Capítulo 33

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       Assim que sentiu os seus pés assentarem de novo no chão, Meredith soltou o homem com quem Aparatara, afastando-se dele com repulsa.

     Anthony Dolohov sequer a olhou, seguindo em frente com passos decididos.

     Meredith abraçou-se a si própria, não de frio, mas de nervosismo. Tal como instruída, ali estava ela, a passar o seu primeiro dia de férias na zona mais movimentada de Londres: o Big Ben. Na praça em frente ao grande relógio, os Muggles acumulavam-se em multidões para admirarem um dos monumentos mais conhecidos da Inglaterra, alheios ao perigo que os aguardava.

     A feiticeira estremeceu, esperando que a pouca informação que tinha do que iria acontecer fosse o suficiente para a Ordem de Fénix intervir a tempo.

     O Devorador da Morte parou em frente ao relógio, o sorriso cruel despontando no seu rosto. Os olhos dele fixaram-se em Meredith, que engoliu em seco, sabendo o que tinha de fazer.

     Com um gesto das suas mãos delicadas, os Dementors aproximaram-se, vindos dos céus.

     A multidão imobilizou-se, aterrorizada. Os Muggles podiam não ver as criaturas mas sentiam-nas melhor que ninguém, a sensação de medo e infelicidade correndo-lhe pelo corpo como veneno. Desejavam correr, desejavam fugir, desejavam sobreviver.

     Enquanto os Dementors deslizavam suavemente entre eles, tudo o que conseguiam fazer era gritar, abraçando-se uns aos outros e chorando.

     Dolohov soltou uma gargalhada, atirando um feitiço em direção ao Big Ben. A explosão fez os Muggles acordarem e correrem esbaforidos numa tentativa de fuga, soltando gritos assustados e sentindo a vida fugir-lhes quando um Dementor se aproximava demasiado.

     Meredith cerrou os punhos, mantendo o controlo das criaturas. Apenas Voldemort e Laurel, ligados pela Magia Negra, tinham o controlo absoluto das criaturas sem necessitarem do Encantamento que Meredith usava. Ainda assim, era a ela que obedeciam com mais facilidade, reconhecendo nela a frieza e Escuridão de Azkaban.

     No final das contas, Meredith Lovelace era a criança nascida entre eles.

     O espetáculo de terror continuou por mais algum tempo e a expressão de Meredith permaneceu inalterada enquanto os Muggles sofriam. Dolohov divertia-se a destruir o Big Ben, enquanto Meredith tentava discretamente que os destroços não atingissem ninguém, agradecendo mentalmente a Snape por ter insistido em lhes ensinar feitiços não-verbais nas semanas anteriores.

     A Marca Negra surgiu no céu à medida que Dolohov ria histericamente, a varinha apontada para o céu. Meredith olhou em volta, a máscara dos Devoradores da Morte e as suas vestes negras engolindo-a, a esperança de que a Ordem aparecesse desvanecendo-se lentamente. Onde eles estavam? Não era suposto virem quando eram informados de algum ataque?

- Vamos embora. - rosnou o Devorador da Morte mais velho, apertando-lhe o braço com brusquidão.

     Meredith assentiu, aguardando de olhos fechados o solavanco habitual que Aparatar provocava. Quando notou a demora, abriu os olhos, a expressão passando de neutra a horrorizada em segundos.

     Dolohov soltou uma gargalhada enquanto apontava a varinha a uma criança, que chorava desesperada. A menina perdera-se da mãe no meio do caos e caíra no chão ao ver aquele homem cruel apontar-lhe um pau de forma perigosa.

- O que estás a fazer? - questionou Meredith, colocando-se à frente da menina Muggle sem pensar duas vezes.

- A divertir-me. Sai da frente e desfruta, Lovelace.

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