A ordem dos fatores

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Pov Bia

Tem alguma coisa que não está se encaixando nessa recente amizade entre minha filha e a filha da minha esposa, eu sei que o momento pedia essa interação mas uma coisa não entrava em minha cabeça, o fato de que Mariana estava realmente não se importante em demostrar algo fora da nossa realidade, não lembro de ela e Manu serem tão próximas assim para a todo momento Mari está ao seu lado, mesmo quando Manoela e Gizelly se acertaram elas tinham sempre o momento ideal de estarem juntas isso já estava me dando nos nervos, Rafaella parecia não se importar ou não se tocou que estava acontecendo alguma coisa.. a única esperança que eu tinha era de que minha filha tinha acabado de nos apresentar um cara como seu namorado, Jonas era um cara legal, bonito e atencioso mas não recebia um terço do olhar e da preocupação que eu via escancarada no rosto da minha filha sobre Manu, quando marcela e Gizelly subiram para o quarto que preparamos para elas já que sim elas eram um casal aquilo mexeu um pouco comigo mas não tinha nada a ver com minha vida se minha amiga está feliz tem meu total apoio e rafa compartilhava do mesmo pensamento, eu e Rafaella estávamos no nosso quarto ela parecia perdida no turbilhão de pensamento com razão depois de um dia como este , resolvir não interferir ela precisava daquele tempo afinal em apenas uma noite o ex marido foi preso acusado de assassinato, sua filha está sob sua tutela o que era maravilhoso se fosse em outra decorrência mas agora ela tinha essa responsabilidade com Manoela bem mais do que antes, tinha que lidar com a filha que acabou de ser tirada da sua zona de conforto com a carreira e o pai em situações complexas e era adolescente, o que é pior neste mundo do que adolescentes? E com problemas ainda mais.. acontece que Manu não era qualquer adolescente né, era uma ídola de uma geração que vinha lhe acompanhando á algum tempo com o pai com a história que muitas pessoas conheciam e se inspiraram e que tinha uma única herdeira das empresas Gavassier, eu imagino o porque ela teve aquele surto o tanto de coisas que ficaram em suas mãos da noite pro dia não era brincadeira, olhei minha esposa que ainda estava perdida na nossa cama, seus olhos distantes não acompanhava seu corpo presente, analisei cada parte do seu rosto com cuidado eu não queria tirá-la de lá com bruscalidade mas também não sabia fazer o contrário.

"Amor?!" Chamei baixinho "Hey amor, tá me escutando?" Tentei novamente sem sucesso de novo "Rafaella ?" Chamei um pouco mais alto e ela se assustou me olhando com uma cara de interrogação, dei um sorriso em forma de desculpa e ela suabizou o semblante "Desculpa, não queria te assustar mas estava preocupada bebê"

"Desculpa bia é que são tantas coisas.. estou preocupada com Manu, com as decisões que ela quer tomar, com o fato de não conseguir ser á mãe que ela precisa nesse momento.. Eu tô com medo!" Ela falou triste, sentir meu coração ser esmagado com aquela confissão.

"Oh meu amor eu sei, e é normal viu.. ter medo. Você é uma ótima mãe Rafaella, A Manu te ama e sabe que pode contar com você as decisões que ela queira tomar é pela dor que ela está sentindo com essa tiragem brusca da vida dela.. " comecei tentando amenizar

"Eu sei amor, mas eu tenho tanto medo, percebi que não conheço minha filha suficiente não sei tanto da sua vida como achava que sabia isso me assusta num nível.. ainda tem o Fernando, Manu tem certeza que ele é inocente mas existem provas Bianca.. e se ele não for como vou lidar com isso como minha filha vai lidar com isso..?" Perguntou com os olhos brilhando de lágrimas, abaixei a cabeça porque aquilo também me doía de certo modo eu tinha Manu como minha filha também e aquelas perguntas se passaram por minha cabeça e eu não tinha a resposta que ela queria

"Eu não sei meu anjo, Mas o que eu sei é que não vai deixá-la sozinha, nós não vamos Deixá-la só" falei pegando em sua mão e olhando em seus olhos enxugando algumas lágrimas que caiam insistentemente. Ela me abraçou, me puxando para si enquanto se derramava em lágrimas sobre meu ombro, meu coração estava pequeno, eu odiava vê-la chorar aquilo era pior que tudo, ainda mais quando eu não poderia fazer nada pra mudar a ordem dos fatores e se mudasse não alteraria o resultado, aquilo era um teste pra nossa família e íamos passar por ele juntos.

Nada É Por Acaso (Rinu/Rabia) Onde histórias criam vida. Descubra agora