01. AS PROMESSAS QUEBRADAS

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★ ━━━━━ UM
the broken promises

AS PÉTALAS DA DÁLIA caem preguiçosamente de suas mãos, destilando um pouco da angústia que lhe apertava o peito

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AS PÉTALAS DA DÁLIA caem preguiçosamente de suas mãos, destilando um pouco da angústia que lhe apertava o peito. A flor simbólica de sua mãe, a que havia lhe acompanhado em diversas situações, principalmente nas mais desesperadoras, agora pendia murcha sobre a estante ao lado da cama, exalando um aroma forte típico. Era um sinal, dissera a si mesma numa tentativa inútil de suprir o tênue sentimento de esperança sobre Luke estar de volta para ela. Afinal, ele havia deixado Julie, Alex e Reggie à deriva após 6 longos meses.

Aconteceu repentinamente, como uma expiração indomável em situações de pânico – das quais começou a entender muito bem após a morte da mãe. Logo após a apresentação de sua nova banda no Orpheum e uma mesura a uma plateia calorosa, Luke e os meninos haviam desaparecido do palco sem muita cerimônia. Julie recorda de não ter se abalado no momento, embora algo em seu coração dissesse que aquele teria sido seu último encontro com os garotos, que provavelmente teriam feito a passagem. Mas era inevitável que a atmosfera do teatro havia mudado drasticamente.

Ela lembra de sentir o ar falhar em seus pulmões, de sentir os nós dos dedos comicharem ao apertar o microfone contra o queixo para soltar um agradecimento que ficara preso na garganta desde então. De sentir um tipo de força que sugou parte de seu contentamento, mas não ao ponto de não conseguir esboçar um pequeno sorriso para seu pai, tia e o curioso Carlos, fervorosos na plateia. Sua família estava ali, ao menos.

Sua mãe estava ali.

Seus meninos não. Ainda doía.

Julie poderia jurar que aquele sentimento iria corrompê-la por meses até sua mente obrigá-la a se acostumar com o novo vazio. Felizmente, conseguiu comprovar que estava errada ao retornar para o camarim e encontrar dois fantasmas desnorteados sobre a "Mesa do Rango", como carinhosamente apelidara o local onde Flynn e ela comeram antes da apresentação.

Ela ainda recorda das palavras que iriam atordoar sua paz por abaláveis 6 meses.

"Não conseguimos", Reggie dissera entre soluços histéricos, quase como se pudesse quebrar. T̶a̶l̶v̶e̶z̶ ̶e̶l̶e̶ ̶j̶á̶ ̶e̶s̶t̶i̶v̶e̶s̶s̶e̶ ̶q̶u̶e̶b̶r̶a̶d̶o̶ "Não foi o suficiente."

"Estamos presos, Julie" Alex completara, distoante com um mar loiro esvoraçado em sua cabeça "E... e o Luke, ele..."

Luke...

Não.

Julie se recusara a continuar com a tortura – já fora difícil aceitar antes e agora não era tão diferente. Apenas a dor continuava a mesma. Aquela pequena raiz de vazio ainda conseguia formar um botão em seu peito e ela não estava pronta para arrancá-lo tão cedo.

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