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Jason Carlos.
Pouco mais de quinze anos depois e tudo muda... as crianças crescem, amadurecem e começam a descobrir as coisas boas e ruins da vida. O que tem me frustado um pouco, mas nada que a Melinda não consiga mudar com dois minutos de conversa comigo.

Hoje em dia, a Akasha está em um intercâmbio no Canadá algo sobre umas pesquisas sobre biologia que era a faculdade que a minha primogenita estava querendo cursar, eu até achei muito foda quando ela veio me contar que conversou com a mãe e ela a incentivou a ir no intercâmbio antes mesmo de começar a estudar definitivamente.

E eu tinha entendido bem o porque, desde os seus seis anos de idade, Akasha demostrava um interesse absurdamente enorme pela minha profissão, lembro bem do dia que ela cantou comigo em uma das minhas apresentações no Rock In Rio. Foi foda demais. Mas ela cresceu, virou uma mulher linda e foi deixando a música de lado e  muito por influência da mãe e o atual padastro, eu conversei bastante com ela mas eu sou pai e não dono da vida dela pra ditar exatamente o que ela tem que fazer para se tornar alguém e eu vou dar todo o suporte preciso... mas eu sei que lá no fundo ela ainda quer sair cantando por aí, tanto que já compôs algumas músicas mas nunca as gravou. Mas é aquilo, se for  para ser, vai ser e porra, na moral? Eu iria me amarrar.

Agora Hadassa... ô garota dificil do caralho, bate o pé até conseguir o que quer e nem é por mimo não e sim por ela correr atrás e merecer aquilo. Hadassa é completamente louca por moda e até mesmo produz muito de suas próprias roupas, uma vez em outra ela até recebe encomenda de suas amigas... Mas nada que a faça ser reconhecida por aquilo, eu já tentei ajudar... mas ela sempre vem com um sorrisinho na boca e me diz.

"Quero ser reconhecida por meu próprio suor e não por ser sua filha, ok, paizinho?"

E eu sou lá doido de me intrometer? Sou nada. Quero mais que ela cresça, evolua e conquiste tudo que quiser por mérito próprio. Pelo suor que pingar de seus esforços. E acho que até tenho mandado bem nesse quisito.

E a Melinda... caralho, eu não sei que feitiço ela fez mas eu tenho certeza que foi um tal de chá que ela sempre dar como  justificativa quando eu questiono em como é possivel que eu me apaixone por ela cada vez mais... e sempre fazendo questão de conquistar ela a todo momento.

Quinze anos de casamento recém completados. Fora o tempo que ficamos em toda aquele chove e não molha. Mas isso não altera em nada na nossa vida, tivemos todos esses anos para ir nos conhecendo ainda mais e com isso construímos um casamento fortalecido a base de muito amor, cumplicidade e carinho. Claro que sempre temos nossas briguinhas por coisas aleatórias e bobas ou até algumas crises saudaveis de ciúmes... mas tudo acaba no melhor lugar e modestia parte, nosso sexo era uma conexão literalmente fudida de tão boa.

— O que tá fazendo aqui sozinho, garotão? — escutei a voz da minha mulher vindo ao longe e a chamei para vir deitar na espreguiçadeira junto de mim. Selei sua cabeça e a envolvi em uma conchinha. — Já cheguei tem bastante tempo e não estava te encontrando, até olhar da sacada e ver você aí, todo pensativo.

— Como foi a audiência, preta? — questionei orgulhoso e ela abriu um sorriso largo. Melinda havia se formado dois anos depois do nosso casamento e desde então vem trabalhando nisso.

— Nossa, foi meio complicado sabe? O Juiz tava bem sério e mal dava para ter alguma esperancinha avaliando ele por suas expressões ou gestos... Mas graças a Deus, deu tudo certo e o carinha lá foi condenado por todo o tempo que abusou da Marilé. — ela explicava orgulhosa e eu sorri escutando tudo com toda a atenção do mundo.

Melinda tinha optado por em qualquer circustância dar prioridade aos casos de acusações trabalhistas, principalmente se rolasse abuso sexual. Acho que foi a forma que ela tirou para se recuperar daquele dia há muitos anos atrás.

Maldita Vontade 》 XAMÃ Onde histórias criam vida. Descubra agora