» Capítulo 17

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any gabrielly.

    Verdadeira delícia! Estou imprensada entre um arco-íris e um floco dourado. Diante de meus olhos fechados, desfila todo um amontoado de cores, de nuances, cheio de pequenas borbulhas, que são ao mesmo tempo doces e faiscantes.

Parece que a bebê adormeceu porque sua respiração é o que pode haver de mais calmo. A de Noah me indica que está acordado. A minha me indica...

A minha me indica que Noah não religou direito o meu respirador.

Segui alguns de seus movimentos, não pude associar cada som a cada sensor, mas, o do respirador, eu o identifiquei perfeitamente. Fico ouvindo um pequeno assobio, muito leve. O tubo de ar passa bem acima de minha cabeça. Posso perceber, em meio a todo o resto, o filete de oxigênio que escapa em meu quarto.

Mas não tenho por que ficar nervosa, mesmo se eu pudesse. Chega ar suficiente a meus pulmões para eu poder respirar. Não há razão para ter medo.

O medo...

Não quero sentir esse medo especialmente, então me fixo no exercício de sempre quando Noah está aqui.

Quero virar a cabeça e abrir os olhos.

Quero virar a cabeça e abrir os olhos.

Quero virar a cabeça e abrir os olhos.

Em meio a essa repetição mental, de repente sinto um intruso. Calor. Doçura. Contato. Fugaz. Devo ter me enganado.

Quero virar a cabeça e abrir os olhos.

Quero virar a cabeça e abrir os olhos.

De novo, doçura. Deixa acontecer, o que é que você poderia sentir?

Quero virar a cabeça e abrir os olhos.

Calor. Localizado. Localizado? Sim? Onde isso? Já passou.

Mas não estou enganada. Especialmente porque uma mancha violeta apareceu diante de meus olhos no momento em que senti o calor.

Senti... Como ter certeza de que não inventei esse calor? Com todos os meus exercícios de autossugestão, como diferenciar real de imaginário?

Deixo essas perguntas para lá. Resolvo que é real. Afinal de contas, parece que a faxineira me ouviu cantar da última vez.

Bom... Cantar é certamente exagero.

Talvez eu tenha simplesmente expirado mais pesadamente que de costume. Mas ela parecia tão convencida... E com a música passando em minha cabeça, eu quis acreditar que finalmente tinha emitido um sinal ao mundo exterior.

Rio em minha cabeça, com a impressão de que sou uma extraterrestre querendo entrar em contato com os habitantes deste planeta. Uma extraterrestre que por enquanto não sabe se comunicar a não ser por cores.

I'm hereOnde histórias criam vida. Descubra agora