Capítulo 2

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- Não estás a brincar com os sentimentos ali do Potterzinho? - perguntou Meredith, olhando divertida para o rapaz que não tirava os olhos de Laurel.

- Foram só uns beijos, Mer.

- E ele beija bem? - perguntou Ashley, curiosa.

- E eu sei? Harry é o primeiro e único rapaz que beijei, sei lá se beija bem. Eu gostei de o beijar mas não volta a acontecer. - afirmou Laurel, corada.

      As três dirigiam-se juntas na direção dos portões do Salão Nobre numa posição quase estratégica: Meredith ia à frente, Laurel um pouco atrás e Ashley no fim, as outras duas servindo de escudo entre a Diggory e o mundo.

        Todos os que passavam por ela a olhavam com pena. Ley era agora a miúda que perdera o irmão mais velho num qualquer acidente que ninguém sabia explicar, exceto Harry Potter, que afirmava a pés juntos que vira Voldemort. A atmosfera entre os alunos era tensa e todos olhavam para o Menino Que Sobreviveu com desconfiança, vítimas do Profeta Diário e do Ministério da Magia, que desacreditara tudo o que Harry contara sobre Quem-Nós-Sabemos.

        Ninguém sabia que Laurel se encontrava no cemitério e ela pouco se importava em contar ao mundo. Tudo o que desejava era passar o mais despercebida possível naquele ano, descobrir como tirar a magia de Voldemort de dentro de si e proteger Ashley das más línguas e da pena que a adolescente detestava.

- Estás bem? - perguntou Meredith ao entrarem, dando a mão a Ley.

        Como sempre, Ashley engasgou-se, retirando da forma mais delicada possível a mão da de Meredith.

- S-sim. - gaguejou, embaraçada - Acho que sim.

- Quem é aquela? - questionou Meredith, de sobrancelha erguida - Enganou-se e pôs a roupa na máquina de fazer algodão doce em vez de pôr na máquina de lavar roupa, coitada. Só de olhar fico enjoada de tanto cor-de-rosa!

         Laurel soltou uma risada, observando a mulher sentada junto aos outros professores. Vestida de rosa da cabeça aos pés, tinha um sorriso educado no rosto mas os olhos pareciam querer incinerar todas as crianças ali presentes. Uma mulher peculiar, aquela.

- Até depois, meninas. - murmurou Ashley, ligeiramente encolhida enquanto se dirigia para a mesa dos Hufflepuff.

          A Ravenclaw e a Lovelace foram em direção à mesa dos Slytherin. Antes que se pudesse sentar, uma mão impediu-a, segurando-lhe o braço com delicadeza e a voz bem conhecida de Laurel fez-se ouvir perto dela.

- Podemos falar? - perguntou Draco Malfoy.

         A jovem olhou para ele, surpreendida. Draco crescera bastante naquele Verão e o seu ar superior também, embora quando olhava para ela este se desvanecesse suavemente. O cabelo loiro quase branco caía-lhe para os olhos prateados, que a fitavam inexpressivamente.

         Laurel teve de se recordar a si própria que o que Draco tinha de belo, ele tinha de maldoso.

- Não tenho nada para falar contigo. - respondeu Laurel, virando-lhe as costas.

- A minha mãe enviou-te imensas cartas este Verão e não respondeste a nenhuma. Ela está muito preocupada.

- Não chegaram até mim. - respondeu simplesmente, ainda de costas voltadas para ele - Tem um bom dia, Draco.

- Laurel. - chamou o Malfoy, novamente - Eu lamento muito pelo que aconteceu a Cedric.

         A poucos passos dele, Laurel estacou, virando-se para o encarar. Por instantes, limitou-se a perscrutar-lhe o rosto, procurando índicios de ironia ou falsidade. Não havia nada pois, ao que parecia, Draco Malfoy estava realmente a ser sincero.

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