Capitulo 10.

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Bailey:
Saio do banho e recebo uma ligação de Any me pedindo para encontrá-la em seu quarto porque ela tinha algo muito urgente para me contar.

Deixo Raquel com os pequenos e sigo para o local combinado com a brasileira. Bato na porta e a mesma abre.

-Bailey, preciso que respire primeiro e depois vá na varanda!- Any fala assim que me vê. A olho confusa e apenas sigo lentamente até a varanda.

Abro a porta da mesma e alguém sentado na mesa me olha.

-Sabina?- Olho profundamente em seus olhos e não consigo acreditar. Isso é um sonho?
Puxo o seu rosto e tento a beijar mas a mesma vira, me impedindo.

-Nunca mais repita isso!- Ela fala de uma maneira grosseira. A olho sem entender, oque está acontecendo aqui?

-Any, oque está acontecendo?- Pergunto com os olhos cheio de lágrimas. Como Sabina está viva? É ela mesmo?

-Bailey, a Sabina perdeu a memória. Suas únicas lembranças são do Ensino Médio, a época que vocês dois se odiavam. Não força a barra...- ela fala com o olhar triste.

-Você não lembra de mim, Hidalgo? Dos nossos filhos? Do nosso casamento?- Pergunto e ela nega cabisbaixa.

-Desculpa, Bailey! Eu gostaria muito de lembrar de vocês, ou de pelo menos te amar...- Tá, isso quebrou o meu coração em mini partículas.

-Você não me ama, Sabina? - Pergunto e ela não responde, dando a entender uma resposta negativa.

Quer dizer então que ela "morre" e quando simplesmente aparece não me ama mais?

-Vocês podem se acertar, talvez conhecendo o Bailey de novo a Sabina possa amá-lo de novo.- Any faz a sugestão.

-Desculpa, mas não quero isso agora. Tudo está muito confuso para mim, nem sei quem eu sou direto!- Sabina fala desviando o olhar de mim e eu só consigo manter silêncio. Nem acredito que vou dizer isso, mas preferia que ela não estivesse aqui do que estar ouvindo essas palavras dela.

-Quer dizer que vai ficar por isso? Eu sigo meu caminho e você o seu? Depois de meses sem você, sofrendo dia após dia para ouvir isso. Sinceramente, estou literalmente sem palavras.- Falo e Sabina volta seu olhar para mim novamente.

-Bailey, se clica um pouco no meu lugar. Eu acordo do nada, acho uma casa, venho para o Brasil sem literalmente lembrar de nada e simplesmente descubro que tenho seis filhos com a pessoa que na minha cabeça eu odeio muito. Não consigo raciocinar isso! - Ela fala e deixa o ambiente ainda mais tenso.

Quando imaginei Saby de volta, pensei em algo de filme, romântico e inspirador. Mas a realidade me deu um baita coice...

Me retiro do ambiente rapidamente, ouço a voz de Any ecoar tentando me chamar mas apenas ignoro. Ela não me ama mais, estou completamente perdido...

Sabina:
Eu não posso fazer isso! Não posso tentar me apaixonar por ele, não tão rápido assim.

Me doeu muito fazer isso com Bailey, mas realmente precisava...

-Onde estão meus filhos, Any? Quero vê-los agora.- Pergunto depois de tentar me recuperar um pouco do momento.

-Estão no quarto dele, quer mesmo ir lá?- A brasileira pergunta e assinto. Tudo que eu preciso agora é de alguém que eu ame.

Any me leva até o ambiente, adentramos e estavam os cinco brincando no chão do quarto. Bailey não estava presente, oque talvez me deixou preocupada.

-Oi!- Sol acena.

-Sol, lembra que eu te falei que você iria saber meu nome? Eu sou sua mamãe, eu estou de volta!- Falo e ela me olha surpresa, todos me abraçam e se emocionam ao mesmo tempo que eu.

-É você mesma, mamá?- O mais velho pergunta e assinto.

-Mas aconteceu um probleminha na minha cabeça e não lembro de nada. Preciso da ajuda de vocês para me recuperar e saber mais de vocês.- Falo e eles me olham confusos.

-Você não lembra de nós?- Claire pergunta e nego com a cabeça.

-Eu posso não lembrar de vocês, mas amo cada um do mesmo jeito que antes!- Falo e eles tentam sorrir, mas claro que estão tristes.

-Eu sou o Matteo!- O menino fala e sorrio. Matteo, o nome que sempre quis dar ao meu filho.

-Você é muito lindo! Parece comigo- Falo rindo e ele ri também.

-Você já me conhece, mamãe!- Sol fala e assinto.

-Minha pequena e maluquinha Sol.- Falo e ela assente sorrindo.

-Você já sabe meu nome. Mas eu não nasci da sua barriga, minha mamãe me teve com o papai Bailey e depois ela ficou má. Então você deixou eu ser sua filha.- Claire fala e eu sorrio para ela.

-E eu te amo tanto quanto todos os cinco!- Falo e a beijo.

-Esse neném é o Tommy!- Matteo fala apontando para o mais novo.

-Mamá!- O pequeno Tommy aponta para mim e eu o pego no colo fazendo carinho no mesmo.

-Eu estou de volta, meu amorzinho- Falo o acariciando.

-Está faltando Bela, que ficou com o tio Pepe em casa. - Sol fala e eu me surpreendo. Tenho uma filha com ele? Será que ela foi fruto do abuso?

-O papai já sabe que você voltou?- Matteo pergunta.

-Sabe sim, tetteo!- Falo e meu coração aperta, pelo visto nós éramos realmente muito apaixonados.

A porta do quarto se abre e a imagem de Bailey surge por ela, me fazendo sentir-me envergonhada.

Ele caminha até nós e apenas cumprimenta os pequenos, passando por nos depois e entrando na varanda.

-Acho melhor eu falar com ele. Já volto, amores!- Falo levantando e eles assentem.

-Nos fizemos filhos extremamente lindos, hein?!- Falo tentando quebrar o gelo.

-São lindos mesmo!- Ele fala sem muito ânimo e ainda recostado sobre o corrimão da varanda.

-Bailey, eu realmente não sei como vai ser daqui para frente. Mas podemos ser amigos?por favor, faça isso pelos nosso filhos.- Faço a sugestão e ele não responde nada.

-É que você não tá entendendo que eu te amo? Não posso ficar sendo amigo de alguém que eu sou completamente rendido. - Ele fala como se não quisesse sentir aquilo por mim. E acho que a essa altura, ele realmente não quer...

-Posso te abraçar? - Pergunto sem pensar muito. Ele abre os braços e o abraço enquanto ele acaricia meus fios.

-Acho melhor isso ser o máximo que faremos. Eu sigo minha vida e você a sua, pode ver os meninos quando quiser.- Bailey se solta e assinto. Ele sai da varanda me deixando sozinha no ambiente.

-Vocês não vão ficar juntos de novo, mamá?- Sol pergunta como se tivesse escutado tudo.

-Ainda não, Solzinha! Mas não quero você escutando nossas conversas.- Falo a pegando no colo e ela ri envergonhada.

-Já chega dando bronca, eu hein!- Ela fala e rio.

Volto para o quarto com ela e sentamos no chão para brincar com os outros.
Agora sim, me sinto um pouco mais confortável tendo meus filhos comigo. Mas terei que me acostumar a viver diariamente com Bailey, o garoto que sentia ódio até ontem...

Besides the life - SabileyOnde histórias criam vida. Descubra agora