Capítulo 30

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      O jogo de Quidditch entre Grinffindor e Slytherin era o ponto alto do dia seguinte. Ashley abanava entusiasticamente a sua bandeirinha a apoiar a equipa dos Leões, enquanto Meredith permanecia sentada no seu lugar com um ar aborrecido. Ao lado da Lovelace, Laurel vasculhava o campo à medida que os jogadores entravam, tentando ser o mais discreta possível...

- A doninha oxigenada não está. - disse Meredith, olhando para a ruiva com discrença.

- Não percebo, ele nunca faltou ao Quidditch... - murmurou a Ravenclaw, ajeitando a trança de lado que fizera de manhã - Onde é que ele se meteu?

- Eu ouvi a Greengrass Ruim dizer que o Malfoy está doente. - contou a morena, referindo-se a Daphne.

     Laurel prensou os lábios. Draco deixara bem claro que nem uma relação de amizade iriam ter mas era impossível não ficar preocupada com ele depois de o ver cada vez mais magro e com olheiras mais profundas. Ao seu lado, Meredith revirou os olhos, trocando um breve olhar com Ley, que ouvira a conversa entre elas em silêncio.

     Nenhuma das duas era propriamente fã de Draco Malfoy mas Laurel era e não havia nada que pudessem fazer em relação a isso.

- Porque não vais à procura dele? - questionou Meredith, vendo Laurel observar a plateia ainda à procura do loiro - Por Merlim, tenho a certeza que ele não morreu!

- Eu sei que ele não morreu, não digas isso. - protestou, incomodada - Eu prometi ao Harry que o via a jogar...

- E vais ver? - questionou a amiga, apontando para o livro estrategicamente pousado no colo de Laurel.

     A Ravenclaw pestanejou. Ela nunca via os jogos de Quidditch como deve ser.

- Já venho. - disse, pondo-se de pé.

- Não queres ir também para outro sítio? - perguntou Meredith quando Laurel se afastou, sorrindo maliciosamente para a sua namorada - Há coisas tão mais interessantes para fazer...

     Ashley riu, afagando-lhe as costas da mão com carinho. Meredith sorriu, notando no brilho dos olhos de Ley. A felicidade dela era quase palpável e a de Meredith não ficava atrás, as memórias do que acontecera no dia anterior ainda frescas na sua memória.

     A pele de Ashley.

     O corpo de Ashley.

     Os seus gemidos.

- Mer, podes parar de pensar naquilo? - perguntou Ley, a rir.

- Como é que sabes no que eu estava a pensar?

- Estás a olhar para mim com as bochechas coradas e o teu melhor olhar sedutor. Não é difícil de perceber. Comporta-te, Meredith Lovelace.

     As duas riram. Enquanto Ley pulava após os Grinffindor marcarem o primeiro golo, Meredith observava-a, incapaz de desviar o olhar. Queria guardar cada momento com ela na sua mente. Queria sonhar com ela para afastar os pesadelos que a atormentavam.

     Era por Ashley que estava do lado de Voldemort.

     A Marca Negra no seu antebraço esquerdo ardeu-lhe fortemente, fazendo-a gemer de dor. Os gritos de entusiasmo da plateia e a voz encantada de quem quer que fosse que estava a comentar o jogo abafaram o som e Ley não a ouviu, para seu alívio.

     Meredith fechou os olhos, sabendo o que a esperava. De imediato, a voz de Voldemort preencheu-lhe a mente, gélida e venenosa.

     "A tua presença é necessária. Temos um presente de Natal para entregar, Meredith Lovelace.

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