Aquela semana inteira foi extremamente confusa para Jennie. A conversa de segunda-feira resultou no desaparecimento de Lalisa da face da terra, e elas se falaram hoje como se nada tivesse acontecido. Este constante desaparecimento está se tornando cansativo, o vazio ausente puxa a morena mais longe a cada vez. Ela não sabe o quanto mais pode afundar antes que Manoban não consiga puxá-la para fora. A morena está preocupada que esteja se aproximando rápido. Mas agora, é sexta-feira à noite, depois da aula, e Manoban está sentada ao lado dela. Jennie não sabe como acabou na cama de Lalisa, culpando um momento de fraqueza.
— Você traz todos os seus amigos para a sua cama também?— Jennie pergunta. Elas não estão uma de frente para a outra, em vez disso, olham para a frente na parede cinza vazia. O celular de Lisa entre elas, tocando uma música suave.
— Não, só minhas amigas.— Manoban brinca, e Jennie não consegue deixar de sentir um frio na barriga.
— Manoban!— Jennie diz enquanto observa Lalisa exalar uma nuvem de fumaça. A mulher de cabelos cinza entrega o baseado aceso para Kim, que dá sua própria tragada.
— Desculpe baby, apenas minhas namoradas falsas.
Jennie revira os olhos quando Lalisa dá a ela aquele sorriso estúpido característico, seus olhos brilham. A morena acha essa garota insuportável às vezes, mas ela anseia por sua presença. Ela da outra baforada e devolve o baseado. Ela pode sentir seu corpo começar a relaxar. Há um silêncio confortável entre elas, uma música calma flutuando no ar.
— Posso te fazer uma pergunta?— Lalisa pergunta depois de inspirar profundamente. Jennie acena para que ela continue. — Você ainda pinta?
Jennie fica um pouco surpresa com essa pergunta. — Nada com tintas desde aquele último retrato.— Manoban devolve a erva.
— Por quê?
Jennie fica tensa com a pergunta. Ela nunca disse isso a ninguém, nem mesmo a Jiwoo ou Jisoo quando perguntaram. Lalisa percebeu sua hesitação, colocando a mão tatuada na coxa da morena. — Bom, eu costumava pintar retratos. Então, quando meus pais morreram, eu simplesmente parei.— Ela finalmente disse em voz alta. Uma onda de alívio a invade, tirando o peso de seus ombros, mas o fardo ainda está apertado em seu peito. Muitos anos de silêncio, ela estava preocupada que nunca seria capaz de deixar isso sair.
O polegar de Lisa esfrega a coxa de Jennie. — Você quer voltar a pintar?
— Sim, mas não sei se posso e não quero pedir a ninguém que seja meu modelo se eu não puder realmente fazer isso.— Jennie responde timidamente. Ela observa o baseado queimar entre seus dedos.
— Eu vou modelar para você. Talvez em outro universo eu já tenha feito isso.— Lalisa diz enquanto pega o cigarro.
A cabeça da morena vira na direção de Manoban. A mulher não está olhando para ela, em vez disso, está olhando para a parede em branco. Ela leva o baseado aos lábios e inala com os olhos de Jennie neles. A morena está totalmente ciente de que a mão de Manoban ainda está em sua coxa. Quando ela exala, Lisa se vira para encarar Kim. Seus olhos cor de âmbar estão nos lábios da mulher a sua frente. Jennie quer tanto beijá-la.
Mas ela desvia o olhar para a parede. — Talvez depois de Milão.
Ela vê Manoban balançar a cabeça com o canto dos olhos. Lalisa se move para apagar o baseado no cinzeiro da mesinha de cabeceira. Os olhos de Jennie voltam para a mulher, ela está sentada de pernas cruzadas agora na cama, sua mão tatuada encontra o caminho de volta para a coxa de Jennie. Seu coração começa a bater mais rápido por um motivo diferente agora. Ela sente um calor subir à sua cabeça.
VOCÊ ESTÁ LENDO
A tragédia
FanfictionMais um semestre. Apenas mais um até que Jennie se graduasse como bacharel em história da arte. Tem sido difícil nos últimos três anos para ela, mas sua determinação em satisfazer os desejos de seus pais a estão impedindo de desistir. Em seu testame...