Capítulo 25

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      Laurel fechou os olhos. Os dedos dos pés remexeram-se suavemente, na expectativa. Inspirou profundamente, os punhos cerrados, a cabeça erguida.

     A magia Negra dentro de si fervilhava, ansiosa.

     Devagar, relaxou os punhos, os dedos esticados em direção ao chão e os olhos abertos.

     Os seus pés flutuavam, com fumo negro em seu redor, levitando.

     Aquela era uma habilidade que se revelara após a morte de Sirius. Apesar de ser característico de Voldemort, Laurel não podia deixar de ver que voar poderia vir a ser útil e, portanto, praticara todos os dias durante as férias de Verão até finalmente conseguir controlar minimamente.

     Usar a magia Negra de Voldemort dava-lhe prazer mas nunca diria isso em voz alta.

     Ao entrar na sala, Kreacher soltou um grito, deixando a chávena que tinha na mão cair ao chão com estrondo.

- Kreacher! - Laurel desceu imediatamente, os pés pousando no soalho velho da casa dos Black - Estás bem?

     O velho elfo fungou, à beira das lágrimas. Desde que soubera ter traído a filha de Regulus Black, vivia a lamentar-se pelo nº12 de Grimmauld Place. O susto de ver Laurel usar aquele feitiço estava espelhado na sua expressão, os olhos fitando-a, amedontrados.

- Senhora ser gentil... Senhora não poder parecer o Senhor das Trevas... - murmurou ele, apanhando os cacos do chão - Senhora não poder ser igual a ele...

- Desculpa, Kreacher. - pediu, ajoelhando-se para o ajudar.

- Senhora não pedir desculpa, Kreacher ser um elfo muito mau... Senhor Regulus ficar muito desapontado com Kreacher se soubesse o que Kreacher fez.

     Laurel abanou a cabeça, fitando a criatura com pena. Kreacher fora, de alguma forma, responsavel pela morte de Sirius, pois fora ele que transmitira informações pertinentes a Narcisa Malfoy. A mulher, que Laurel estimara por breves instantes, transmitira por sua vez a Voldemort. Tudo fora um esquema para apanhar Harry e Sirius tinha sido quem sofrera as consequências.

- Eu não te culpo, Kreacher. - disse Laurel, com gentileza - Usaram-te para os seus propósitos. Sirius devia ter-te tido mais em conta...

     O som da porta da rua a abrir interrompeu Laurel, que se pôs alerta. Todos os dias esperava que algum Devorador da Morte achasse o Quartel-General da Ordem de Fénix e entrasse por ali adentro, pronto para atacar.

     Remus subiu as escadas, cansado. Uma figura colorida e de cabelos no ar surgiu ao seu lado, o sorriso surgindo no seu rosto ao ver a melhor amiga no cimo das escadas.

- Oi Lau. - saudou Ashley, correndo para abraçá-la.

     Laurel retribuiu o abraço com alegria. Com os Weasley de volta à Toca e os membros da Ordem em missão, Laurel passava vários dias sozinha, tendo sido proibida por Remus de sair de casa ou ajudar nas missões.

     Ashley, órfã de pai e mãe, podia fazer parte da Ordem se quisesse, apesar de Mrs. Weasley ter discordado vivamente daquela decisão (algo que pusera a doce Ashley quase a chorar de emoção por ter uma mãe como Molly a preocupar-se consigo).

- O que fazes aqui? - perguntou a ruiva, afastando-se dela.

- Meredith está em missão para os Devoradores da Morte e Remus escreveu-me a dizer que precisavas de companhia. - encolheu os ombros, mostrando a sua bagagem - Sei que falta apenas uma semana para regressarmos a Hogwarts mas...

- É o suficiente! Anda, estou no quarto de Sirius e Remus no dos hóspedes...

     A voz esmoreceu ao passar pelo quarto de Regulus Black, o qual ainda não tinha tido coragem de entrar, apesar da curiosidade.

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