10. A GAROTA MISTERIOSA

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★ ━━━━━ DEZ
the mysterious girl

REGRA NÚMERO QUATRO: NUNCA evite uma troca de olhares com seu ouvinte

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REGRA NÚMERO QUATRO: NUNCA evite uma troca de olhares com seu ouvinte. Você pode convencê-lo de grandes coisas. A sentença que Rachel Vuska considerava como uma de suas leis fundamentais agora explodia na mente da jovem Molina enquanto observava a nova versão de Luke Patterson parada a sua frente. Embora os olhos esverdeados e os pequenos trejeitos do garoto parecessem iguais aos do Luke de meses atrás, quando Julie o vira pela primeira vez, ela estava ciente da personalidade de seu ouvinte naquele momento. Não se tratava mais do Luke, o guitarrista da Final Sentence, muito menos do garoto que ela costumava conhecer meses atrás.

Não.

Aquele era o tal Ossário.

Um leve formigamento se apodera de suas pernas e pés, que tentaram ao máximo obrigar todo o corpo a se movimentar para perto de Flynn e correrem para bem longe do ginásio vazio – sem ninguém para poder ouvir nossos gritos, Julie acrescenta fervorosamente em seus pensamentos. A Molina estava tão absorta com tudo o que acontecia que mal notou que Flynn também admirava o garoto com quase a mesma incredulidade. Talvez Ossário pudesse mesmo se permitir ficar visível para os corpóreos.

Luke-Ossário arrisca dar passos mais largos para perto das duas garotas, ainda estáticas demais para forçarem uma corrida. Julie pensa em como ele, com seus poderes, provavelmente deveria estar ouvindo o ritmo selvagem de seu coração enquanto pensava em novas formas de afastá-lo de vez da escola. Era até humilhante.

Um último passo finalmente a faz pronunciar alguma coisa útil, além de se posicionar na frente de Flynn de maneira protetora.

— Saia daqui agora ou eu garanto que te faço querer sair voando pra longe do corpo do Luke!

Foi um pronunciamento que a garota duvidava bastante conseguir cumprir, visto que o próprio Ossário parecia assustar toda a essência do guitarrista da Final Sentence, mas de qualquer forma se sentiu revigorada pela coragem. Agora as feições roubadas de Luke faziam uma careta muito semelhante a de alguém que havia escutado uma música de gosto duvidoso – ou as carrancas que a própria Flynn esboçava quando a Molina mencionava o nome de Carrie em uma sentença.

Mesmo não entendendo o motivo da reação, Julie mantém-se firme contra o tirano que teria tomado posse dos movimentos de Luke mais uma vez.

— Eu tô falando sério! — insiste, investindo numa postura que lembraria a de um boxeador amador sobre um ringue — Mais um passo e você tá morto!

— Morto eu já tô, né... — ele replica, segurando uma risada provocativa — Mas do que você tá falando, cara? Olha, eu sei que deve ser um desprazer pra você rever essa carinha bonita, mas não deveria ser pra tanto.

— Tente manipular outra pessoa, Ossário! Eu sei o que fez com meu amigo, mas não tem nada pra você aqui.

O vislumbre de puro desgosto atravessou os olhos do garoto pela segunda vez, Julie percebera mesmo em sua constante posição de defesa. Dessa vez ele não evita a risada, deixando-a apenas mais nervosa e com vontade de socá-lo até suas forças se esvairem.

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