A maresia no ar, e o paraíso nos seus olhos

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Nós voamos cerca de sete minutos.

  Harry circulava os braços pelo meu corpo da forma mais sufocante possível, ele era possessivo, sem dúvidas.

  A minha chave de portal era uma velha bola de um tipo de esporte trouxa, do qual eu não me recordo. Tinha um formato estranho, e era vinho com alguns detalhes brancos, completamente murcha e detonada.

  Puxei Harry pra perto de mim, ele estava segurando minha vassoura, enquanto nos éramos jogados a mercê do ar, em uma das piores sensações que eu já senti. Era enjoativo, e eu ficava tonto e as vezes um transtornado, levando bons minutos para voltar a realidade.

  Realidade.

Soltei o objeto em minhas mãos, poucos antes de ser tarde demais, Harry e eu caímos livremente pelo céu, até que bati contra o solo, seu corpo logo em cima do meu, o impacto quase me fazendo vomitar.

  — Porra, Draco. Você esta bem? — Ele pareceu perceber o meu incômodo, e retirou seu corpo de cima do meu, me ajudando a ficar de pé, enquanto o ar ainda estava preso em minha garganta. — Ei, Draco. Respira!

  Pov. Harry

Ele estava mais pálido que o normal, seu rosto estava abalado, e meu coração falhou uma batida com a visão.

  O abracei forte, batendo em suas costas, depois dando tapinhas no seu rosto, e ele pareceu sair do transe.

— Você quase me matou de susto, porra.

— Desculpe, isso costuma acontecer quando uso essas porcarias. — Ele disse com a voz ainda um pouco trêmula, se abaixando pra pegar a vassoura, e começando a andar.

  Comecei a seguir Draco, que estava alguns passos a frente.

  Passei a observar melhor o lugar. Podia sentir um cheiro diferente no ar, ventava bastante, e o céu parecia muito mais claro por aqui, cheio de nuvens, o sol estava lá também, reluzindo na casa a poucos metros de nós.

  Só então percebi que ela estava lá.

Era grande e em um tom bonito de cinza, com varias janelas de madeira escura, com uma porta exagerada na entrada. Haviam também alguns degraus que levavam até a tal porta, um tapete negro e com aparência macia, e só então notei o loiro murmurando um feitiço para abrir a porta que estava bem a minha frente.

  — Primeiro as damas. — Ele disse.

  — É claro, querida. Pode passar. — Sorri pra ele, fazendo um gesto exagerado para que ele entrasse, mas acabei entrando na casa antes dele.

  Nós entramos diretamente em uma sala, e a primeira coisa que pensei foi em como era quente. O lugar parecia tão aconchegante, com três sofás de couro escuro perfeitamente alinhados, haviam também algumas almofadas brancas repousando em cima deles, outro tapete parecido com o da entrada, preenchia a maior parte da sala, por cima do piso de madeira, não havia carpete.

  Reparei em Draco, que retirava o casaco e pendurava atrás da porta, retirando os sapatos e as meias, calçando um outro tipo de sandália estranha que estava ao lado da porta.

  Tirei meu casaco também, e dei para Draco pendurar, ele levantou as sobrancelhas para mim, mas acabou cedendo.

 
— Vamos até o quarto, pegar umas roupas, e então iremos a praia, Ok?

Acenti pra ele de forma animada, e ele subiu as escadas de madeira, até chegarmos no segundo andar, que não passava de um corredor com três portas.

  
   Draco ignorou as duas primeiras, e entrou na última, indo direto até um armário de cor cinza que havia ali, no que certamente era o quarto dele, com uma cama luxuosa com docel e tudo, uma escravaninha com bebidas em cima, e uma cortina branca por cima da janela grande dali.

Observando a Lua - DrarryOnde histórias criam vida. Descubra agora