treze.

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Melinda.

Tava encarando o abestado do meu marido e ele não fazia nada além de olhar aquela ultra e ficar sorrindo igual criança quando ganha doces ou brinquedos novos.

— Amor... porque você não me avisou que estava suspeitando?

— Porque eu não suspeitava! Fui fazer uma consulta de rotina e estava sentindo umas cólicas e saio de lá sabendo que tô gravida de uma moleque a três meses e uns dias. — eu bufei estressada e o Jason solta a ultra ali na mesa e me puxou pra ele.

— Você não quer? — perguntou tristonho e eu respirei fundo.

— Não é isso Jason... eu só não estava preparada pra ser mãe á essa altura da vida. Estava esperando por netos e não um bebê nosso.

— Netos?

— Você acha que suas filhas não vão transar nunca? Pelo amor né, meu filho. — bati em sua testa e ele fechou a cara. Ficou pensando e acho que  não gostou muito daquilo. — Amor...

Chamei mas ele só negou, pois a mão em cima da minha barriga e ficou acarinhando e olhando o próprio movimento.

— Nem todos os obrigados do mundo seriam suficientes para te agradecer e demostrar o quanto eu amo o que você me tornou como homem e pai.

— Para.... eu vou chorar!

— Eu te amo, sereia. Pra caralho. — eu assenti já chorosa e ele riu, selou minha boca e abraçou meu corpo todinho e eu deitei meu rosto nele. — Nós criamos as meninas e esse bebê vai ser mais um dos nossos. Só mais um tiquinho do nosso sentimento solto no mundo.

— SÓ mais esse tiquinho, né, amor?

— Só. — gargalhou e eu acabei rindo junto.

uns dias depois... 

Hadassa.
Tio Ret estava indo pra casa depois de gravar algumas coisa com meu pai e eu decidi ir lá vê o Théo, meu pai liberou de boa deixando e minha mãe também o chamou para irem comprar algumas coisas para o bebê, que eles ainda estão escolhendo um nome.

— Oi meu amor! — tia Ju me abraça assim que eu entro na casa — Como tu tá mulher?

— Oi tia, tô bem e a senhora? — ela conversa comigo um pouco e eu percebo o quanto ela estava abatida, cansada e eu já imaginava o motivo.

— O Théo tá lá em cima desde que chegou, pode ir lá — concordo e subo as escadas indo pro quarto dele.

Abro a porta devagazinho e vejo ele andando de um lado pro outro enquanto tinha as mãos na cabeça, fiquei observando e ele estava agitado pois não parava em momento algum, eu desconfiei mas queria acreditar que não era nada daquilo que eu estava pensando.

— Amor?! — chamo ele receosa e quando ele vira rapidamente pra mim eu concluí que o que eu pensei era verdade, a expressão do rosto dele não negava, pensei em virar as costas e ir embora, mas lembrei que meu pai disse que o apoio do Théo sou eu. — De novo Théo? — eu segurava o choro

— É a última vez vida, eu juro, juro pra você — ele vem pra perto de mim e me puxa pra sentar na cama com ele — Eu tentei Dassa, eu tentei mas não consegui.

Eu já tinha pensado nisso tantas vezes e até cheguei conversar com meu pai sobre, mas ele me disse que eu tinha que conversar com o Théo sobre isso, era a vida dele.

— Théo, o que você acha da gente procurar ajuda? — ele levanta da cama e mantém o olhar em mim.

— Não, isso não, eu não preciso de ajuda não Dassa, não tem necessidade.

— Théo isso se tornou vício, vamos procurar ajuda, eu vou está de teu lado, meu pai também, teus pais e....

— Hadassa, já falei que não, chega desse assunto — ela fala alto e agressivo, e eu solto as lágrimas que estava segurando.

— Théo tenta entender....

— Não tem o que entender Hadassa. — ele me interrompe de novo.

— Théo virou vício Théo, vamos procurar ajuda, não precisar se uma reabilitação não — penso antes de falar e conto — Théo você tá igual esses viciados que fala que não precisa de ajuda, que fica jurando que vai parar, prometendo que não vai fazer mais, mas nunca cumpre nada disso.

— Eu não sou nenhum viciado — ele pega nos meus braços com força me levantando da cama.

— Você tá me machucando Théo — falo chorando com medo do cara que eu amo. — Olha o que você tá fazendo?! — ele me solta e sai de perto de mim encostando a cabeça na parede assim que dá uns dois socos nela. — Eu nunca imaginei isso pra você, nunca imaginei isso pra tua mãe e pro teu pai, nem pros meus pais que tem você como filho, nem pra mim pra mim, eu só quero te ajudar, mas você tá em um nível que eu não sei mais o que fazer, Théo eu tô com medo de você — enquanto eu soltava tudo em meio ao choro ele continuava com a cabeça na parede, distante de mim. — Você é irreconhecível, você muda completamente, e você precisa de ajuda sim Théo — ele nega com a cabeça — Precisa sim, porque se não você vai destruir tudo ao teu redor, e você já começou...

— CALA A PORRA DA BOCA — ele vem em minha direção com tudo, levanta a mão e eu me encolho esperando o que imaginava que ia vim, mas ele não fez nada.

— Théo tu ia.... — olho pra ele que me olha e vira de costar passando a mão pelos cabelos. — Tu ia me bater Théo?! — sinto o choro sair de mim desesperadamente, me sento na cama e tapo meu rosto com as mãos, sinto ele colocar as mãos em mim e me levanto me afastando dele.

— TIRA A MÃO DE MIM — grito e ele negava com a cabeça tentando se aproximar — SAI DE PERTO DE MIM THÉO.

— Dassa... Vida, me perdoa pelo amor de Deus — ele fala chegando perto e o tio Ret entra com tudo no quarto seguido pela tia Ju que vem ao meu encontro me abraçando.

— Me tira daqui, eu quero ir pra casa tia. — sussuro agarrada nela.

— Eu vou ligar pro teu pai amor — ela fala me apertando mais.

— Hadassa, não vai não a gente  tem que conversar — vejo o Théo tentando passar pelo tio Ret que estava barrando ele.

— Liga... Liga logo pro meu pai.

— HADASSA, VEM AQUI NÃO VAI EMBORA, A GENTE TEM QUE CONVERSAR HADASSA — ele gritava enquanto era segurado pelo pai e via a mãe dele me tirando de perto dele, tia Ju fecha a porta e me abraça e eu me permito chorar ali, mesmo assim deu pra escutar as coisa de lá de dentro.

— CHEGA THÉO — o tio grita com ele, e depois de um tempo eu escuto um choro vindo lá de dentro.

— Eu sou um fudido pai, eu tô destruindo tudo.

Théo só vacilando, 😓🤦🏻‍♀️

Maldita Vontade 》 XAMÃ Onde histórias criam vida. Descubra agora