café da manhã recém tomado – Eu não me lembrava que os enjoos eram tão fortes.

- Está melhor? – perguntou oferecendo a água que estava em sua mão e Camila pegou, bebendo do líquido em seguida.

- Sim e eu vou tentar não me concentrar tanto nas curvas da estrada para ver se eu passo menos mal – sorriu sem graça e as duas caminharam de volta para o carro, mas antes de entrar no veículo a londrina roubou um selinho da sua esposa, fazendo a mesma sorrir de verdade agora.

Second ChanceOnde histórias criam vida. Descubra agora