Era só uma brincadeira!

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Camila's point of view

Lauren estava ali me expulsando e a única coisa que eu conseguia pensar era que ela tinha razão de estar agindo daquela maneira e me odiando de tal forma. Eu me pronunciei muito mal ao dizer que "infelizmente" eu não podia mudar o fato dos meus filhos serem delas, mas por Deus, como ela pode acreditar que eu realmente quis dizer aquilo?

Eu escolhi ter os meus filhos com ela e eu tomei essa decisão cedo na minha vida. Lauren quis engravidar de um bebê meu e sem pensar duas vezes nós fizemos todas etapas para que ela tivesse fertilizado nela um embrião com minha genética e na empolgação do momento, decidimos utilizar dois e os dois deram certo, mas não me arrependo dos gêmeos. E foi a mesma coisa quando decidimos ter Lorenzo, eu quis saber qual era a sensação de gerar uma criança dentro do seu ventre, uma criança com o DNA da pessoa que eu amava no mundo inteiro e Lauren me permitiu ter isso sem pensar duas vezes.

Eu tomei a decisão de ter os três juntamente com ela e eu faria tudo novamente se por algum motivo eu voltasse no tempo. Eu não mudaria nada na vida que tive com ela, absolutamente nada. Quer dizer, talvez eu mudaria como as coisas terminaram entre nós.

Eu saí daquele hotel e tudo o que eu fiz durante todos os dias que se seguiram foi mandar inúmeras mensagens pedindo desculpas, dizendo o quanto eu tinha sido uma pessoa horrível dizendo o que eu disse para ela, mas com o passar dos dias as mensagens passaram a ser cada vez mais ignoradas, até que Lauren nem as lia mais se não tivesse o nome de algum dos nossos filhos envolvidos.

Agora faltavam apenas dois dias para o natal e todos os meus filhos estavam com raiva de mim, porque eles sabiam que eu tinha sido o motivo da mãe deles quebrar a promessa que havia feito de passar o feriado favorito deles com os três. Peguei o meu celular e suspirei fundo, mais uma vez eu estava prestes a ser ignorada pela Lauren, mas eu não me importava, estava fazendo pelos meus filhos. Me sentei no sofá e antes que eu pudesse começar a digitar a mensagem comecei a observar Emma, ela realmente estava mais estranha do que o normal, como Lauren havia dito. Ela passou dias se alimentando mal e agora estava na cozinha literalmente atacando um pacote inteiro de Oreo, daqueles tamanho família, e como toda boa mãe de uma filha adolescente, meu sinal de alerta acendeu.

- Emma, vem cá! – chamei e a menina veio com o pacote em sua mão – Levanta o moletom – pedi já sentindo meu coração acelerar.

- O que? – ela falou com a boca cheia – Como assim levanta o moletom?

Levantei do sofá e suspendi a blusa que a menina usava, fazendo-a se assustar com meu ato repentino. Observei a barriga dela e o contorno do seu corpo, ela não parecia ter ganhado mais do que 2 quilos desde que vim embora para Holanda.

- Mãe qual o seu problema? – ela abaixou o moletom – Eu não estou grávida, credo!

- Você está agindo toda estranha e só anda de moletom agora. Quanto tempo tem que você não menstrua?

- Tempo nenhum! – ela afirmou indignada – Eu nem transo! – ela se afastou de mim – Antes de se perguntar se eu estou grávida, tenta conversar comigo para saber se ao menos eu me relaciono com algum garoto para poder te dar um neto. Caramba, eu nem nunca transei com um homem.

Ouvi um barulho de passos se aproximando e então eu me dei conta de que toda a família estava no corredor que dava para os quartos observando eu indagar minha filha sobre suas atuais atitudes suspeitas.

- Obrigada mãe por me fazer passar a vergonha do século – ela saiu bufando ao perceber seu irmão mais velho rindo junto com Sofia.

- Sério que vocês tinham que rir? Agora ela me odeia mais ainda – me levantei do sofá e fui atrás da minha filha.

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