Olheiras

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Brunna estava extremamente cansada pela manhã, sua cabeça doía e seu corpo muito mais. Mas ainda tinha que encontrar Ludmilla, a reunião havia sido marcada para as 10:00 da manhã, e não podia se atrasar ainda mais.

A loira vestiu uma calça jeans, colocou um salto preto e simples, um suéter preto com gola alta, um blaser preto por cima e algumas correntinhas douradas. Um óculos escuro, e estava pronta. Nada de maquiagem, estava com a mínima paciência possível.

 Parou apenas para comprar um café no Starbucks e continuou o caminho. A manhã era chuvosa e fria, dirigia com calma para evitar acidentes e mantinha o olhar focado na estrada.

Em menos de 30 minutos a loira adentrou o estacionamento. E em poucos minutos estava em sua sala. Serviu a si mesma uma dose de whisky e sentou na cadeira enquanto aguardava Ludmilla.

(...)

A morena entrou pela porta e como sempre, fez Brunna prender seu olhar nela. 

-Ludmilla: O que você tem? Está com a carinha triste

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-Ludmilla: O que você tem? Está com a carinha triste... - disse sorridente. As duas estavam bem mais próximas.

-Brunna: Não quero falar sobre isso. - disse séria - Vou ficar bem.

-Ludmilla: Ok, desculpa. - pediu

Brunna apenas assentiu e pôs na cabeça de que, Ludmilla não passaria de uma cliente, somente isso. Estava fora de cogitação colocar seus sentimentos em risco. Ludmilla por outro lado se sentiu rejeitada, teria feito algo errado?

-Brunna: A audiência foi marcada para a semana que vem.

-Ludmilla: Eu disse que não tinha interesse na casa, mas eu também paguei por ela. - disse sincera.

-Brunna: Eu sei, o juiz provavelmente, quase certeza, vai pedir que coloquemos a venda sem nenhum dos dois ocupá-la, até ser vendida, e o dinheiro repartido em 50% para cada.

Brunna esclareceu mais algumas duvidas de Ludmilla e lhe mostrou as clausulas solicitadas. Medidas protetivas, privativas e diversas outras coisas para manter sua segurança. Mesmo que o homem saísse de lá preso pelas agressões, logo seria solto por conta de juízes corruptos e sua alta vida financeira.

-Ludmilla: Então é isso... - sorriu fraco.

-Brunna: Creio que sim. - disse firme.

As duas ficaram em silencio enquanto Brunna ainda usava os óculos para esconder as olheiras e o olhar fracassado, por mais que o ambiente não fosse adequado e se tornasse uma falta de respeito. 

-Ludmilla: Tira o óculos... - pediu calma.

Brunna o tirou lentamente e jogou sobre a mesa. Ludmilla rapidamente olhou seu rosto e teve uma expressão surpresa...

A morena se levantou e foi em direção a loira, fez um leve carinho em seu rosto enquanto ela se mantinha sentada. A maior sentou em seu colo lentamente, percebendo todas as ações de aceitação de Brunna. Ali o pensamento de "não posso me envolver" na cabeça de Brunna, foi completamente descontruído.

-Ludmilla: Está tudo bem? - perguntou - Criamos uma "intimidade" e eu me preocupo com você.

-Brunna: Não deveria se preocupar. - disse áspera - Eu não posso continuar com isso, não posso te magoar... - disse baixo.

-Ludmilla: Me magoar? Com o que? - perguntou baixo.

-Ludmilla: Podemos ir com calma, e se por acaso der tudo errado, a gente para.

-Brunna: Esse é o problema. Começar. Não podemos Ludmilla, você não merece conhecer a parte sombria que habita em mim, não depois de tudo que passou.

-Ludmilla: Acontece que por algum motivo no qual ainda não entendo, eu quero conhecer, isso é uma decisão minha. A sua é apenas permitir que eu conheça. Se não quiser, eu vou respeitar seu espaço. Não estou te pedindo em namoro, só quero conhecer você...

Brunna assentiu com os olhos marejados.

-Ludmilla: Olha pra mim. - pediu.

Brunna olhou vagarosamente.

-Ludmilla: Eu sou nova nisso, mas não tenho 5 anos. Sei até onde se deve aguentar limites. - reforçou - Posso? - perguntou deslizando os dedos sobre os lábios da loira.

Brunna rapidamente juntou seus lábios. Ela tinha sede, ânsia e sedentarismo por aquele sabor, era atraente e extremamente desejável. E naquele momento ela se permitiu deixar Ludmilla confortá-la. Em poucos dias haviam fortalecido sua amizade, da qual já podiam chamar, e isso fortaleceu ainda mais depois do beijo no carro.

Brunna desceu uma mão para as coxas da morena enquanto tentava se levantar vagarosamente, levando Ludmilla junto consigo.

A loira arranjou força, sentando Ludmilla sobre a mesa após jogar quase todos os papeis no chão. Pressionou as coxas da morena com força e Ludmilla prontamente entrelaçou suas pernas na cintura da advogada a trazendo para si. Nunca se imaginaria com uma mulher, estando sedenta por ela, mas estava... e nesse momento, a morena só queria arrancar as roupas da loira.

-Brunna: Se quiser parar, é só falar. - disse.

Ludmilla continuou com os beijos, não queria algo a mais que isso, pelo menos não agora. Não estava pronta para transar, muito menos em uma mesa de escritório mesmo que parecesse excitante. Brunna entendeu rapidamente ao ver que a morena não avançava e continuou apenas com beijos quentes e algumas mordidas no pescoço.

Após algumas arfadas da morena, elas se separaram com algumas mordidas e selinhos. Mas Ludmilla não a soltou, como Brunna esperava. E por mais improvável que fosse, ela também não queria que Ludmilla a soltasse.

As pernas da morena continuavam ao redor da cintura da loira, a prendendo ali. Seus braços ao redor do pescoço da advogada e seus corpos quase aninhados.

Ludmilla sorriu leve aproximando os lábios e deixando um beijo casto na testa da loira. 

-Ludmilla: Vai ficar tudo bem. E agora você tem a mim, se me aceitar como amiga na sua vida, logicamente. - por mais que já tivessem se beijado, eram amigas.

Brunna sorriu fraco e abraçou a morena, que apoiou a mão em sua cabeça guiando-a até à curva em seu pescoço. Por mais que ainda não fossem tão próximas, já possuíam uma fraca intimidade. Ludmilla tinha a energia que contagiava Brunna, e a sabedoria e calmaria da advogada, acalmava Ludmilla. Seriam ótimas amigas... se algum dia, não se apaixonassem.

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Comentem bastante que eu postarei mais capítulos hoje...

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