Maldita Vontade 》 XAMÃ

onze.

Filipe..

Depois que encerrei a ligação com a Melinda, eu sai de casa e nem avisei a Ju, ela tinha pego no sono e eu preferi deixar assim mesmo. Fui na casa de uns amigos do Théo e ninguém sabia dele, eu já estava rodando a quase uma hora, fui para a orla da praia e o vi de longe, estacionei o carro e fui andando na areia até me aproximar dele. Ele estava olhando fixo para o mar e chorava bem baixo, fui me sentando e ele mal percebeu.

— Eu achei que ia te achar em outra situação, não nessa... — ele me olha e seca o rosto. — Desabafa comigo filho.

— Pô pai... — ele segura o choro igual quando era criança. — Eu tô fudendo com tudo pai, você e a mãe estão brigando por minha causa, minha mãe tá péssima, tu tá se fazendo de forte mas tô ligado que também tá mal e me destrói vê vocês assim, vê que eu tô causando isso tudo. — ele para de falar e fica olhando pro mar. — E ainda tem a Hadassa... porra eu fico fudido aqui dentro só de pensar em como ela tá se sentindo se enfiando nessa comigo, me apoiando, topando ficar comigo mesmo eu fazendo essas caralhada de coisas.

— Filho presta atenção, eu e sua mãe não estamos brigando por SUA causa, porra Théo a gente tá perdido nisso tudo, ela e eu nunca pensamos passar por isso em hipótese alguma, é claro que a gente vai ter esses desentendimentos... já a Hadassa, porra ela é amarradona em você filho, gosta de verdade e é claro que ela tá nisso contigo porque ela quer. — ele me olha e solta um risinho. — Tu também é paradão na dela pô...

— Eu amo ela pai... — ele me interrompe.

— Então, mais um motivo pra tu correr atrás do certo, correr atrás da tua melhora, tu falou pra mim que fica fudido aí. — boto o dedo no peito dele. — Por tá enfiando ela nessa, não foi? — ele concorda. — Tira vocês disso então, tu consegue moleque, além de tudo tu só tem pessoas que te ama do teu lado, seus pais, teus padrinhos e tua mulher pô, se liga Théo tu tem tudo pra sair disso e viver tua vida tranquilo.

Ele assentia quieto, depois voltamos para casa e eu fui ficar com a minha mulher. Tava foda demais, Ju havia se abatido muito desde que tudo isso veio a tona, mas pô...não adianta nada também, se ela se enfraquecer eu vou buscar forças e apoio em quem?

Théo.

Fiquei maior tempão jogado numa das espreguiçadeiras perto da piscina, enquanto pensava em tudo o que meu pai tinha falado comigo, nossa vida tinha dado maior volta do caralho e tudo era por conta das minhas escolhas.

Já tinha muito tempo que eu não usava, desde o dia que o padrinho ms buscou na praça e eu estava ficando louco com isso, mas quero e tô conseguindo controlar.

Fiquei conversando com uns moleques e eles agitaram uma resenha mais tarde, não neguei, óbvio. Preciso destrair minha mente  mesmo que isso me puxe para perto do meu erro. Eu vou me controlar pô e vai dar tudo certo.

mais tarde.....

A resenha até rava legalzinha, eu vim de carro e estava bebendo bem pouco, era perto de casa e não tinha perigo algum. Qualquer  coisa eu dava um jeito depois... tinha um tempo que eu estava ali curtindo com os moleques, a Dassa disse que ainda iria sair de casa e eu estava tranquilão até o Léozinho se aproximar e ir me puxando pra uma parte mais escura e vazia, tipo uma entrada de um beco ao lado do lugar que rolava a resenha.

— Toma mano, chegou agora, a braba irmão confia — me estende o papelote.

— Pô, moleque... quero nã...

— Théo? — escuto a voz da Hadassa atrás de mim.

— Hadassa....