O Sal De Tua Pele | TaeNamJin

06

Betado pela querida Tai - by_taejin

☀️🌑🌊

Fazia tanto tempo desde que esteve ali pela última vez que demorou para entender que era aquele mesmo sonho.

Seokjin o reconheceu com alguma euforia e apenas se deixou flutuar enquanto sentia o corpo queimar, arder, contra a água gelada. Se sentia aflito, mesmo que pudesse respirar, se sentia sufocado. Não, não era aquele lugar familiar. Era sombrio, possessivo.

Onde ele estava?

Se moveu tentando ver se aquele pequeno peixe que o tirava da agonia já se aproximava; ele queria tanto acordar, sair dali. Mas ele não estava em canto algum para salvá-lo, estava preso. Percebeu que não respirava mais, braços e pernas se agitando em desespero enquanto sentia os pulmões serem preenchidos por água.

A visão ficou turva quando perdeu as forças e passou a afundar em direção ao chão de areia negra. Antes de perder os sentidos, viu um vislumbre dourado, nadando para longe.

— Volte — balbuciou entre sonho e despertar, tão suave que pouco passava de um leve tremer de lábios movido pelo sopro quente das sílabas.

— Tudo bem, Seokjin-ssi. — Ouviu uma voz calma falar consigo e tentou piscar os olhos, sentindo uma dor horrível em seu ventre, como se fosse rasgado ao meio por fogo. - Logo o chá faz efeito, não vou sair daqui.

— Ele está confuso. — Ouviu a voz da baronesa e grunhiu tentando se levantar.

Ouviu um estrondo e sentiu um cheiro doce de poeira encharcada. A dor o fez estremecer e sentiu gotas de suor frio descendo por seu pescoço.

O cio. Conhecia bem, mas todas as vezes ele parecia pior, ainda mais doloroso e humilhante, como se o fizesse lembrar que era incompleto sem um alfa. Que era pequeno e inútil, nada mais que um peão frágil e insignificante naquele tabuleiro monocromático.

— Namjoon? — perguntou baixinho e ouviu alguém se aproximar da cama.

— Ele não chegará perto, não se preocupe. — Agora reconheceu a voz de Jimin, e se deixou descansar contra os lençóis encharcados, contente por ele entender o porquê de ter perguntado pelo noivo. — Se ele se aproximar do quarto, eu chuto tão forte no meio de suas pernas que seu lobo sairá pela boca — sussurrou perto do ouvido de Seokjin que riu e concordou fraco. — Eu cuido dele — o ômega mais novo falou se dirigindo à baronesa.

Ouviu Jimin convencê-la a deixar o quarto e depois se sentar ao lado de sua cama, pegando sua mão entre as dele. Seokjin estava envergonhado, tinha aprendido a ter nojo daquela parte de si, mas não estar sozinho era bom, um alívio.

— Mal me lembro como é a sensação — Jimin falou fazendo um carinho na palma suada do mais velho. — Tomo supressores desde que me tornei maior de idade. Namjoon o deixaria tomá-los.

Sim, ele deixaria. Seokjin sabia que sim, que ele o ajudaria até mesmo a encobrir o fato de que os usava, mas não conseguiu reunir a coragem necessária para pedir tal coisa. Não quando a voz de sua avó se mantinha em sua memória o lembrando que talvez, se cometesse um deslize e perdesse Namjoon, nunca mais fosse desejado por ninguém, que arruinaria ainda mais sua família.

— Vou vir de hora em hora trocar a água da banheira e te ajudar a refrescar o corpo — o ômega mais novo explicou atencioso vendo a expressão distante do outro. — Taehyung preparou tantas ervas para chá que tenho certeza de que uma delas vai funcionar.

— Ele o fez? — perguntou surpreso, abrindo o máximo que conseguia dos olhos e viu Jimin sorrir concordando. — Obrigado, Jimin-ah. Por me fazer companhia, e por tirá-la daqui. Não quero ser visto.