11. A TEMPESTADE MORDAZ

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n/a - ⚠️ tw : leve descrição de um ataque de pânico.

Caso não se sintam confortáveis em ler, repassem a página até encontrarem o " 🎯 🎯 🎯 " do capítulo, onde a partir daí não tem mais nada relacionado a isso. Tenham uma boa leitura ;)

★ ━━━━━ ONZE
the brave storm

"NÃO RELUTE CONTRA SEUS instintos, meu garoto", a voz nada sublime de Ossário se perpetua na mente de Luke como uma droga que aos poucos narcotizava boa parte de seus sentidos

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"NÃO RELUTE CONTRA SEUS instintos, meu garoto", a voz nada sublime de Ossário se perpetua na mente de Luke como uma droga que aos poucos narcotizava boa parte de seus sentidos. Seis meses se passaram e ele ainda não conseguia ser forte o suficiente para evitar as invasões frequentes do mestre a seus pensamentos "Nós dois sabemos que você quer retornar ao Hollywood Ghost Club. Sua sede por desafiar Covington? Eu consigo senti-la em suas entranhas".

Foi o bastante para o garoto sentir o estômago se comprimir com uma ferocidade que teria sido surpreendentemente dolorosa se estivesse vivo.

De todas as coisas que desejaria ter esquecido em todo esse tempo perdido no limbo de Ossário, a risada sulfurosa do mestre ocupava um ponto alto em sua lista. Era como observar uma cortina de fumaça se dispersando lentamente pela atmosfera, roubando um pouco da energia que ainda conseguia manter o guitarrista de pé. A agonia provocada pelos sussurros do homem misterioso obrigam Luke a se desequilibrar, tornando-o incapaz de evitar a própria queda.

Um misto de vozes quentes – a de Julie e Ophelia, uma sobre a outra, como conseguiu admitir – o ergue para mais perto da superfície, mas ainda assim sentia seu corpo pairar submerso nas profundezas de um mar tempestuoso. O Mestre Fantasma regia o maremoto e Luke sabia que estaria incapaz de escapar enquanto não recobrasse à perfeita consciência.

Dor. Delírio. Calor. Veneno. Fundo e mais fundo.

Sua traqueia se acidifica cada vez mais. Luke não sabe ao certo se pela bile prestes a ser regurgitada do organismo ou se era apenas um efeito gerado pelas mãos invisíveis do mestre, que lançava novas trovejadas sobre seu corpo à deriva num oceano de péssimas lembranças.

Os relampejos de um Luke desnorteado onde parecia ser uma garagem abandonada agora piscavam no céu carregado por nuvens sombrias. Ele se desvencilhando do carimbo de choque de Caleb, mas ganhando uma dor diferente com a nova marca sobre o peito na forma de uma pequena seta. O vazio que jamais conseguira explicar. As memórias se refletiam em turvidez no espelho do mar aberto.

Ele só queria respirar.

Por que era tão difícil respirar?



🎯 🎯 🎯


Por entre os espaços de seus dedos, o garoto sente o calor emergente de mãos pequenas se opor a sua pele, fria demais até mesmo para um fantasma. Sente cócegas estranhas quando os dedos da Ophelia mapeiam as linhas de sua palma como se fosse o artifício necessário para acalmar alguém à beira de desmair de dor de cabeça. Ele poderia beijá-la agora mesmo, recordando os momentos em que ele pensava em apenas aceitar seu destino vivendo pelo resto de sua não-vida no limbo de Ossário e de todos os momentos em que a filha do Mestre Fantasma o obrigava a levantar a cabeça e permanecer firme no objetivo de fugir de lá.

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