Observando a Lua - Drarry

Don't blame me for falling

Pov. Draco

Trilhei pelo pescoço de Harry uma fila de beijos e mordidas enquanto tentava controlar minha respiração pesada, tanto quanto a dele. Suas mãos repousavam nas minhas costas, as vezes deixando apertos conforme a intensidade de minhas mordidas.

- Como... - Ele começou, a voz mais rouca que nunca. - Como vou fingir que esses toques não existiram?

É uma boa questão, e então a ideia de escrever uma carta a mim mesmo iluminou minha mente. Seria simples, o diria o quão companheiro e amável Harry foi para mim por esses meses, e deixaria claro que essas marcas roxas no pescoço dele são minhas. É o justo, comigo e com Potter.

- Você vai precisar me lembrar de como me faz sentir, Haz. - Sussurrei pra ele, enquanto descia minhas mãos pelo seu corpo instintivamente numa tentativa falha de memorizar cada pequena parte dele. - Se eu for um idiota, você pode me derrubar da vassoura outra vez. - Sorri.

- Você não é como eu pensava, Draco

Ouvir Harry dizendo o meu nome com a voz abafada me provocou sensações, e por um momento quase ri de mim mesmo ao constatar o quão rendido por ele eu estava.

A vida tem dessas coisas, não?

Porque aqui sozinho com ele nesse telhado imundo é a primeira vez que vejo um futuro possivelmente feliz pra minha história
Um futuro com Harry.

Mesmo eu tendo soado como um maldito idiota na nossa primeira noite na enfermaria, com o mínimo de controle sobre o meu corpo depois de tantas doses daquela maldita poção com efeitos alucinógenos, Ele esteve disposto a me dar atenção e a me ajudar.
Me lembro de Harry parecer fodidamente atraente, e quando me dei conta meu corpo já estava se esfregando ao dele descaradamente, Até mesmo minha voz me traiu. Agora parece engraçado, mas ele pareceu esquecer daquela porcaria toda oque me faz sentir muito menos ridículo e humilhado.
Oque eu não imaginava, é que algum dia esse contato tão íntimo estaria acontecendo por minha vontade e pela vontade dele, neste exato momento.

- E como eu sou? Como eu sou pra você?

Por longos segundos só tive a respiração ofegante como resposta, a situação toda só estava me deixando mais necessitado e eu queria deixar a maior marca possível no corpo e na mente dele.

- Responda

Ele se contorce, e num movimento rápido é ele quem passa a beijar meu dorço e enterrar os dedos no meu quadril.

- Você tem esse ar de superior, de inalcançável. Você parecia tão tão mal quando te conheci, mas agora vejo que você só precisa de alguém que te compreenda. - Ele puxa minha pele com seus dentes, o toque machuca e me causa espasmos com a mesma intensidade. - E de alguém que te beije assim

Em minutos sei que minha pele alva está tão marcada quanto a dele, e de certa forma isso me alegra mesmo sabendo que não vou me lembrar de quem as fez.
Passaram-se longos e proveitosos minutos de beijos e carícias, até que acabamos deitados com Harry nos meus braços, seus dedos percorriam com carinho a pele exposta da minha barriga. Depois de um accio as malas estavam ao nosso lado, e meu corpo já começava a ter espasmos em antecipação ao que iria acontecer em breve. Se a dor para remover a marca chegar aos pés da dor para fazê-la, seria uma longa e agonizante noite, assim como no início de todo esse problema.

- Eu gostaria de não ter que fazer isso, mas você é o menino que sobreviveu... Sabe, pra ter uma chance verdadeira de um bom futuro para nós eu não posso te por em nenhum risco, pois é exatamente isso que essa marca representa. Eu quero estar limpo e estar com você.

Ele parece compreensivo pela primeira vez desde que começamos a falar sobre o assunto, e sorri de forma terna tentando me confortar.

- Estou caído por você - Ele admite

Sei que ele está se despedindo, e as batidas do meu coração perdem o ritmo por alguns segundos, enquanto eu reuno toda a coragem para deixar Harry saber que não é apenas ele imerso nesse misto de dor e sensações que é se apaixonar. Observo sua íris verde brilhante, roubo um beijo, e me declaro:

- E eu estou de joelhos, Amor.