Será que quero saber?

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Boa leitura baby's :)

  -- Harry, você já ouviu falar de dignidade?

   Deveria ter sido a décima vez que Hermione me atormentava com a mesma pergunta. Ela e Rony haviam começado a estranhar a recente aproximação entre mim e Draco, e eu acabei dizendo aos dois em uma conversa nada agradável, que o loiro era meu amigo. Hermione pareceu precisar de um momento para esclarecer seus pensamentos, já Rony, Saiu em direção aos dormitórios com passos duros contra o carpete vermelho. Hermione ficou, e o barulho estrondoso dos passos do ruivo pareceram desperta-lá dos próprios pensamentos. E aqui estamos agora.

   -- Hermione, o Draco já não é mal. Ele se arrependeu dos seus erros, você sabe disso. -- Foi oque disse a ela, enquanto desfazia minha postura e inclinava minha cabeça no sofá, fitando o teto, cansado demais para o sermão que viria em seguida.

   -- Você gosta dele?

 
   Pergunta idiota da parte dela. Se eu não gostasse da companhia de Draco não me esforçaria para ajuda-ló em coisas que eu não não sou obrigado a ajudar. Ele é bem inconveniente as vezes, e ainda estou surpreso com o fato dele ser um bom amigo. E é claro que eu gos... Espere, não. Não neste sentido. Quero dizer, eu.. e Draco? Obviamente que mesmo não.

 
   -- Como é?

 
  Hermione levou as mãos a testa dramaticamente, e pareceu sorrir em seguida. Eu realmente não a entendo, ela estava com as palavras difíceis do sermão na ponta da língua.

   -- Merlin, Você gosta dele.

   -- Oque? Não, não assim. Como poderia? Ele é um garoto. E eu, eu, você sabe! Eu gosto de meninas. Esta louca? -- Me levantei avidamente, e me sentei de forma adequada no sofá. De onde foi que essa maluca tirou isso?

  -- Me desculpe, Harry. -- Hermione sorriu ao pronunciar meu nome. -- Se você diz que não, acredito em você. -- Então ela se levantou da poltrona e recolheu sua pilha de livros, se dirigindo para o dormitório das garotas.

  -- Bem, eu vou indo. Já é tarde, e quero estar disposta para a aula de DCT amanhã. -- E com essas últimas palavras, ela se foi.

   Me deitei no sofá desta vez, fitando o relógio na parede, e este indicava que mal se passava das oito.
Como ela pode pensar aquilo?
Eu e Draco realmente não temos um histórico agradável, e agora, uma recente e precoce amizade, mas isso não quer dizer que estou me apaixonando por ele. Bem, se eu estivesse - Oque é completa e totalmente impossível - eu iria saber. Droga.
Eu iria saber?

                           (...)

  -- Você só pode estar brincando comigo, Draco.

      Mas que diabos, Eu realmente estou agindo como um Grifinório bobão. Andando de pijama pelos corredores de Hogwarts, em direção a Enfermaria, e eu nem mesmo trouxe a capa. Merlin, oque estou fazendo?
E então parei, dei meia volta e comecei o caminho de volta a minha comunal, me arrependendo meio segundo depois.

    -- Porque você simplesmente não continua a andar, Harry? -- Porque ele chamou você, e você sabe que não pode dizer não a ele. Justo quando eu pensei que não pudesse ficar pior, vejo que minha consciência Grifinória parece estar sem sono hoje.

  Dando um suspiro derrotado, girei meu corpo novamente, e dei mais alguns passos apressados, parando em frente a grande porta de madeira da enfermaria. A maçaneta estava gelada, e a porta pesada fez um barulho macabro quando a empurrei, guiando os olhos cor de lua até mim.

   -- Você demorou! -- Ele estava cochichando agora, como em um daqueles filmes trouxas, quando os mocinhos estão prestes a fazer algo errado. -- Droga Harry, fecha logo essa maldita porta.

  -- Porque me chamou? -- Fechei a porta, e comecei a andar para perto dele, que se afastou, e me deu um espaço para me deitar ao seu lado. Recuei, e olhei de modo desconfiado.

  -- Oque? Anda logo.

Pisquei os olhos demoradamente, e me deitei ao seu lado. Céus, se Hermione visse esta cena, eu não teria como negar nada a ela. Draco pareceu se afastar, mas em seguida, depositou uma parte de seu corpo em cima do meu, e nos cobriu com sua manta pesada.

  -- Não se preocupe, eu não vou atacar você. Não faz o meu tipo.

Nós dois acabamos rindo da sua pequena piada, e o ar pareceu ficar magicamente mais leve.

  -- Porque me chamou aqui? -- Perguntei a ele novamente, ele tinha o rosto perto do meu, e podia olhar em seus olhos. O encarei, e esperei que me respondesse.

   -- Não consigo dormir. -- Draco disse piscando os olhos como uma criança sonolenta, ele parecia exausto.

 
  -- Ah vamos Draco, esta descul..

  -- Eu tenho pesadelos.

  -- Que tipo de pesadelos?

  -- A marca. Eu fico sonhando com o dia em que a fiz, e posso sentir toda a dor, consigo até mesmo senti-lá queimar em minha pele. Na última noite, a que você estava aqui, eu apenas dormi. Sem pesadelos. E achei que.. Bem, se você estivesse aqui. -- E então Draco começou a se mover pra longe de mim, e no mesmo instante, o impedi.  -- Você esta livre pra ir, Harry.

  - Eu vou ficar. Não me custa nada, e pode ajudar você a dormir, não se preocupe, vou embora antes que Snape venha te ver, pela manhã.

Com essas palavras, o puxei para mais perto, e trouxe a manta para nos cobrir novamente. Ele estava tenso nos meus braços, mas pareceu deixar o orgulho de lado, e relaxou em seguida.

  -- Somente esta noite, Harry.

 
  Era noite de lua cheia, e com o quarto iluminado posso ver a pele pálida dele, juntamente aos cabelos. Parece tudo perfeitamente calmo e em seu devido lugar, e eu não sei porque, e nem mesmo sei se quero saber, o porque de tudo parecer tão certo e leve com o cheiro dele preenchendo meus pulmões. Eu tinha total consciência de que Draco não ficaria curado tão rápido assim, não antes de um mês, e o loiro sabia como me irritar. E ele também sabia como me controlar, me deixar imóvel a sua presença.  E eu sei que é complicado cuidar de um Malfoy.
Entretanto, tudo parecia se tornar fácil, com a respiração quente dele soprando contra minha pele.
Sim, eu sei. Estou ferrado.

  -- Somente esta noite, Draco.

Observando a Lua - DrarryOnde histórias criam vida. Descubra agora